O Príncipe de Maquiavel

O Príncipe foi um livro escrito por Nicolau Maquiavel, publicado no século XVI.

O Príncipe é a obra mais famosa escrita por Nicolau Maquiavel. Publicado em 1532, o livro aborda questões referentes à política e às habilidades de dominação. O livro de Maquiavel foi utilizado para aconselhar soberanos.

Biografia de Nicolau Maquiavel

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, na Itália, no dia 3 de maio de 1459. Durante sua juventude, foi governado por Lourenço de Médici.

Aos 29 anos, ingressa na vida política, cumprindo a função de Secretário da Segunda Chancelaria. Durante esse período, tornou-se poeta, diplomata, historiador e músico.

É considerado um dos criadores do pensamento político moderno por ter desenvolvido trabalhos sobre o Estado e o governo. Além disso, é visto como um dos principais intelectuais do Renascimento.

Contexto da obra

A obra de Maquiavel é considerada um manual político para os estadistas que desejavam se manter no poder e ampliar suas conquistas.

Durante todo o livro, Maquiavel busca ensinar ao governante como planejar e ponderar seus atos, visando a estabilidade do governo/Estado.

Ele utiliza como exemplo vários fracassos e sucessos de reis para elucidar seu posicionamento.

Durante o período de sua escrita, a Europa vivia a retomada do humanismo, que ia ao encontro do poder teológico-político de imperadores e papas.

Tal realidade significou a recuperação do humanismo cívico, disposto a construir um diálogo entre a burguesia (em ascensão) e a Coroa.

Maquiavel via o questionamento do absolutismo dos reis em um momento em que nascia uma elite burguesa sedenta por poder, assim como, nascia uma efervescência em relação à liberdade individual.

O teocentrismo era questionado ao mesmo tempo em que desejava-se um príncipe com as qualidades necessárias para garantir a segurança do território.

Assim, O Príncipe foi produzido visando legitimar o poder exercido pelo governante. Tal legitimação seria essencial para a manutenção do Estado, cabendo ao soberano saber articular suas qualidades e sua fortuna.

Para Nicolau Maquiavel:

[…] não cabe nesta imagem a ideia da virtude cristã que prega uma bondade angelical alcançada pela libertação das tentações terrenas, sempre à espera de recompensas no céu. Ao contrário, o poder, a honra e a glória, típicas tentações mundanas, são bens perseguidos e valorizados. O homem de virtú pode consegui-los e por eles luta.

Foi a partir dessa interpretação, de que tudo é justificável dentro da esfera política, que fez surgir a ideia de que “os fins justificam os meios”.

Maquiavel colocava a ação política em primeiro lugar, ocupando um local que poderia romper com a moral social.

Assim, nada deveria limitar a prática política, nem mesmo a conduta moral. Para ele, o maior objetivo da política era conservar a estabilidade social e do Estado a todo custo. Com isso, o soberano deveria ter coragem para romper com a conduta social.

Maquiavel afirmava que:

Um príncipe não deve, portanto, importar-se por ser considerado cruel se isso for necessário para manter os seus súditos unidos e com fé. Com raras exceções, um príncipe tido como cruel é mais piedoso do que os que por muita clemência deixam acontecer desordens que podem resultar em assassinatos e rapinagem, porque essas consequências prejudicam todo um povo, ao passo que as execuções que provêm desse príncipe ofendem apenas alguns indivíduos (MAQUIAVEL, 2002, p. 208)

Nicolau Maquiavel trouxe uma nova visão ao poder político, até então sacralizados pelos valores cristãos.

Por ter abordado questões que ainda hoje são importantes para o exercício do poder na política, ele é visto como um dos pais da Ciência Política.

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