Seleção natural
Continue lendo para conhecer a teoria evolutiva defendida por Charles Darwin!
A seleção natural é uma teoria evolutiva proposta por Charles Darwin. Com base nela, é possível explicar a transformação dos seres vivos, a adaptação deles ao ambiente e como se originam as novas espécies.
O que é seleção natural?
Na seleção natural, os indivíduos que possuem as características mais apropriadas para viver num determinado habitat são selecionados naturalmente. Dessa forma, eles possuem maior probabilidade de se reproduzirem e gerar descendentes, evitando assim a extinção.
Em um conceito amplo, a seleção natural preserva os indivíduos com as variações favoráveis e elimina aqueles que têm as variações prejudiciais.
No entanto, é importante lembrar que a evolução não acontece em saltos, mas sim ao longo do tempo. Por isso, são necessárias várias gerações, às vezes até milhares de anos, para que seja possível perceber uma mudança evolutiva.
Como ocorre a seleção natural?
Podemos explicar o mecanismo de seleção natural proposto por Darwin em seis etapas:
- Dentro de uma mesma espécie os indivíduos apresentam diferenças morfológicas e fisiológicas.
- Essas variações são transmitidas aos descendentes.
- Nem todos os indivíduos de uma espécie se reproduzem, evitando assim o crescimento acelerado da população.
- Os recursos são limitados e, por isso, os indivíduos precisam lutar pela sua sobrevivência e de sua prole.
- Para Darwin, apenas os mais adaptados sobrevivem e deixam descendentes. Essas características que fazem esses indivíduos serem mais adaptados são hereditárias e, portanto, repassadas aos descendentes.
- Pela seleção natural, todas as espécies são representadas pelos indivíduos mais adaptados aquele ambiente.
Tipos de seleção natural
Insetos
Imagine uma população de insetos se reproduzindo de forma sexuada rapidamente, com muitos genes mutantes presentes. Quando essa população for submetida a um determinado inseticida por um período prolongado de tempo, os indivíduos mais sensíveis irão morrer.
Os mutantes resistentes permaneceram vivos e se reproduzindo, repassando essa característica de resistência aos descendentes. Observe que a mutação responsável pela maior resistência desses insetos não foi causada pelo inseticida, ela já existia em baixa frequência e foi selecionada por esse produto.
Ao longo do tempo, todos os indivíduos mais sensíveis irão desaparecer e só restarão os resistentes, nesse momento o inseticida usado não será mais eficiente para aquela população.
Bactérias
As infecções causadas por bactérias são tratadas com antibióticos. Eventualmente, uma bactéria mutante pode produzir enzimas que destroem o antibiótico. Dessa forma, as bactérias sensíveis morrem e as mutantes sobrevivem e se reproduzem.
Note que, se não houver antibiótico, essa característica do mutante é irrelevante para ele e ao longo do tempo será eliminada. Essas bactérias mutantes e muito resistentes são chamadas popularmente de superbactérias e podem causar infecções graves ao organismo.
Anemia falciforme
A anemia falciforme é causada pela presença de um alelo que modifica o gene produtor de hemácias. Os indivíduos homozigotos, que possuem dois alelos que condicionam a doença, apresentam a forma mais grave da doença e geralmente morrem cedo.
Os indivíduos heterozigotos, ou seja, que possuem um alelo normal e um alelo que condiciona a anemia falciforme, também apresentam a doença, entretanto de forma branda. Sabe-se que os indivíduos heterozigotos possuem resistência à malária.
Em algumas regiões do continente Africano, a frequência do alelo causador da anemia falciforme se tornou muito alta. Como nessas regiões africanas a malária é muito comum, os indivíduos heterozigotos foram selecionados pois são resistentes a ela.
Enquanto as pessoas que não possuem nenhum gene para anemia falciforme podem contrair facilmente malária.
Seleção sexual
Em algumas espécies foram selecionadas características que ajudam o indivíduo a conseguir um parceiro sexual. Esse é o caso dos pavões, onde as fêmeas escolhem os machos que possuem cauda mais atraente.
Acredita-se que a escolha por animais com cores atraentes ou aparência vistosa podem ser um indicativo que aquele animal é saudável e irá ter uma prole com as mesmas características.
Formação de novas espécies
A formação de novas espécies é um fenômeno chamado de especiação. Vamos usar como exemplo uma planta que tem folhas médias e vive em um habitat com todas as condições hídricas e climáticas favoráveis.
Suponha que pássaros levem as sementes dessa planta para dois ambientes diferentes: um com déficit hídrico e seco, e o outro com muita disponibilidade de água e alta umidade relativa do ar.
As sementes que germinarem no primeiro ambiente que é seco, provavelmente terão as folhas estioladas, fazendo com que elas apresentem um estreitamento para diminuir a perda de água. Já aquelas que germinarem no ambiente úmido, terão o alargamento da lâmina foliar que possibilitam maior taxa fotossintética.
Se a população original e as duas novas permanecerem isoladas, os descendentes apresentaram as mesmas características de adaptação selecionadas. E como não haverá cruzamento entre as plantas com características diferentes, podem surgir daí duas novas espécies.
Charles Darwin
Charles Darwin (1809-1882) foi um naturalista inglês que revolucionou as teorias evolutivas. Ele dedicou sua vida para entender a origem das diferentes espécies do planeta.
Durante 20 anos, Darwin se dedicou a coletar evidências que provassem sua ideia de seleção natural. Ele esteve na expedição do navio Beagle, em viagem às ilhas Galápagos, no Equador e foi nessa viagem que ele reuniu maior parte das provas.
As conclusões de Darwin acerca da seleção natural foram publicadas no livro The Origin of Species by Means of Natural Selection ou A Origem das Espécies através da Seleção Natural, em tradução livre para o português. A primeira edição do livro contava com mais de mil exemplares e se esgotou em apenas um dia.
Veja também:
- Neodarwinismo
- Lamarckismo
- Exercícios – Lamarckismo, darwinismo e neodarwinismo
- Primeira Lei de Mendel – Monoibridismo
- Segunda Lei de Mendel ou Diibridismo
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