Evo Morales
Evo Morales foi o primeiro presidente indígena a ser eleito na Bolívia. Ele governou por mais de 13 anos e, em 2019, renunciou.
Juan Evo Morales Ayma, conhecido publicamente como Evo Morales, foi o presidente da Bolívia entre 2006 e 2019, quando renunciou o cargo. Ao todo, foram 13 anos, nove meses e 18 dias no poder.
O político nasceu em uma pequena vila chamada Isallavi, na região de Oururo. Quando ele concluiu o ensino médio, foi servir ao exército e, depois, mudou-se com sua família para a região de Chapare, onde trabalhou em uma fazenda de coca.
Evo Morales foi o primeiro político com raízes indígenas a presidir o país. O seu governo teve uma orientação voltada ao socialismo. Além disso, ele era contra alguns interesses norte-americanos, uma medida considerada polêmica.
Biografia de Evo Morales
Evo Morales nasceu no dia 26 de outubro de 1959. Sua língua materna é o aimará, a segunda, castelhano. Seus pais, Dionísio e María, tiveram sete filhos. Destes, apenas três sobreviveram, devido às condições precárias da família.
O político sempre quis estudar e seu sonho era ser jornalista. Desde pequeno, apreciava o rádio. Em seu povoado não existia televisão e os jornais impressos não chegavam.
Morales vivia em um povoado mineiro e quando as minas se encerraram, nos anos de 1960, ele e sua família mudaram-se para Chapare. No local, eles cultivavam frutas e verduras.
Em 1985, as barreiras alfandegárias inundaram todo o local de plantação. Com isso, restou apenas a folha de coca para a renda.
Aos 17 anos, Evo Morales entrou no serviço militar. Ele também trabalhou como pastor de lhamas, músico e pedreiro. Em 1981, Morales foi nomeado como o secretário de esportes do sindicato dos cocaleros de San Francisco, em Chapare.
Em 1997, Morales foi eleito membro do Congresso, representando as províncias de Chapare e de Charrasco de Cochabamba, com 70% dos votos do distrito.
Em 2002, ele foi destituído de sua posição do Congresso por conta de uma acusação de terrorismo. Sua retirada foi considerada inconstitucional e muitos acreditam que os Estados Unidos estejam por trás disso. No mesmo ano, ele apresentou sua candidatura à presidência.
Nessas eleições, Morales ficou em segundo lugar. Apenas em 2005 ele conseguiu ser eleito, com cerca 53,74% dos votos. Assim, Evo Morales foi o primeiro indígena a ser eleito com o voto popular.
Após treze anos no poder, em seu terceiro mandato, Morales renunciou depois de denúncias de fraudes nas eleições gerais daquele ano.
Governo Evo Morales
O governo de Evo Morales foi considerado diferenciado. Ele se aproximou de outros governos voltados à esquerda. Conheça os pontos positivos do governo de Evo Morales:
- Crescimento de 4,8% do PIB (entre 2006 e 2012);
- Aumento do número de construção de estradas;
- Poder de compra passou de 17% para 41%;
- Investimento em edificações.
Apesar disso, o governo de Evo Morales também contou com pontos negativos, como:
- Construção de obras desnecessárias e de custos elevados;
- Pouca diversidade de exportação, apenas soja, gás e minérios;
- Mudança na constituição para nova reeleição;
- Fraco combate ao tráfico de drogas.
A orientação do governo Morales era voltada ao socialismo e isso sempre se caracterizou em uma reforma agrária. Ele tinha interesses contrários aos dos norte-americanos, o que era considerado muito polêmico.
Crise na Bolívia e renúncia de Evo Morales
Evo Morales se manteve no poder por três mandatos consecutivos. Esse cenário começou a se agravar em 2016, quando o então presidente propôs se eleger para o quarto mandato. A maioria da população rejeitou a proposta.
No entanto, ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal, Evo Morales saiu vitorioso e pôde se reeleger. Ele entrou, então, na quarta disputa pelo poder. Desta vez, contra o líder da oposição, Carlos Mesa, que já havia mobilizado protestos contra Evo no país.
Na eleição, a apuração parcial indicou que haveria segundo turno. Apesar disso, a apuração foi paralisada por 20 horas e, em seu retorno, indicou que Evo Morales foi eleito no primeiro turno.
Com isso, os opositores intensificaram as manifestações. A Organização dos Estados Americanos (OEA), fez uma auditoria e indicou que houve indícios de irregularidade. Então, novas eleições foram sugeridas.
Evo Morales aceitou a proposta, mas a essa altura as ruas já estavam tomadas de protestos que exigiam a saída do presidente. Até as Forças Armadas, que sempre o apoiaram, também se opuseram a Morales.
Acusando a oposição de ter dado um golpe de estado, Evo Morales renunciou a presidência da Bolívia. Ele deixou o país e se mudou para o México. Esses acontecimentos geraram várias incertezas tanto na Bolívia quanto nos países vizinhos.
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