A Estrutura Interna da Terra
Conhecer a Estrutura Interna da Terra é conhecer a série processos que condicionam as formas do planeta e também influenciam a sua dinâmica de transformação.
A estrutura interna da Terra diz respeito a composição estratificada do planeta em suas áreas interiores, essas classificadas didaticamente conforme a sua composição físico-química e os elementos que lhes são predominantes. Conhecer essa estrutura é conhecer a série processos que condicionam as formas do planeta e também influenciam a sua dinâmica de transformação.
Nesse sentido, a estrutura interna do nosso planeta é classificada a partir de três principais camadas da Terra, a saber: o núcleo, o manto e a crosta terrestre, que se separam entre si por aquilo que chamados de descontinuidades, a de Mohorovicic e a de Gutenberg. Observe o esquema a seguir:
CROSTA TERRESTRE
A crosta terrestre é a menor e mais externa dentre as camadas estruturais da Terra. Ela é composta totalmente por rochas na forma sólida e, em termos minerais, por silício, magnésio e alumínio. Sua espessura média é de 25 km, variando desde os 6 km em algumas áreas oceânicas até os 70 km em áreas continentais.
Por definição, costuma-se subdividir a crosta terrestre a partir de dois critérios: a composição e a estrutura. No primeiro, ela é classificada em camada sima, que também é chamada de crosta inferior e é composta por silício e magnésio; e em camada sial, que também é chamada de crosta superior e é composta por silício e alumínio. No segundo, ela é classificada em crosta oceânica, onde sua espessura é menor, e em crosta continental, onde sua espessura é maior.
A peculiaridade principal da crosta terrestre é o fato de ela encontrar-se fraturada em diversos “pedaços”, o que chamados de placas tectônicas.
A movimentação dessas placas é o principal dentre os agentes endógenos de formação do relevo, sendo responsável pela formação da maioria das áreas montanhosas da terra, pela existência do vulcanismo e pela manifestação dos terremotos e tsunamis.
MANTO TERRESTRE
O manto terrestre é a maior dentre as camadas da terra e se posiciona entre as duas continuidades terrestres existentes. Sua profundidade vai desde os 30 km até 2900 km, com temperaturas que, nos pontos mais profundos, chegam a alcançar os 2000ºC.
Desse modo, as rochas não ficam no estado sólido, de modo que adquirem uma consistência mais pastosa nas porções superiores e mais líquida e fluida nas porções inferiores, conforme a variação de temperatura, o que chamamos de magma. Por isso, costuma-se dividir o manto em superior e inferior.
A principais característica do manto terrestre, é o fato de, graças à variação de temperatura em sua extensão, o magma apresentar um movimento circular, haja vista que o material magmático localizado nas porções superiores desce para o interior por ser mais frio e, ao se aquecer, sobe novamente em um processo cíclico. Essa dinâmica interna é a principal causa para a movimentação das placas tectônicas na crosta terrestre.
NÚCLEO
Devido à forte pressão exercida pelas camadas superiores, o núcleo terrestre apresenta as mais altas temperaturas, sendo o responsável direto pelo aquecimento interno do planeta. Seu calor varia entre 3000ºC até os 5000ºC, segundo algumas estimativas, valores semelhantes ao que é encontrado na superfície do sol.
Assim como o manto e a crosta, o núcleo terrestre também é subdivido em interno e externo. O núcleo externo possui uma composição totalmente líquida, em um aspecto muito mais fluido que o do manto.
Já o núcleo interno apresenta uma composição sólida, devido a pressa extrema que se exerce sobre ele, formando uma liga maciça de níquel, ferro e outro elemento ainda não diagnosticado. Essa estrutura do núcleo interno interfere e condiciona diretamente o campo magnético da Terra.
UMA OUTRA CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA INTERNA DA TERRA
Além da classificação em crosta, manto e núcleo, existe uma outra forma de se subdividir didaticamente as camadas internas do nosso planeta, levando em consideração o comportamento mecânico dos materiais. Assim, temos, em ordem de profundidade, a litosfera, a astenosfera, a mesosfera e a endosfera.
A litosfera é a camada externa e estruturalmente sólida, envolvendo basicamente a crosta terrestre, a descontinuidade de Mohorovicic e a porção superior do manto, com uma profundidade de até 100 km.
A astenosfera encontra-se logo abaixo e também possui uma espessura muito pequena, estendendo-se até os 670 km e apresentando uma consistência mais pastosa.
A mesosfera, por sua vez, é maior e abrange a zona de movimentação magmática, envolvendo a maior parte do manto terrestre e alcançado os 2900 km de profundidade.
Por fim, a endosfera abrange o núcleo interno e externo, com as maiores temperaturas e a profundidade total do planeta, de modo a se estender até os 6378 km correspondentes ao raio total da Terra.
Mais importante do compreender essas divisões do nosso planeta, é entender que elas não encontram-se isoladas umas das outras, de forma que há uma constante troca de material e, principalmente, de energia. Desse modo, podemos considerar a Terra não como um elemento estático, mas sim como um corpo extremamente dinâmico e que apresenta variações conforme a evolução das eras geológicas.
Rodolfo F. Alves Pena
Mestre em Geografia
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