Os índios no Brasil
Estima-se que viviam no Brasil antes da chegada dos portugueses cerca de 5 milhões de índios, dividido em quatro tribos principais. No entanto nos dias de hoje esse número pode chegar a 800 mil.
Acredita-se que antes dos europeus chegarem à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só no território brasileiro, estima-se que viviam 5 milhões de nativos.
Dessa forma, os índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam, sendo eles: tupi-guaranis, localizado na região do litoral, macro-jê ou tapuias, situados na região do Planalto Central, aruaques ou aruak, localizados na Amazônia e caraíbas ou karib também encontrados na Amazônia.
Apesar do alto número de indígenas no Brasil antes da chegada dos europeus, acredita-se que ocupem o território brasileiro nos dias de hoje, apenas 800 mil índios.
Eles vivem principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 305 etnias indígenas e 274 línguas. No entanto, o contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem a identidade cultural.
Sociedade indígena
O relacionamento entre as tribos era baseado em regras sociais, políticas e religiosas, e o contato entre elas só acontecia em momentos de guerra, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Apesar de várias generalizações em relação às tribos existentes, existem alguns relatos do século XVI que esclarecem alguns hábitos dos tupi-guarani.
De acordo com registros, essa tribo se organizava em aldeias que variam entre 500 e 750 habitantes, sendo a presença da aldeia temporária e todo o seu contingente era dividido entre seis e dez casas, sendo que cada uma delas poderia variar de tamanho e comprimento de acordo com as necessidades materiais e culturais de cada aldeia.
Para buscarem sustento, os tupis desenvolveram a exploração da coleta, da caça, da pesca e, em alguns casos, das atividades agrícolas.
De acordo com o ponto de vista político, essas comunidades não contavam com nenhum tipo de organização estatal ou hierarquia que pudesse distinguir seus integrantes. No entanto, alguns guerreiros e chefes espirituais eram valorizados pelas habilidades que detinham.
As tarefas do cotidiano poderiam variar segundo o gênero e a idade de cada um dos integrantes da aldeia. Mas, na maioria das vezes, as mulheres tinham a obrigação de desenvolver as atividades agrícolas, fabricar peças artesanais, processar os alimentos e cuidar dos menores.
Enquanto os homens deveriam realizar o preparo das terras e as atividades de caça e pesca. Tendo outro modelo de organização familiar, os índios organizaram casamentos, e em alguns casos era aceito a poligamia.
Historicamente a situação dos índios variou entre quadros de completo abandono, perseguição e miséria. Até meados da segunda metade do século XX, acreditava-se que a presença dos índios chegaria a um fim. No entanto, os indígenas hoje buscam o reconhecimento de seus direitos pelo Estado e ainda sofrem grandes obstáculos.
Contato com os portugueses e escravidão
A chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, causou muita estranheza tanto para os nativos, quanto para os portugueses, já que ambos os povos possuíam cultura muito distinta e pertenciam a mundos diferentes.
Em geral, o maior contato desenvolvido entre índios e europeus aconteceu nas faixas litorâneas, onde era predominante os índios da tribo tupi-guarani. Apesar de o primeiro contato com o povo europeu ter sido amigável, posteriormente, quando começou a exploração agrícola os indígenas foram extremamente prejudicados.
Eles foram enganados, explorados, escravizados e, em muitos casos, massacrados pelos portugueses. Além de perderem terras, e as mulheres serem atacadas, foram também forçados a abandonar sua cultura em favor da cultura europeia.
Apesar de muitas tribos indígenas terem enfrentado os portugueses, através de guerras, os índios ficaram prejudicados, uma vez que eles não tinham armas de fogo como os portugueses.
Cultura indígena
A cultura indígena se manifesta através da religião e crenças, moradia, modo de vida, artesanato, pintura, música, alimentação, entre outros. A diversidade étnica fez com que muitos aspectos culturais fossem desenvolvidos.
Quando se trata de religião e crenças, vale destacar que os povos indígenas possuem muitas crenças e superstições. Apesar de não possuírem templos, algumas tribos adoravam ao deus do Sol (Guaraci) e a Lua (Jaci).
Alguns dos grupos indígenas acreditavam na existência dos espíritos, na reencarnação dos seus antepassados e na compreensão dos fenômenos naturais como divindades.
Os indígenas geralmente moram e ocas ou malocas. Estas costumam medir 20 metros de comprimento, 10 metros de largura e 6 metros de altura. Os materiais utilizados para a produção são folhas de palmeiras e madeira. Em cada oca, habitam várias famílias.
As nações indígenas possuem um líder. Este comanda nas guerras e caçadas. Quando essa autoridade precisa de aconselhamento para tomar alguma decisão, geralmente consulta os anciãos da tribo. Entre esses, se encontra a figura do Pajé, que é considerado um líder espiritual. Além de ser quem se comunica com as divindades.
Em relação aos acessórios, os indígenas costumam construir os seus próprios. Isso vai desde ferramentas de caça à vestimenta ou artesanato, incluindo cestas, bolsas, esteiras, instrumentos musicais, esculturas, entre outros.
A pintura costuma ser abstrata. Isso desde a cerâmica até pinturas corporais. Porém, ao contrário do que se pensam, esses desenhos estão longe de ser considerados primitivos. Os elementos naturais são fundamentais para essas produções. Por exemplo, as penas coloridas das aves.
Educação indígena
Não é segredo que grande parte das comunidades indígenas estão mais próximas da civilização. Logo, se torna cada vez mais complicado manter as tradições indígenas e a linguagem totalmente intacta.
Pensando nisso, a educação indígena atual tende a promover um equilíbrio. Ou seja, buscar alternativas para que a linguagem oficial não seja totalmente alterada. Dentre essas opções, está a de possuir um professor bilíngue, que consiga transmitir ambas as línguas. Além da promoção de programas especializados.
Pensando nessa miscigenação, o governo criou leis que asseguram os direitos indígenas na educação, como A Lei de Diretrizes e Bases de 1996, que garante aos indígenas uma educação especializada, com a grade curricular voltada à comunidade.
Arte indígena
A arte indígena pode ser considerada um dos pilares para a arte brasileira. As cerâmicas, máscaras, pintura corporal, cestaria e plumagem podem se integrar no que se nomeia arte indígena. Em diversas tribos existentes, traços artísticos similares podem ser encontrados.
A cerâmica se encontra presente em diversas tribos indígenas. Uma das características mais marcantes é o fato de não possuírem roda de oleiro. Mas, da mesma forma, as peças são impressionantes. Geralmente, quem produz as cerâmicas são as mulheres.
As máscaras são extremamente simbolistas. Em sua maioria, são constituídas por casca de árvores e podem ser enfeitados com plumagem. As lendas indígenas, no geral, afirmam que as máscaras representam entidades que possuíam conflitos com as tribos indígenas. Por isso, as danças servem para acalmar e alegrar essas entidades.
Principais tribos indígenas no Brasil
As principais tribos indígenas do Brasil são:
- Guarani – População: 46.566;
- Ticuna – População: 26.813;
- Caingangue – População: 25.755;
- Macuxi – População: 23.182;
- Terena – População: 19.851;
- Guajajara – População: 19.524;
- Ianomâmi – População: 16.037;
- Xavante – População: 12.848;
- Pataxó – População: 10.664;
- Potiguara – População: 10.036
Línguas indígenas
Os indígenas brasileiros falam diversas línguas. Estas se reúnem em diversos troncos linguísticos. Os principais troncos linguísticos indígenas são:
- Tupi ou Macro-Tupi;
- Macro-Jê;
- Aruak.
Algumas tribos indígenas não fazem parte de nenhum tronco linguístico. Estas são: Túkunas, Trumais e Irântxe. Além disso, existem línguas indígenas que foram extintas. Isso aconteceu principalmente pelo contato com os brancos.
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