Genocídio em Ruanda

O genocídio em Ruanda ocorreu em 1994, sendo o responsável pela morte de aproximadamente 800 mil habitantes.

Genocídio em Ruanda é a forma como nos referimos ao assassinato de milhares de pessoas da etnia tutsi.

Cometidos por integrantes da etnia hutu, os assassinatos foram praticados igualmente contra os hutus moderados e os membros da etnia twa, entre 7 de abril de 1994 e 15 de julho de 1994.

Ruanda, é um país que se localiza no centro do continente africano e que foi dominado, por séculos, pela Bélgica e Alemanha.

Sua independência só foi conquistada após a Segunda Guerra Mundial, quando as nações africanas iniciaram seus processos de descolonização.

No entanto, a construção de uma identidade nacional criou uma rivalidade cada vez mais evidente entre os tutsis — antiga aristocracia aliada à Bélgica, que correspondia a 10% da população — e os hutus, camponeses explorados pelos belgas e pelos tutsis. Cerca de 90% da população integrava o segundo grupo.

Contexto histórico

O imperialismo praticado na África foi o responsável por inúmeros conflitos no continente. Tal ação fez com que populações nativas guerreassem entre si.

Um dos episódios mais lamentáveis ocorreu quando a Bélgica organizou a migração de belgas para se instalarem em Ruanda, no início do século XX.

Neste país, duas etnias há muito tempo já conflitavam entre si, os tutsis e os hutus. Em termos culturais, ambas possuíam muitas semelhanças, como a língua e as tradições.

No entanto, quando os belgas se instalaram na região, notaram que estes grupos se diferenciavam quanto às características físicas.

De modo geral, os tutsis são mais altos, esguios e possuem uma coloração mais clara. Tais traços foram o suficiente para que os belgas os considerassem intelectualmente e moralmente superiores aos hutus.

Mesmo representando a maioria da população, os hutus passaram a sofrer preconceito, além de duras perseguições.

Os belgas começaram a alimentar sentimentos de ódio e de exclusão socioeconômica entre os moradores da região. Os imperialistas agiram a tal ponto de anotar nas carteiras de identidades quem era hutu e tutsi.

A partir da década de 1960, Ruanda foi sendo deixada de lado. Iniciava-se, portanto, o processo de descolonização do continente africano gerado pelas consequências da Segunda Guerra Mundial.

O período de dominação belga alimentou um ódio tão intenso entre as duas etnias que a região se transformou em uma bomba que poderia explodir a qualquer momento.

Os tutsis passaram a ser responsabilizados por todas as dificuldades enfrentadas pela região. Intimidados pela sede de vingança dos hutus, os tutsis abandonam Ruanda e criam campos de refugiados no país vizinho, Uganda.

Mesmo tomados pelo medo, os tutsis junto a alguns hutus moderados, se organizam visando tirar o então presidente de Ruanda do poder.

O passar do tempo fez com que esta mobilização desse origem a uma frente comandada por Paul Kagame, denominada de Frente Patriótica Ruandense (FPR).

Massacre em Ruanda

Durante os anos de 1990, várias situações demonstravam a fragilidade da relação entre os hutus e tutsis.

Em 1993, um acordo de paz foi firmado entre os integrantes do FPR e o governo. No entanto, tal medida não foi eficiente a ponto de resolver o conflito.

O auge da tensão ocorreu no dia 6 de abril de 1994, quando o presidente Juvenal Habyarimana foi morto em um atentado que derrubou o avião em que ele estava viajando. O ato foi rapidamente atribuído aos tutsis, membros da FPR.

Com isso, perseguições contra os tutsis e hutus moderados foram organizadas, primeiramente, na capital de Ruanda, Kigali.

Além disso, os meios de comunicação, principalmente o rádio, foram utilizados para convidar a população hutu a matar os membros do grupo de oposição política, responsáveis pelo ataque.

Os discursos de ódio desencadearam na criação de uma milícia chamada de Interahamwe (“aqueles que atacam juntos”).

Em praticamente três meses, Ruanda foi tomada por uma intensa onda de violência que provocou a morte de 800 mil tutsis.

Tal realidade fez com que, aproximadamente dois milhões de pessoas fugissem rumo aos campos de refugiados no Congo.

O conflito teve seu fim em julho de 1994, quando a Frente Patriótica Ruandense derrotou as tropas governistas.

O atual presidente de Ruanda, Paul Kagame, eliminou as diferenciações postas à população por etnia.

Saiba mais em:

você pode gostar também

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.