Guerra Fria
O século XX foi marcado por conflitos mundiais motivados por divergências entre as grandes potências. O fim da primeira e segunda guerra mundial não representou o fim desses conflitos, mas sim o início de um dos episódios da história responsável por provocar transformações sócio-políticas em vários pontos do planeta: a Guerra Fria.
A Guerra Fria (1947-1991) provocou intensas transformações sócio-políticas e econômicas nos países envolvidos direta e indiretamente no conflito. A disputa entre os países aliados: Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética e os países do Eixo: Alemanha, Itália e Japão acirrariam as diferenças entre essas potências intensificadas pelas divergências ideológicas.
O expansionismo da Alemanha nazista comandada por Adolf Hitler em busca de territórios e matérias-primas para abastecer suas indústrias em crescimento motivaram as grandes potências a declararem guerra aos alemães.
O Reino Unido entrou no conflito por ser a nação europeia mais desenvolvida e principal inimiga de Hitler, os norte-americanos declararam guerra aos países do eixo em 1941 após o ataque a base naval de Pearl Harbor no Oceano Pacífico, já a União Soviética entraria no conflito devido ao descumprimento do Pacto germânico-soviético de não agressão assinado em 1939.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha derrotada foi dividida em zonas de influências comandadas pelas nações vitoriosas: Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e França. Essa divisão logo contaria com a intervenção apenas dos norte-americano e soviéticos, ingleses e franceses nesse momento passariam a se preocupar com a reconstrução de seus países atingidos diretamente pela guerra.
Muro de Berlim
O controle do país alemão pelos aliados representava o início de um dos conflitos mais longos da história: a Guerra Fria. A construção do Muro de Berlim em 1961 representou a concretização do antagonismo entre socialistas e capitalistas. Apesar de durante a guerra a Alemanha ser um inimigo em comum para a União Soviética e os Estados Unidos isso não significava uma aliança entre essas potências ao final do conflito, pelo contrário, as divergências sobre a estratégia de governo a ser adotada criaria um abismo entre as duas.
As diferenças entre Estados Unidos e União Soviética resultariam na bipolarização mundial com a formação de dois blocos antagônicos, um capitalista e outro socialista. Essa disputa ideológica não resultaria em um confronto militar entre as duas grandes potências, porém estimularia o desenvolvimento de conflitos armados em diversas regiões do planeta
A corrida armamentista e nuclear empreendida por norte-americanos e soviéticos colocaria em risco a paz mundial, o mundo esperava a qualquer momento a eclosão de uma nova guerra mundial.
O cientista político francês Raymon Aron definiu em poucas palavras o conflito: “Guerra Fria: paz impossível, guerra improvável”. A paz entre Estados Unidos e União Soviética seria impossível pelo fato das duas nações defenderem interesses diferentes: não havia maneira de ocorrer uma conciliação entre capitalismo e socialismo.
O primeiro defendia o liberalismo econômico, a propriedade privada, a obtenção de lucros e a democracia, o segundo defende uma forte intervenção do Estado em todos os setores da sociedade, a propriedade coletiva e a existência de um único partido político, o comunista.
Segundo Raymon Aron a guerra seria improvável pelo fato das duas potências terem desenvolvido um grande arsenal bélico que se utilizado poderia causar consequências devastadoras inclusive a extinção da raça humana caso as armas químicas fossem utilizadas.
O presidente norte-americano Harry Truman temendo a expansão do socialismo após o término da Segunda Guerra Mundial criou um conjunto de medidas conhecido como Doutrina Truman que tinha como objetivo impedir o avanço do “perigo” comunista.
O Plano Marshall criado pelo secretário de Estado George Marshall fazia parte desse pacote, essa medida possuía a finalidade de oferecer ajuda econômica aos países devastados pela guerra e fortalecer a hegemonia norte-americana no continente europeu.
A União Soviética foi afetada diretamente pela guerra, no entanto conseguiu estabelecer seu domínio nos países do leste europeu e estimular o surgimento de regimes socialistas nessa região.
Para competir com o Plano Marshall, os soviéticos criaram o Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecon), que visava à consolidação dos princípios socialistas nos países aliados ao governo de Moscou através de auxílios militares e econômicos.
Em 1947, os soviéticos lançaram a sua primeira bomba atômica, apesar de fazer parte de um programa de teste nuclear, a comprovação de que a União Soviética possuía armamentos químicos levou a um aumento da tensão entre os regimes socialistas e capitalistas.
Otan e o Pacto de Varsóvia
A criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) simbolizou a união dos países da Europa Ocidental e Estados Unidos para a proteção mútua em caso da deflagração de uma nova guerra. Em contrapartida os socialistas criaram o Pacto de Varsóvia, união militar entre os países do leste europeu liderados pelo governo soviético.
A formação das duas alianças militares estimulou o aumento da produção bélica das duas potências, a Corrida Armamentista se caracterizou pela tentativa de aumentar o domínio ideológico através da instalação de bases militares em todo o mundo, a cada dia, norte-americanos e soviéticos mostravam ao mundo suas novas armas de guerra capazes de devastar a raça humana.
Corrida Espacial
Além do desenvolvimento militar, a Guerra Fria também se caracterizou pelo domínio do espaço aéreo e da tecnologia militar espacial. A Corrida Espacial foi uma tentativa das duas nações de mostrar ao mundo a sua superioridade, em 1957 os soviéticos saíram na frente nessa corrida quando lançou o primeiro satélite para o espaço, o Sputnik.
Ainda nesse ano a União Soviética enviaria a cadela Laika para a órbita, foi o primeiro ser vivo a ser enviado ao espaço. O pioneirismo soviético deixou os americanos em choque, a crença de que eram superiores foi por água abaixo, a ação motivaria os Estados Unidos a intensificar o seu programa aero espacial. O domínio espacial pelas duas potências seria comprovado em 1969 quando a primeira missão liderada pelos norte-americanos chegaria a Lua.
Fora da Europa, à disputa entre socialistas e capitalistas incentivaria a deflagração de conflitos em outras regiões do mundo, entre eles podemos citar: a Revolução Chinesa (1949), a Guerra da Coreia (1950-1953) e a Guerra do Vietnã (1955-1975), a disputa entre as duas correntes ideológicas foi a principal motivação desses acontecimentos.
Outro fator que merece destaque no que se refere à Guerra Fria, é a intensa perseguição promovida pelos Estados Unidos e União Soviética contra aqueles que fossem contra a sua ideologia. Os norte-americanos através do Macarthismo criado pelo senador Joseph McCarthy estabeleceram uma política de combate a qualquer sinal de ideologia socialista em seu território.
O “American way of life”, campanha que visava mostrar ao mundo os benefícios do estilo de vida americano também foi intensificado, a mídia estadunidense se empenhou na tentativa de mostrar ao mundo quão maléfico era o regime socialista. Na União Soviética a ditadura liderada pelo Partido Comunista punia com rigor todos que discordavam do modelo implanto governamental implanto pelos socialistas. Torturas, prisões e morte se tornaram uma constante entre os soviéticos.
Fim da Guerra Fria
A tentativa de reaproximação do governo soviético com o governo norte-americano no final dos anos 1980 representou o caminho para o encerramento da Guerra Fria. O colapso do regime socialista agravado pela intensa crise econômica foi estimulado pelo presidente Mikhail Gorbachev que iniciou uma série de reformas políticas e arranjos com os Estados Unidos.
A queda do Muro de Berlim em 1989 e a desintegração da União Soviética em 1991 simbolizaram a vitória do regime capitalista e o fim da bipolarização mundial.
Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia
A Guerra Fria (1939-1945) provocou intensas transformações sócio-políticas e econômicas nos países envolvidos direta e indiretamente no conflito. A disputa entre os países aliados: Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética e os países do Eixo: Alemanha, Itália e Japão acirrariam as diferenças entre essas potências intensificadas pelas divergências ideológicas.
O expansionismo da Alemanha nazista comandada por Adolf Hitler em busca de territórios e matérias-primas para abastecer suas indústrias em crescimento motivaram as grandes potências a declararem guerra aos alemães. TENDI, FAMOSA GUERRA FRIA