Escultura
As esculturas são representações em forma de objetos e/ou seres por meio da transformação de uma matéria bruta (gesso, madeira, marmóre etc) em uma técnica.
A escultura, em síntese, é o modo de transformar matéria bruta (gesso, madeira, metal, pedra etc.) na representação de formas (objetos e seres) com significados. A sua concepção está associada à imitação da natureza, cuja intenção principal é representar o corpo humano.
Os materiais mais utilizados para esculpir uma escultura são a argila, o bronze, a cera, a madeira, o mármore, assim como também o ouro.
O que é escultura?
A escultura é tida como a terceira das artes clássicas. Ela possui como técnica representar objetos e seres por meio da reprodução de formas, criadas em três dimensões (comprimento, largura e altura) ou em relevo.
A escultura em três dimensões consegue se manter em pé por conta própria, além de poder ser vista por quaisquer lados. Já a escultura em relevo, ou simplesmente relevo, por ser conectada ao fundo, não pode ser visualizada pela parte de trás. Vale destacar que os relevos costumam ser muito empregues para ornar paredes de edifícios.
Para a sua produção são utilizados diferentes materiais, tais como gesso, pedra, madeira, ferro, aço, mármore e até mesmo resinas sintéticas. Contudo, a escolha desse material será determinada conforme a técnica empregada.
Entre as técnicas estão a cinzelação, fundição, moldagem, dobra e solda de chapas metálicas, materiais tridimensionais ou aglomeração de partículas.
História da escultura
As esculturas são produzidas desde o período da pré-história, sendo que as primeiras utilizavam materiais brutos da natureza (argila, marfim, pedra etc.). No entanto, após 3000 a.C., iniciaram a esculpi-las em bronze e demais metais.
Durante as primeiras civilizações, as esculturas estiveram vinculadas à religião. No Oriente Médio, na Mesopotâmia, praticamente todas eram dedicadas aos templos.
Nesse período foram criadas esculturas gigantescas, isso para representar o poder de cada rei e deus. Ademais, foram criadas estátuas e relevos para os túmulos.
Escultura egípcia
A grande maioria das esculturas do Egito Antigo eram símbolo dos faraós e seus deuses, representados de frente, de forma estática (em pé ou sentado) e isento de expressão facial.
De modo geral, elas seguiam uma regra de posição: quando em pé, o homem com o pé esquerdo a frente; ou quando sentado, o homem com as pernas cruzadas ou com a mão esquerda apoiada na coxa.
Em grande parte vinculada a arquitetura, apresentava também a construção de templos e tumbas. Esses locais continham a parede envolta de gesso e entalhadas, onde era permitido inserir estátuas de deuses, do rei ou rainha morto, dos escribas, dos funcionários públicos, entre outros.
Além do mais, reproduzia-se objetos menores de uso doméstico e do cotidiano.
Escultura grega
No cenário da Grécia Antiga, a escultura obteve seu ápice no século V a.C.. Na ocasião, os gregos objetivavam apresentar os homens e deuses nas formas tidas como ideais. Grande parte das estátuas gregas contém expressão e postura tranquilas.
Elas são as mais populares e deixaram contribuições para os demais artistas, sendo copiadas posteriormente pelos romanos.
Inicialmente estáticas, com o tempo os braços das estátuas foram ganhando movimento. Depois, os músculos foram se destacando e outros detalhes foram incorporados, como os cabelos.
Não só figuras humanas eram representadas, como animais, principalmente os cavalos. Para a sua produção, o material predileto era o bronze e o mármore.
Escultura romana
A escultura grega deu origem à escultura romana, a qual incluiu o realismo das formas e a representação de rostos envelhecidos. Esses antigos romanos, também, fizeram muitas cópias das esculturas gregas, mantendo as suas tradições.
Os escultores romanos preferiam as técnicas que utilizavam como material a pedra, os metais preciosos, o vidro e a terracota. Porém, seu traço mais notório consistia no bronze e no mármore.
Entre as principais características da escultura romana estavam os respingos da arte grega e etrusca, incorporando elementos dos romanos. Contudo, embora com essa aproximação, diferente da escultura grega, a escultura romana possuía uma representação realista e não de um ideal de beleza.
Ademais, em alguns casos elas eram uma união entre arquitetura e escultura, assim como reprodução dos feitos do Império Romano nas obras.
Escultura renascentista
Durante o período da Idade Média, as estátuas eram enrijecidas, com pouco rigor e estavam vinculadas aos edifícios.
Portanto, a partir do Renascimento a escultura reconquistou a grandiosidade da Antiguidade Clássica. Disso, inspiraram-se grandes artistas, como Lorenzo Ghiberti (1378- 1455), Bernardo Rosselino (1386- 1466), Donatello (1386-1466), Andrea del Verrochio (1435-1488) e Miguel Ângelo (1475-1488).
Com alto rigor anatômico, naturalismo, realismo e humanismo, as esculturas renascentistas eram caracterizadas. Em grande parte, retratavam a figura humana nua, com o objetivo de expressar paixões, sentimentos humanísticos, sustentando-se na Bíblia, na natureza e na mitologia.
No Renascimento, também passaram a reger os materiais empregados nas técnicas (bronze, mármore, madeira, pedra ou terracota). Também foi a partir dessa escultura que desenvolveu-se estudos de perspectiva.
Escultura barroca
Após o século III d.C., o cristianismo passou a ser fonte de inspiração dos artistas. Inclusive, no período da Idade Média, grande parte das esculturas europeias estiveram interligadas com a arquitetura dos templos.
Portanto, a escultura barroca integra o movimento barroco. Esse teve início em Roma, em aproximadamente 1600, e foi expandido por toda a Europa, influenciando a arquitetura, a literatura, a música e a pintura.
Propagado pela Igreja Católica e parte da contra-reforma artística, o barroco visava apresentar obras que apresentasse o drama na representação das cenas religiosas, sendo o mais convincente.
Além disso, é possível identificar a exuberância das formas, o movimento, as expressões teatrais e a perfeição estética.
Na Itália, sublinha-se o trabalho da escultura barroca de Gian Lourenzo Bernini. Em Portugal, António Ferreira e Machado Castro foram os artistas de maior notoriedade. Já no Brasil, o título fica por conta de Antônio Francisco de Lisboa (Aleijadinho).
Escultura africana
Na escultura africana destaca-se o material em madeira, que consiste na criação de diferentes figuras em atributo às divindades. Essas podem ser cabeças de animais, figuras alusivas, fatos, entre outros. Essas muito se assemelham às máscaras africanas.
Além desses, podem ser representados objetos que delineiam poder, como são os casos das insígnias, as espadas e lanças esculpidas em madeira e envoltas por ouro. Também, utensílios de uso diário, porta, portais, cadeiras etc.
Outro material usado nas esculturas são os objetos criados com pedaços de vidro, ainda que escassos, em diferentes cores.
Escultura moderna
No final do século XIX, Auguste Rodin instigou a escultura, ao apresentar uma figura humana com tensão e emoções.
Em alguns momentos, utilizava-se superfícies com textura, o que elevava a perspectiva de vida e movimento. Desse modo, a escultura de Rodin diversifica da tradição clássica, nas quais as obras eram impessoais, frias e lisas.
Ao conseguir o poder e o drama nas obras, Rodin acabou por influir no trabalho de outros escultores do período, assim como seus sucessores.
Entretanto, nos séculos XX e XXI, os escultores passaram a experimentar novos materiais e formas. Foram criadas esculturas abstratas, cujo objetivo não era retratar nada realisticamente, objetivando mais as formas. Entre os artistas de autoria dessas esculturas estão Constantin Brancusi, Henry Moore, Barbara Hepworth e Raymond Duchamp-Villon.
Em alguns casos, os objetos já eram do cotidiano, mas foram postos para serem enxergados por um olhar distinto. Um exemplo é a escultura de Marcel Duchamp, Roda de bicicleta.
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