Maniqueísmo

O maniqueísmo é uma filosofia religiosa que crê em um mundo baseado na dualidade: bem e mal, certo e errado.

Maniqueísmo é uma filosofia religiosa que crê em um mundo fundamentado por uma dualidade entre opostos: bem e mal, trevas e luz.

Fundada por Manes, conhecido também como Maniqueu, um filósofo cristão do século III, tal filosofia perdeu força com o passar do tempo.

No entanto, o seu pensamento foi inserido na linguagem, se tornando um termo pejorativo e simplista, com uma tendência a reduzir as questões entre meros opostos.

O maniqueísmo como fonte de preconceitos

A interpretação maniqueísta associada à visão etnocêntrica que padroniza todas as relações a partir das suas crenças, compreende tudo o que é diferente como algo negativo, do mal.

Se relacionado ao etnocentrismo, o maniqueísmo pode gerar preconceitos em relação a determinados grupos e indivíduos a medida em que visão etnocêntrica generaliza a forma como as atitudes e os pensamentos devem ser.

A visão maniqueísta do mundo, fundamentada em aspectos preconceituosos, tende a “demonizar” o outro.

Santo Agostinho e maniqueísmo

Santo Agostinho, influenciado pelo maniqueísmo, conseguiu unir a fé cristã à razão. No entanto, no decorrer de seus estudos, ele encontrou contradições que o fizeram abandonar o maniqueísmo.

Tais incoerências se concentravam na visão de Deus e na adoção do mal enquanto um dos princípios da filosofia religiosa em questão.

Santo Agostinho acredita que o mal se caracteriza pela ausência do bem, não possuindo, assim, uma existência própria.

Com isso, ele se apoiou em outro dualismo, o de Platão. A partir dele, Santo Agostinho refletiu sobre a relação entre o corpo e a alma, a base racional do seu pensamento.

Maniqueísmo na política

O maniqueísmo na política se faz presente em debates que assumem uma postura de polarização ao desconsiderar a complexidade das relações e das teorias políticas, reduzindo a política a algo simplista.

A polarização leva o cenário político a ter uma postura baseada no que é certo e errado. Assim, as diferentes correntes influenciadas por ideologias atestam que a sua postura é a correta e a do bem e seus adversários são os errados, os sujeitos do mal.

Essa perspectiva vai de encontro com o que é pregado pela democracia, construída por meio do diálogo e do embate de ideias, onde tanto a fala quanto a escuta são valorizadas.

Desse modo, o maniqueísmo, quando adotado no âmbito político, insere os adversários políticos no campo da inimizade, impedindo a ocorrência de um debate reflexivo, essencial para a democracia.

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