O que é meritocracia e quais são as suas principais críticas?
A meritocracia é um sistema que se baseia no sucesso pelo esforço e mérito pessoal, desconsiderando para isso os demais fatores externos.
A busca pelo significado de meritocracia torna-se ainda mais relevante no auge das eleições. Isso porque o tema dinamiza as discussões tanto no âmbito social quanto no âmbito político e econômico, entretanto tem sido empregado também no ambiente corporativo.
O que é meritocracia? Em síntese, o termo designa um sistema ou modelo de hierarquização, em que as premiações e conquistas se dão pelo mérito do indivíduo, ou seja, julga-se que é dele a responsabilidade de se sobressair, sem o auxílio da sociedade, do Estado e da família.
Portanto, conforme o dicionário, a meritocracia é um modelo de administração em que os cargos são conquistados conforme o merecimento, considerando para isso o conhecimento e a competência.
Origem
Depois da Revolução Francesa e a ascensão de Napoleão Bonaparte, o novo dirigente considerou que o fato da pessoa vir de uma família nobre e burguesa não interferiria nas carreiras públicas. Em outras palavras, a sua origem não iria determinar a sua ascensão, somente o seu esforço pessoal.
O pensamento se expandiu no século XIX, principalmente nos países anglo-saxões, sendo bem recebido pelos Estados Unidos da América.
Esse ideal acabou por respingar em políticas públicas cujo objetivo era possibilitar oportunidades igualitárias a todos os cidadãos. Sendo uma delas, a de maior sucesso, a do Estado de Bem-Estar Social.
Contudo, esse conceito só faz sentido em uma sociedade em que todos detenham as mesmas condições sociais, econômicas e psicológicas.
O que é meritocracia?
O escritor, sociólogo e político inglês Michael Young (1915-2002), ao lançar a sua obra The Rise of Meritocracy (1958), foi o incumbido do vocábulo meritocracia.
No romance, Young cria uma sociedade que seria avaliada por seus méritos. No entanto, a ação acaba por causar um efeito negativo, ao aumentar a discrepância existente entre a elite e a população.
Essa é também uma das maiores críticas sociais ao modelo.
Vale destacar que, no período, a literatura criticava o sistema educacional britânico, pois ele sujeitava crianças a testes de inteligência os quais iriam decidir suas vidas profissionais.
Ao longo do tempo, a expressão foi incorporada pelos pensadores, políticos, empresários, entrou no cerne da discussão de toda a sociedade, para fins econômicos, na justiça e até mesmo no mundo dos negócios.
Criticas à meritocracia
Alguns estudiosos, filósofos e sociólogos não veem com bons olhos a meritocracia e a consideram, em muitos casos, um meio que aumenta ainda mais a desigualdade. Isso porque, para eles, a ascensão pessoal, profissional ou social não depende única e exclusivamente do esforço do ser humano, mas de fatores externos.
Assim sendo, as oportunidades que a pessoa tem ao longo da vida, tais como as condições financeiras, oportunidade de estudo, contatos pessoais e profissionais, poderão lhe proporcionar uma posição privilegiada se comparado a quem não teve as mesmas chances.
Portanto, a crítica central está no cerne de que o esforço de cada um não é o único item a considerar o sucesso ou o fracasso. E esses ideais, podem, inclusive, potencializar a desigualdade social.
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