Crise dos Mísseis
A Crise dos Mísseis foi um período marcado pela produção de mísseis com poderes de alcance inimagináveis. Foi um dos momentos de maior tensão durante a Guerra Fria.
A Crise dos Mísseis ocorreu em outubro de 1962. Foi um momento de grande tensão entre as duas superpotências da época: União Soviética e Estados Unidos. Tal tensão foi gerada pelo interesse da URSS em instalar mísseis balísticos nucleares em Cuba.
Os mísseis foram instalados em direção aos Estados Unidos, por isso, gerou temor no país norte-americano. Além disso, cada míssil tinha a capacidade de atingir 1.600 km de distância em 13 minutos.
Esse momento pode ser considerado o mais tenso da Guerra Fria, com chances reais de uma guerra nuclear.
Antecedentes
Durante o período da Guerra Fria o mundo estava dividido em dois blocos ideológicos antagônicos: capitalismo de um lado e socialismo do outro. Os Estados Unidos lideravam os países capitalistas e a União Soviética os países socialistas.
Ambos disputavam a hegemonia do mundo buscando aumentar suas zonas de influências com intervenções militares ou recursos financeiros. Mesmo se enfrentando duramente no campo ideológico, esses países nunca se enfrentaram fisicamente.
A Revolução Cubana, ocorrida em 1960, provocou a vitória das forças de Fidel Castro (1926-2016). Após anunciar a adoção do regime socialista no país, os Estados Unidos perdem de fato um aliado e ganham um inimigo.
Como reação, os estadunidenses decretaram embargos econômicos a Cuba, causando uma forte instabilidade na economia do país.
Resumo da Crise dos Mísseis
No final de 1961, os Estados Unidos instalaram mísseis na Turquia e na Itália. Além de ameaçar Moscou, eles possuíam um alcance de 2.400 km. Ao promover um embargo econômico a Cuba, o país norte-americano começou a ficar a espreita do trafego de navios que se direcionavam a Cuba.
Essa ação permitiu que os Estados Unidos notassem um aumento da circulação de navios soviéticos. Em outubro de 1962, aviões-espiões norte-americanos avistaram construções de bases e ogivas nucleares em solo cubano, mais especificamente na região de São Cristóvão.
Inconformados por terem mísseis nucleares tão próximos ao seu território, iniciou-se então, uma intensa disputa entre os dois países. De um lado, o então presidente do país John Kennedy (1961 a 1963) tentou buscar uma solução pacífica, do outro, o Estado-Maior dos Estados Unidos opta pela invasão de Cuba ou atacá-la por via aérea.
Os Estados Unidos decidem, então, fazer um bloqueio naval de Cuba, chamado de quarentena. A quarentena consistia na inspeção por parte da marinha americana em vigiar os navios da URSS. Os que estivessem com armas, seriam obrigados a retornar. A medida foi apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A população cubana foi às ruas apoiar a Revolução Cubana e criticar a intervenção estrangeira nos assuntos internos do país. Além disso, houve a mobilização do exército cubano quanto a uma possível invasão norte-americana.
Já o presidente soviético Nikita Kruschev (1894-1971) não apresentava a tendência ao recuo. Chegou a solicitar o disparo em grupos de aviões que sobrevoassem Cuba.
No dia 26 de outubro os soviéticos se comprometeram a retirar os mísseis se os Estados Unidos não invadissem o país. No dia seguinte, um avião-espião norte-americano foi derrubado em solo cubano, o que gerou o anseio de um ataque aéreo por parte dos estadunidenses no país.
No dia 28 do mesmo mês, Nikita Kruschev concorda em retirar os mísseis de Cuba. Mais tarde, os soviéticos exigem a retirada dos mísseis na Turquia, o que foi acordado pelos Estados Unidos.
Consequências da Crise dos Mísseis
O episódio estabeleceu uma linha de contato direto entre os governos de Washington e Moscou, que ficou conhecido como telefone vermelho. O canal de comunicação foi criado objetivando resolver possíveis conflitos armados entre as duas potências.
Ambas ficaram preocupadas com um possível confronto por mísseis e assinaram acordos relativos ao uso de armas nucleares. Esse foi um dos capítulo da Guerra Fria que ainda estava longe de acabar.
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