Abrigo de até 200 mil anos de preguiça-gigante foi descoberto no Rio Grande do Sul

Conhecida pelos cientistas como paleotoca, o local passou a ser considerado como uma excelente preservação ambiental, apesar do tempo.

Na divisa do Brasil com o Uruguai, no Rio Grande do Sul, um local para a preguiça-gigante foi encontrado em Santana do Livramento. O abrigo é chamado como paleotoca pelos cientistas e sua criação pode datar de 200 mil anos. O abrigo pré-histórico registra três metros de altura, 35 metros de profundidade e três metros de largura.

Além da descoberta do abrigo de preguiça, um local próximo também foi identificado como toca de um tatu-gigante, que pode ter de dez a 30 mil anos de existência. A extinção das preguiças-gigantes ocorreu há 50 mil anos, o que indica que os tatus-gigantes tomaram o local pouco tempo depois.

As paleotocas eram abrigos de animais pré-históricos, tal como o tatu-gigante e a preguiça-gigante já citados. Essas descobertas são comuns ao sul. Boa parte dessas estruturas foram feitas por animais que fugiam de predadores.

Descoberta da paleotoca

No Rio Grande do Sul, o local foi denominado pela população como “toca do tigre”. O esperado era que fosse uma toca antiga e criada por animais. Ele fica localizado na Vinícola Almadén, pertencendo então ao Miolo Wine Group. Em breve, o abrigo poderá fazer parte da rota turística que já é liberada dentro do local.

 

Foto: Miolo Wine Group / Divulgação.

 

O geólogo Serlécio Guilherme Pinz tem 25 anos de experiência na área e foi contratado pela Miolo Group. Na paleotoca, o pesquisador encontrou evidências de que não se tratava apenas de uma caverna no local. De acordo com ele, as marcas de garras na parede foram os primeiros sinais de que o lugar se tratava de um abrigo de preguiça-gigante. Em entrevista à EXAME, o pesquisador concedeu detalhes sobre a descoberta:

“Outro ponto que chamou a atenção é o formato de domo. Povos originários costumavam fazer estruturas semelhantes, mas com uma forma mais ovalada. Há indícios de que deveria ser uma fêmea, porque há espaços laterais indicando que ela não estaria sozinha dentro da peleotoca, provavelmente com filhotes”, afirmou o geólogo que concluiu dizendo que o local era útil para que os animais pudessem dormir naquela época.

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