Cultura africana
A cultura africana é caracterizada por uma diversidade de manifestações culturais e folclóricas.
A cultura africana é caracterizada pela diversidade de manifestações culturais e folclóricas que abrangem o continente africano.
A África é rica em crenças religiosas, músicas, danças, manifestações artísticas, culinária, entre outros.
Mesclando inúmeros fatores, como os migratórios, a colonização europeia e a pluralidade de etnias, a África é hoje o continente em que o seu povo fala inúmeros idiomas e dialetos e é altamente pluricultural.
Aspectos gerais da África
Os regimes coloniais acabaram por destruir grande parte das manifestações culturais africanas.
Por consequência disso, os povos africanos modernos possuem um embate com o nacionalismo árabe e o imperialismo europeu.
Ao se referir às culturas tradicionais, houve a preservação e propagação pelo continente africano em função dos fluxos migratórios ocorridos pela África.
Além disso, a maioria das culturas do povo africano eram sustentadas nas tradições orais, o que não representa a inexistência da escrita.
Etnocentrismo, eurocentrismo e culturas africanas
Vale ressaltar que a história dos povos africanos foi escrita e reproduzida por seus colonizadores europeus, que eram os missionários e viajantes.
Deste modo, os colonizadores usufruíram da mão de obra escrava de africanos. Além disso, usurpavam seus direitos, como era o caso de contar a sua própria história.
Assim, as ciências europeias do século XIX, o etnocentrismo e o eurocentrismo, são os incumbidos das narrativas das culturas africanas.
Para eles, a nação africana é formada por povos bárbaros e primitivos, semelhantes a animais.
Esse olhar só foi modificado no século XX, ao passo em que os primeiros países foram conquistando a independência e indo em busca da recuperação de suas tradições.
Nos dias atuais, mediante a independência dos países africanos, existe um empenho em se retomar as tradições culturais africanas, assim como se criar uma historiografia regional.
Organização política da África
Os africanos podem ser caracterizados como nômades ou assentar em um território para levantar impérios grandiosos.
A sua formação pode ser também em tribos menores ou maiores, nas quais o chefe político e o sacerdote podem ser uma única pessoa.
Administrados por clãs de linhagem ou classes sociais peculiares, os povos africanos compõem grandes patrimônios materiais e imateriais existentes até os dias atuais.
Esses patrimônios passam a ser uma herança que repercute a história e o meio ambiente em que foram concebidos, contendo aspectos dos desertos, das florestas tropicais, das montanhas, entre outros.
Principais povos e culturas da África
Entre as diferentes civilizações africanas, a principal delas é a egípcia.
Os egípcios foram os pioneiros na construção de um império africano, isso há mais de 5 mil anos.
Na Nigéria, as cerâmicas de Nok sinalizam a existência de uma civilização desenvolvida entre o século V a.C ao II d.C. Depois, no século XIII, emerge o Reino do Congo.
Demais povos, como os Berberes e os Bantos também formaram a população africana. Esses eram nômades do deserto do Saara e habitantes das regiões da Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões.
No entanto, apenas a partir do século XV que os africanos passaram a ser colonizados pelos europeus. Contudo, ao chegar no século XIX, o território já estava praticamente dominado pelas metrópoles europeias, isso até meados do século XX.
Religiões africanas
As religiões africanas são caracterizadas por diferentes cultos, sublinhando o islamismo e o cristianismo.
Porém, além desses há as religiões consideradas tradicionais, só que vistas como magia e feitiçaria em outras culturas.
Os europeus veem os africanos como povos animistas, tendo em vista que uma parcela de seu povo cultua os espíritos de árvores, pedras, dentre outros e, também, cogitam a existência de outras forças.
Os povos africanos apresentam origens mitológicas distintas para descrever as suas origens. No entanto, detêm de um panteão e veneram os antepassados e as divindades naturais.
A figura mais popular das regiões engloba o culto aos Orixás, que são divindades originadas pelo Ioruba ou Nagô e abrangem uma extensa pluralidade de crenças e ritos.
De outro modo, mediante as religiões africanas, o sagrado e o profano não se distinguem e nem se separam.
Arte plástica africana
Várias são as formas artísticas do povo africano, especialmente associadas às suas religiões.
Eles criavam artefatos, tais como máscaras, estatuetas, entre outros, esculpidos em madeira e demais materiais.
As artes plásticas dos africanos possuíam símbolos destinados às divindades e aos itens do cotidiano. Na sua interpretação, elas representavam o sagrado, o profano ou elementos culturais.
Os povos Bakongo faziam as esculturas em marfim e essa destacava a caça de animais, principalmente dos elefantes que já foram numerosos em alguns espaços da África e consumidos para alimentação. O marfim era empregado como material para criação de esculturas e adornos, por exemplo, os famosos colares.
Os habitantes das regiões de Savana usavam da metalurgia para fabricar as armas de caça e guerra, assim como artefatos de decoração.
Dança e músicas africanas
A música e a dança africanas apresentam significações religiosas, sendo exploradas nos cultos tradicionais para atrair os orixás e/ou os bons espíritos e, também, expulsar os maus espíritos. Outra aplicabilidade é nas comemorações e nos festivais.
A dança africana é constituída por movimentos corporais que envolvem os ombros, os quadris e as pernas, e que por meio do ritmo acelerado da percussão possibilita variações distintas.
Com o tráfico dos africanos escravizados, a dança acabou se popularizando em outros territórios fora das culturas tribais africanas, como é o caso do Brasil.
A capoeira, o batuque, o coco e o lundu são alguns dos ritmos com origem africana. Além desses, outros se inspiraram na música africana, como é o caso do axé, o samba e o maracatu no Brasil; o jazz nos Estados Unidos; e o reggae no Jamaica.
Culinária da África
A culinária africana influenciou totalmente a brasileira por meio das especiarias enviadas para o território, como o azeite de dendê, o leite de coco e a pimenta.
Eles são usados na produção do acarajé, do abará, do caruru e do vatapá.
No caso da feijoada, embora grande maioria das pessoas creia que a sua raiz esteja atrelada aos africanos escravizados no Brasil, a sua origem ainda é motivo de controvérsia.
Os Estados Unidos também foram inspiradas na gastronomia africana, sendo que lá foi criada a expressão soul food (“alimento da alma”), que são comidas com a influência da culinária africana.
Influência africana na cultura brasileira
O Brasil recebeu grande influência da cultura africana, isso por conta da pluralidade de africanos escravizados oriundos de povos distintos. O fato acabou por respingar nos aspectos culturais das diferentes regiões do Brasil, conforme a demanda.
Os africanos escravizados no Brasil trouxeram consigo o candomblé, a religião afro-brasileira que cultua os Orixás, também a qual originou a Umbanda e a Capoeira. A celebração de Iemanjá, rainha do mar, é outra manifestação cultural incorporada dos africanos.
A culinária brasileira é outro campo em que a cultura africana se faz presente, com os famosos temperos. Além dela, a música brasileira inspirou-se na música africana para a criação dos ritmos populares, como a bossa nova, o maxixe e o samba.
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