Em média 50 bebês são intoxicados por agrotóxicos no Brasil diariamente
Alerta a ser publicado pela USP destaca que, entre os bebês de 0 a 1 ano, a média diária de intoxicações por agrotóxicos passou de 43 para 50.
De acordo com um estudo levantado para a nova edição do atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, diariamente, há uma média de 50 bebês sendo intoxicados por agrotóxicos, na faixa de 0 a 1 ano. Tendo como base os registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, também existem apontamentos em adultos, com uma média diária de 15 contaminações.
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O alerta presente na pesquisa
A especialista em estudos dos efeitos dos agrotóxicos, Larissa Bombardi, está organizando uma nova edição do atlas do uso de agrotóxicos no Brasil. Ele tem previsão de ser publicado ainda neste ano. Ela denuncia que um relatório de 2017 possui dados de 2007 a 2014 com a média de crianças intoxicadas no período, de forma que, naquela época, a média era de 43 crianças e 10 adultos, e se diz chocada com os resultados atuais.
“Os números me chocaram, pois só aumentaram. Pela média diária, são 15 pessoas intoxicadas por dia. No antigo levantamento, eram 10. Entre os bebês de 0 a 1 ano, a média diária de intoxicações passou de 43 para 50. Essa alta tem se mantido para todos os recortes que tenho feito”, destacou Larissa.
Morando na Bélgica
Bombardi, que também é professora na USP, fez a primeira publicação do relatório no Brasil em 2017. Já na União Europeia, o estudo só foi lançado há três anos e chegou a receber um boicote de uma rede de supermercados escandinava de produtos brasileiros.
Após o ocorrido, a professora teve todo o seu trabalho publicamente atacado por entidades e figuras públicas do agronegócio. Além disso, também conta ter sofrido ameaças à sua integridade física, o que a obrigou a deixar o Brasil no ano passado, acompanhada de seus dois filhos.
A especialista, que atualmente mora na Bélgica, está trabalhando em uma nova edição do atlas, que buscará trazer um panorama das intoxicações entre 2010 e 2019.
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