FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia

FARC é a sigla utilizada para se referir a um grupo de guerrilha colombiano que tinha como objetivo a implantação de um governo socialista no país.

As FARC é a sigla utilizada para se referir às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Fundada no década de 1960, ela se iniciou a partir da mobilização de camponeses comunistas chefiados por Manuel Marulanda, também conhecido como Tiro Certo e Jacobo Arenas.

Inconformados com a situação social e econômica da Colômbia, controlavam o território Sul do país, realizando inúmeros sequestros e operações militares, além de promoverem o deslocamento de parte da população rural.

O discurso defendido pelo grupo era a reforma agrária, a distribuição de renda, o fim da corrupção e das relações com os Estados Unidos da América (EUA). De modo geral, as FARC ansiavam pela implantação do sistema socialista na Colômbia.

O que foi as FARC?

As FARC foi fundada por Manuel Marulanda (1928-2008) e Jacobo Arenas (1924-1990). Influenciados pelo marxismo, seus líderes e adeptos acreditavam que a luta armada era a única via para a tomada do poder e implantação de um governo socialista.

O movimento foi uma resposta à política do partido liberal e conservador que se alternavam no poder desde a independência do país. Os membros desses partidos eram proprietários de terras e empresários que não cumpriam as demandas da população colombiana.

Ao romper a guerrilha, os partidos recorreram aos Estados Unidos para ajudar a sufocar a rebelião e a criar estados independentes. Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA financiaram vários movimentos anti-comunistas na América Latina.

O país norte-americano afirmava que a União Soviética tinha um plano para dominar o mundo e que organizações populares foram criadas no continente americano para esse fim.

Com essa justificativa, os Estados Unidos impulsionou a consolidação de ditaduras militares em vários países da América do Sul.

O governo colombiano foi acusado de agir com violência, além de desrespeitar os direitos da população. Donos de terras, apoiados pelo exército, desapropriaram e mataram camponeses além de iniciar uma política de desapropriação de terras.

A partir de então, surgem vários grupos guerrilheiros na América Latina como a Guerrilha do Araguaia, no Brasil. Na década de 1970, durante a guerra civil colombiana, surgem as primeiras plantações de coca. O narcotráfico passa a concorrer com os guerrilheiros por domínio territorial.

O fim da URSS fez com que as FARC buscasse outras formas de financiar suas atividades. Com isso, eles se aliaram aos traficantes com o intuito de se abastecerem de armas.

As FARC sequestrou líderes políticos, cidadãos comuns e empresários que ficaram sob o domínio do grupo por décadas.

Sequestros

Ingrid Betancourt foi senadora e ativista franco-colombiana. Seu sequestro marcou a história da Colômbia, pois Íngrid era candidata à presidência do país no ano em que foi sequestrada, 2002.

Seu sequestro durou seis anos. Ela foi libertada em 2008, com outros reféns, em uma operação militar. Íngrid defendeu o acordo de paz como meio para pacificar o país.

Acordo de Paz

A guerra entre as FARC e o governo colombiano deixou cerca de 220 mil mortos, inúmeras pessoas mutiladas e feridas, além de promover o deslocamento de 6 milhões de indivíduos.

O movimento, com o passar do tempo, parou de conseguir financiamento e o apoio da população. O governo de Álvaro Uribe (2002-2010) classificou as FARC como um grupo terrorista.

A partir de então, apoiados pelos Estados Unidos, iniciou-se uma intensa perseguição ao grupo. Seus principais líderes foram mortos. Juan Manuel Santos (2010-2018) ascende ao poder em 2010 e começam as negociações para o fim do grupo.

As FARC assinaram o Acordo de Paz com o governo colombiano em 2016, na cidade de Havana, Cuba. As negociações ocorreram com a presença da Organização das Nações Unidas (ONU) e com os líderes da Europa e América Latina.

Rodrigo Londono, conhecido como Timochenko, então líder do grupo, assinou o acordo junto com o presidente Juan Manuel Santos. O Acordo de Paz foi ratificado pelo Congresso do país no final de 2016.

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