Governo de Washington Luís (1926-1930)

Washington Luís foi o 13° presidente do Brasil e o último presidente do período conhecido como República Velha. Ele governou o país entre os anos de 1926 e 1930, ano de sua deposição.

O governo de Washington Luís foi marcado pela crise econômica mundial de 1929 e pelo fim da Política do Café com Leite.

Biografia de Washington Luís

Washington Luís Pereira de Sousa nasceu no dia 26 de outubro de 1869, na cidade de Macaé, interior do estado do Rio de Janeiro. Contudo, ele se considerava paulista e se destacou como político pelo Partido Republicano Paulista (PRP).

O fato de ser oriundo de uma família pobre não o impediu de estudar no Colégio Pedro II, instituição tradicional do Rio de Janeiro.

Washington Luís ficou conhecido como um “presidente moderno” por investir em várias áreas do conhecimento, tais como ciências sociais, historiografia e museologia.

Além disso, ele estimulou o avanço de técnicas voltadas para a melhoria da administração estatal.

Seu governo foi profundamente atingido pela crise de 1929, que afetou drasticamente o setor cafeeiro, base da economia brasileira na época.

Sua imagem acabou se desgastando em razão dos movimentos operário e tenentista, e devido à oposição de parte das oligarquias nacionais.

Sendo assim, ele foi deposto no dia 24 de outubro de 1930, através de um golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas. Tal movimento que provocou a sua queda ficou conhecido como Revolução de 1930.

Este acontecimento representou o fim da República Velha e por consequência, o fim da Política do Café com Leite.

Após sua deposição, Washington Luís se exilou nos Estados Unidos e na Europa. Em 1957, retornou ao Brasil e faleceu aos 87 anos.

Governo Washington Luís

O governo Washington Luís iniciou-se com o encerramento do Estado de Sítio determinado por seu antecessor, Artur Bernardes.

Em 1927, promulgou a Lei Celerada que visava:

• Censurar a imprensa;
• Impedir a reunião da população;
• Colocar o Partido Comunista Brasileiro (PCB) na ilegalidade;
• Impedir a revolta dos trabalhadores.

Criou um projeto cujo lema era Governar é abrir estradas, que tinha o objetivo de construir estradas pelo país. Sendo assim, ele foi o responsável por inaugurar a primeira rodovia asfaltada do país, a Rio-Petrópolis.

Na economia, seu governo buscou fortaleceu a moeda local, estabilizando a balança comercial, estimulando a exportação dos produtos internos e taxando os externos.

Contudo, a crise de 1929 impossibilitou o sucesso da medida, além de provocar uma queda expressiva nos valores das sacas de café.

O setor cafeeiro era a base da economia nacional, correspondendo a 70% dos produtos exportados. Por isso, a queda do preço do grão afetou profundamente a economia do país.

Os produtores de café se viram completamente atingidos pela crise e exigiram alguma ação por parte do presidente que os beneficiassem.

No entanto, Washington Luís não concedeu empréstimos e não reduziu o valor da moeda. Tais medidas marcaram o fim do Convênio de Taubaté, que protegeu o setor cafeeiro por décadas.

Além disso, a Política do Café com Leite determinava que o sucessor de Washington Luís deveria ser um representante das oligarquias mineiras, já que ele representava os paulistas.

Entretanto, não houve a garantia da alternância dos dois estados no poder, pois ele preferiu apoiar Júlio Prestes, governador de São Paulo.

Revoltados com a ação do presidente, o Partido Republicano Mineiro reagiu formando a Aliança Liberal, em parceria com outros estados.

Fim do governo de Washington Luís

O fim do governo Washington Luís ocorreu pouco antes de seu mandato chegar ao fim. Ao apoiar Júlio Prestes para o suceder, ele causou revolta não somente nos mineiros, mas nos gaúchos e paraibanos que disputaram a presidência com o paulista e saíram perdedores.

O assassinato do político paraibano e candidato a vice-presidência João Pessoa foi o estopim para a Revolução de 1930, que ascendeu Getúlio Vargas ao poder, impedindo que o então presidente terminasse seu governo no tempo determinado.

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