Domingo Sangrento
Domingo Sangrento é o nome dado a dois acontecimentos que marcaram a história da Rússia e da Irlanda.
Domingo Sangrento é o nome dado a dois episódios históricos. O primeiro ocorreu no dia 9 de janeiro de 1905, na cidade de São Petersburgo, na Rússia. O segundo aconteceu no dia 30 de janeiro de 1972, em Derry, na Irlanda do Norte.
Domingo Sangrento na Rússia
O mês de janeiro de 1905 foi o palco da eclosão do processo revolucionário que envolveu um amplo movimento social na Rússia.
O país havia guerreado contra o Japão, em 1904, pelos territórios da Manchúria e da China. Esse conflito ficou conhecido como Guerra Russo-Japonesa.
Após sair derrotada do conflito, a rejeição dos russos em relação ao czar aumentou. As consequências desta guerra atingiram principalmente os camponeses, que compuseram o exército russo.
Os baixos salários, aliados à fome, ao frio e às mortes provocadas pela guerra, fez com que grande parte dos operários de São Petersburgo exigissem ações do czar, Nicolau II.
Assim, em janeiro de 1905, a multidão de russos, liderados pelo padre Gregori Gapone, foram manifestar em frente ao Palácio de Inverno, com o objetivo de expor suas insatisfações através de um abaixo-assinado com diversas exigências, entre as quais, estavam:
- Eleição de uma Assembleia Nacional;
- Redução da jornada de trabalho para 8 horas;
- Liberdade de reunião.
Os manifestantes foram recebidos a tiros pelo exército russo. Centenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas.
Tal resposta do governo causou ainda mais revolta nos russos e fortaleceu a oposição de grande parte da sociedade russa ao czar. Operários, soldados e camponeses formaram os sovietes, conselhos operários.
Como consequência à pressão revolucionária, Nicolau II promulgou uma Constituição, além de convocar eleições para o Parlamento (Duma).
A partir de então, a Rússia passou a ser uma Monarquia Constitucional. No entanto, o czar ainda desempenhava grande poder, ao passo que o Parlamento tinha uma atuação limitada.
Sua ação conseguiu controlar as revoltas. Sendo assim, entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia viveu uma fase de certa tranquilidade.
Domingo Sangrento na Irlanda
O Domingo Sangrento na Irlanda aconteceu em janeiro de 1972, em Derry. Este dia foi marcado pela manifestação de civis que se reuniram e foram direto à Câmara Municipal protestar contra as imposições do governo inglês.
Entre as medidas inglesas, estava a permissão de prender pessoas suspeitas de integrarem o grupo IRA (Exército Republicano Irlandês).
Visando impedir que os manifestantes chegassem ao destino final, o exército inglês organizou barricadas no meio do caminho.
Revoltados, os manifestantes reagiram jogando objetos variados e garrafas nos soldados. Como resposta, o exército atira contra a multidão, mata 14 pessoas e deixa 12 com ferimentos graves.
Acusando os manifestantes de terroristas, os ingleses justificavam sua ação promovendo uma grande campanha.
As famílias das vítimas se reuniam todo dia 30 de janeiro exigindo uma ação reparatória do governo britânico.
Em 1988, o primeiro-ministro, Tony Blair, abriu um novo inquérito sobre o episódio. Somente em 2012, as conclusões foram expostas pelo então primeiro-ministro, David Cameron.
Em uma sessão do Parlamento, Cameron alegou que as vítimas eram realmente inocentes e que a ação do exército inglês não tinha justificativa.
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