Etnocentrismo
O etnocentrismo é uma visão de mundo em que determinado grupo/sujeito vê seus códigos culturais enquanto superiores aos demais.
Etnocentrismo é conceito antropológico utilizado para se referir à forma como se enxerga outra cultura e suas derivações.
O sujeito vê o mundo tendo como base a sua própria cultura, desprezando as outras ou enxergando a sua como superior às demais.
O etnocentrismo pode ser compreendido enquanto uma dificuldade de refletir a respeito da diferença a partir de sentimentos de hostilidade, estranheza e de medo ao desconhecido.
Desse modo, ele é uma visão de mundo onde determinado grupo se vê como o centro de tudo, julgando os outros grupos a partir dos seus valores (costumes, cultura, hábitos, religião, idioma, entre outros).
Exemplos de etnocentrismo na história
A colonização do continente americano ocorreu baseada no etnocentrismo, pois toda colonização se sustenta a partir de um viés etnocêntrico ao pretender colonizar um local já povoado por outros seres humanos.
Após a invasão da América, a partir de uma visão europeizante de mundo — considerada superior —, os portugueses inferiorizaram a cultura indígena.
Ao utilizar o modo de vida europeu enquanto uma referência cultural (eurocentrismo), eles consideravam o modo de vida dos nativos como desregrado e inferior.
O etnocentrismo ainda prevalece no Brasil, a medida em que o homem branco julga o indígena enquanto um ser atrasado socialmente.
Ainda no Brasil, encontramos manifestações etnocêntricas quando os habitantes das regiões Sudeste e Sul se consideram mais desenvolvidos social e culturalmente do que o restante do país.
Outro exemplo de etnocentrismo que vigora na atualidade é o fato de enxergar o continente africano como atrasado.
A fome e as mazelas sociais que os povos africanos enfrentam são resultados da exploração europeia, que se apossou dos recursos naturais e ainda forçou tribos rivais a conviverem juntas. Fato que segue gerando violentas guerras civis.
O nazismo de Adolf Hitler também pode ser considerado etnocêntrico. Ao defender a raça ariana enquanto superior às demais, ele justificava o extermínio de povos de variadas origens, principalmente os judeus.
Nos séculos XIX e XX foram criadas teorias que defendiam a existência de sociedades superiores às demais, devido a suas práticas, economia, costumes e valores. Tal estudo social é conhecido como darwinismo social.
Etnocentrismo e relativismo cultural
O relativismo cultural é uma linha dentro da Antropologia que relativiza as culturas a partir de uma teoria geral da relatividade cultural.
Ele analisa as culturas livre da influência etnocêntrica, ou seja, estuda as diferentes culturas sem julgá-las a partir da sua visão de mundo.
Para o relativismo cultural, a prática deve ser analisada a partir do seu contexto. Somente assim pode-se compreender a existência da cultura do outro e suas variações, considerando o sistema cultural em que se insere.
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