Vicente de Carvalho

Advogado, jornalista, político, deputado, poeta e contista brasileiro. Conheça as diversas facetas de Vicente de Carvalho.

Vicente Augusto de Carvalho, conhecido somente por Vicente de Carvalho, foi um advogado, jornalista, político, deputado, poeta e contista brasileiro. Seu livro Rosa, Rosa de Amor o consagrou como o poeta do Parnasianismo.

Apesar de suas diversas atuações, ficou conhecido essencialmente como poeta. Seus poemas abordam temas como o amor, a morte, a natureza e em especial o mar.

Em suas atuações políticas, ficou conhecido como um grande defensor do abolicionismo e do regime republicano. Confira detalhes de sua biografia, poemas e obras publicadas.

Biografia resumida

Vicente de Carvalho nasceu em Santos, São Paulo, no dia 5 de abril de 1866. Fez seus primeiros estudos na cidade de Santos.

Filho de pais abastados, teve seu primeiro contato com a literatura ainda na infância. Aos 8 anos escreveu seus primeiros versos.

Aos 11 anos abandonou os estudos e foi trabalhar no comércio. Mais tarde, foi levado para São Paulo para estudar no Seminário Episcopal.

Aos 20 anos, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo.

Vicente de Carvalho
Primeira edição da primeira obra de poesias “Ardentias” (1885).

Em 1885, publicou seu primeiro livro, Ardentias, marcado de características românticas.

No cenário político, atuou como deputado e membro da comissão de redação da Constituição do Estado de São Paulo, tendo abandonado a política logo depois.

No começo do século XX, atuou também como jornalista nos jornais O Estado de São Paulo e A Tribuna. Em seguida, fundou o Diário da Manhã, em Santos e, em 1905, O Jornal.

Foi nomeado juiz de direito e, sete anos depois, assumiu o cargo de Ministro da Justiça do Estado de São Paulo.

Mesmo atuando como jornalista, político e advogado, nunca abandonou sua preferência pela literatura. Como jornalista, foi um militante assíduo das causas abolicionistas e do regime republicano.

Morreu aos 58 anos de idade em sua cidade natal, Santos.

Estilo literário

Apesar de apresentar características românticas em sua primeira obra, é considerado um poeta parnasiano. Isso porque Vicente de Carvalho inicia sua carreira quando o Parnasianismo já se empenhava em aniquilar o sentimentalismo romântico.

As principais características do estilo literário de Vicente de Carvalho são:

  • Simplicidade de expressão;
  • Presença marcada de sentimentos humanos (raiva, revolta, amor, ternura, etc.);
  • Presença de clareza e sinceridade em suas obras no geral.

Parnasianismo

Segundo Massaud Moisés, “o culto a Camões, modelo de poesia lírica e de soneto de recorte preciso e discursivo, o gosto do lirismo tradicional, a projeção para o mar e os temas histórico-poéticos — tudo isto denuncia”, em Vicente de Carvalho, “um poeta formalmente apegado ao ideário parnasiano”.

O Parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo.

Esse estilo de época se desenvolveu na poesia partir de 1850, na França, visando retomar a cultura clássica. Sua literatura é escrita em sonetos.

O movimento caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia.

Soneto de Vicente de Carvalho

 Cantigas Praianas

Ouves acaso quando entardece
Vago murmúrio que vem do mar,
Vago murmúrio que mais parece
Voz de uma prece
Morrendo no ar?

Beijando a areia, batendo as fráguas,
Choram as ondas, choram em vão:
O inútil choro das tristes águas
Enche de mágoas
A solidão…

Duvidas que haja clamor no mundo
Mais vão, mais triste que esse clamor?
Ouve que vozes de moribundo
Sobem do fundo
Do meu amor.

Principais obras de Vicente de Carvalho

  • Ardentias (1885)
  • Relicário (1888)
  • Rosa, Rosa de Amor (1902)
  •  Poemas e Canções (1908)
  • Versos da Mocidade (1909)
  • Páginas Soltas (1911)
  • A Voz dos Sinos (1916)

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