Arqueólogos encontram restos de uma civilização complexa no sul do Piauí; veja

Os pesquisadores, que são da UFPI, já estão no segundo ano de um estudo que busca evidências de povos indígenas no estado.

Os pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) encontraram um esqueleto cujo método de sepultamento sugere que a pessoa foi enterrada de acordo com tradições indígenas.

Isso pode incluir práticas específicas de preparação do corpo e do local de sepultamento, características culturais de grupos indígenas da região.

O estudo está em andamento pelo segundo ano consecutivo, o que indica que os pesquisadores estão conduzindo escavações e análises detalhadas da área arqueológica ao longo de um período prolongado.

Além da UFPI, a pesquisa envolve professores e alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Professores explicam o achado

Tal colaboração interinstitucional foi promovida para investigar e compreender melhor a história e a cultura da região, bem como a vida das populações que ali viveram no passado.

Segundo a professora Claudia Cunha, que coordena o Laboratório de Osteoarqueologia da UFPI, o esqueleto exumado neste ano pertence a um adulto do sexo masculino.

Além disso, a bioarqueóloga informa que ele estava usando um colar e dois braceletes feitos de contas de osso polido, os quais ainda estavam no lugar e tinham vestígios de fios.

Durante as escavações, os pesquisadores ainda identificaram diversos objetos relacionados à cultura material no mesmo lugar.

(Imagens: Reprodução/UFPI)

Entre esses achados, destaca-se um conjunto associado à produção de fibras e/ou tecidos a partir do algodão nativo, o que possibilita, pela primeira vez, reconstruir parte do processo de fabricação desses materiais, incluindo as etapas de coleta, fiação e tecelagem.

A professora Claudia ressalta que tanto o segundo esqueleto, recém-descoberto, quanto o primeiro, encontrado em 2022, representam fontes valiosas de informação.

Ela enfatiza que tais esqueletos não apenas nos fornecem conhecimento sobre como eram essas pessoas em vida, mas também geram percepções importantes sobre a dinâmica das relações sociais nas comunidades de origem desses indivíduos.

Por outro lado, o professor Grégoire van Havre, que lidera o projeto, afirmou que as recentes descobertas arqueológicas proporcionam evidências de grande relevância acerca da sociedade que residia na região sul do Piauí.

Ele observou que esses fósseis sugerem a presença de uma população indígena com proficiência na tecnologia da tecelagem.

Isso não apenas indica a presença de grupos isolados em migração sazonal, mas aponta para a existência de uma sociedade complexa estabelecida no sul do Piauí.

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