Medicamento usado no combate ao piolho pode ser eficaz contra o coronavírus

Ivermectina, remédio usado para piolhos, mostrou eficácia em estudo in vitro no combate a Covid-19. Cientistas destacam necessidade de testes em humanos.

Na corrida pelo combate ao novo coronavírus e nas constantes pesquisas a procura de uma vacina ou um remédio para o vírus, eis que surge uma luz no fim do túnel.

A ivermectina, um medicamento administrado contra parasitas, como é o caso do piolho, poderia ser comprovada eficaz contra a Covid-19.

As esperanças vieram por meio de um estudo in vitro realizado por pesquisadores da Universidade de Melbourne e do Hospital Royal Melbourne, na Austrália. A pesquisa apontou que o remédio é capaz de matar o novo coronavírus em 48 horas.

Testes em medicamentos existentes

Além desses cientistas, outros de todo o mundo trabalham constantemente em testes para verificar a eficácia de inúmeras drogas, aplicadas já para outras doenças, como aliadas na eliminação do novo coronavírus. Dentre elas, estão a cloroquina, medicamentos usados no tratamento da AIDS e, mais recente, a ivermectina.

Segundo Fernando Bozza, infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em momentos como o atual, de uma nova epidemia, é muito complicado criar uma droga totalmente nova.

“Uma das estratégias que usamos no mundo todo é tentar reposicionar alguma outra droga já conhecida. Ou seja, testar sua eficácia na nova doença”, complementa.

Ivermectina

A ivermectina é indicada como um medicamento contra parasitas, como é caso dos piolhos, mas já recebeu testes para dengue e zika, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, e a H1N1, também causada por vírus.

“Nós descobrimos que uma única dose consegue, essencialmente, remover todo o RNA viral (da Covid-19) em 48 horas. Em 24 horas já há uma redução significativa”, argumentou Kylie Wagstaff, principal autora do estudo.

Porém, a especialista destacou que o estudo foi feito in vitro, com células, sendo necessário ainda os testes em seres humanos: “A ivermectina é um remédio muito usado e considerado seguro. […] Mas precisamos descobrir agora que dosagem seria mais eficaz em humanos. Este é o nosso próximo passo”.

Assim, como destacou o infectologista da Fiocruz, Fernando Bozza, Kylie sublinhou que, no cenário de pandemia, uma droga conhecida é mais veloz em se chegar a um tratamento eficaz. “Como não existe nenhum tratamento aprovado, se temos um composto que já está disponível em todo o mundo e se revela eficaz, isso pode ajudar as pessoas. Sendo realista, vai demorar ainda um tempo até conseguirmos uma vacina”.

ATENÇÃO! Vale lembrar que a ivermectina é um medicamento e não deve ser tomada sem prescrição médica. E como traz a bula médica, o remédio é contraindicado para uso por pacientes com hipersensibilidade à ivermectina ou aos demais componentes deste medicamento; pacientes com meningite ou outras afecções do Sistema Nervoso Central que possam afetar a barreira hematoencefálica, devido aos seus efeitos nos receptores GABA-érgicos do cérebro.

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