Luís da Câmara Cascudo

Além de ser considerado como um dos mais importantes folcloristas do Brasil, o potiguar exerceu várias funções públicas.

Quem foi Câmara Cascudo? Câmara Cascudo é considerado, até os dias de hoje, como um dos maiores pesquisadores do folclore nacional.

Mas sua atuação não para por aí. Brasileiro do Rio Grande do Norte, ele também foi um reconhecido professor universitário, historiador, antropólogo, jornalista e advogado.

Biografia

Luís da Câmara Cascudo, nacionalmente conhecido apenas por Câmara Cascudo, nasceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 30 de dezembro de 1898. Filho de uma família abastada, veio ao mundo depois que seus três irmãos mais velhos faleceram. Seu pai era coronel e sua mãe dona de casa.

Iniciou os estudos no Externato Coração de Jesus. Depois passou algum tempo estudante com professores particulares. Posteriormente, pela vontade do pai, foi transferido para Colégio Santo Antônio.

Ao longo da vida exerceu várias profissões públicas. Foi consultor jurídico do estado, secretário do Tribunal de Justiça, professor e diretor de escola. Começou a vida acadêmica estudando Medicina. Entretanto, transferiu-se para o curso de Direito, no qual graduou-se na velha faculdade do Recife.

Enquanto adolescente ganhou fama de namorador. Mas, acabou apaixonando-se por Dália, que na época tinha apenas 16 anos. Casaram-se em 1929 e tiveram dois filhos, Fernando Luís e Ana Maria Cascudo.

Suas atividades como jornalista tiveram início no jornal “A Imprensa”, instalado pelo seu pai. Sua primeira coluna foi “Bric-A-Brac”. Nela, ele retratou muitos aspectos da cena cultural de Natal.

Artigos relacionados
1 De 61

Publicou crônicas diárias no jornal “A República” e também foi colaborador de diversos órgãos da imprensa pernambucana. Mas não se restringiu somente ao estado e teve artigos publicados em várias capitais brasileiras.

Muito conservador, a militância na imprensa serviu, principalmente, para que ele atuasse como um divulgador da ideologia integralista, que foi uma adaptação nacional do fascismo.

Seu primeiro livro “Alma Patrícia”, foi editado em 1921. A obra é constituída por pequenos estudos sobre escritores de prosa e poesia que residiam em Natal à época. “Joio” e “Histórias que o tempo leva” foram seus próximos trabalhos na literatura.

A maior fama, porém, veio pelas suas contribuições sobre o folclore brasileiro. “Vaqueiros e Cantadores” foi publicado em 1939 e marca a estreia de Câmara Cascudo neste campo de estudo.

Ainda nesta área, fundou a Sociedade Brasileira de Folclore, propôs uma teoria para a cultura popular e fez um complexo estudo sobre a literatura oral no Brasil, exaltando-a.

Em 1951 começou a lecionar Direito Internacional Público na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Sua obra mais importante no campo do folclore foi publicada três anos depois. “Dicionário do Folclore Brasileiro” tornou-se uma referência mundial no assunto.

Outras obras que consolidaram sua relevância na área foram “Rede de Dormir” (1959), História da Alimentação no Brasil” (1967), “Nomes da Terra” (1968) e “Civilização e cultura” (1973).

Câmara Cascudo continuou a produzir até o final de sua vida. Recebeu inúmeros prêmios, honrarias e homenagens. Alguns anos após sua morte, em 1991, sua imagem estampou a cédula de 50 mil cruzeiros.

Faleceu aos 87 anos na cidade Natal, mesma em que nasceu, no dia 30 de julho de 1986.

Principais obras de Câmara Cascudo

  • Alma Patrícia (1921)
  • Histórias que o tempo leva (1924)
  • Viajando o sertão (1934)
  • Vaqueiros e cantadores (1939)
  • Antologia do Folclore Brasileiro (1944)
  • Os melhores contos populares de Portugal (1944)
  • Dicionário do Folclore Brasileiro (1952)
  • Literatura oral no Brasil (1952)
  • Cinco livros do povo (1953)
  • Antologia de Pedro Velho (1954)
  • Trinta “estórias” brasileiras (1955)
  • Geografia do Brasil holandês (1956)
  • Jangada (1957)
  • Superstições e costumes (1958)
  • Folclore no Brasil (1967)
  • Tradição, ciência do povo (1971)
  • Civilização e cultura (1973)
  • Religião no povo (1974)

Frases de Câmara Cascudo

Comparar é sempre mais cômodo porque estabelece a referência e com ela a compreensão.

Meu pai dizia que a rede fazia parte da família. A rede colabora no movimento dos sonhos.

Cultura popular é a que vivemos. É a cultura tradicional e milenar que nós aprendemos na convivência doméstica. A outra é a que estudamos nas escolas, na universidade e nas culturas convencionais pragmáticas da vida. Cultura popular é aquela que até certo ponto nós nascemos sabendo. Qualquer um de nós é mestre, que sabe contos, mitos, lendas, versos, superstições, que sabe fazer caretas, apertar mão, bater palmas e tudo quando caracteriza a cultura anônima e coletiva.

Comer de pé é modalidade de pasto, indispensável, justo, mas não humano, não natural, não social.

Quem não tiver debaixo dos pés da alma, a areia de sua terra, não resiste aos atritos da sua viagem na vida, acaba incolor, inodoro e insípido, parecido com todos.

você pode gostar também

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.