Falácia – O que é, significado, classificação, tipos, exemplos

A falácia é um tipo de raciocínio com falha, mas empregado para induzir a aparência de uma linguagem lógica e verdadeira.

A falácia é um tipo de raciocínio que induz a aparência de uma linguagem lógica e verdadeira, mas que apresenta uma falha, tornando o pensamento falso.

O recurso foi empregado, a princípio, pelo filósofo grego Aristóteles, pela Filosofia Escolástica e pela Demagogia.

O método serve como figura de linguagem nos discursos e argumentações.

O que é a falácia?

A nomenclatura falácia deriva do termo latino fallere, cujo significado é enganar.

Desse modo, na lógica e na retórica, as falácias são ideias enganosas, mas que parecem verdadeiras. Portanto, é como uma ilusão de ótica, ao passo que aqueles que não estão treinados a reconhecê-la podem ser enganados.

Para Pedro Hispano (Papa João XXI), “falácia é a idoneidade fazendo crer que é aquilo que não é, mediante alguma visão fantástica, ou seja, aparência sem existência”.

Pedro Hispano (Papa João XXI) se debruçou em metade de sua obra Summulae logicales (séc. XIII) na réplica das falácias. Na lógica medieval, as falácias foram muito tratadas, já na lógica moderna reduziram a sua importância.

Contudo, Aristóteles (384 – 322 a.C.) foi o pioneiro na identificação e catalogação desse tipo de raciocínio.

Nos tempos atuais, é vista como uma falha de raciocínio construída em conjunto com uma argumentação inconsistente.

Nesse sentido, três pontos centrais devem fazem parte da narrativa:

  1. Ser um argumento
  2. Parecer ter validade
  3. Não ser válido

Graus de argumento

Quando falamos da retórica, há diferentes graus de argumentos para se referenciar aos raciocínios.

Dentre esses, em primeiro lugar estão os argumentos fortes, que validam a informação, sem deixar dúvidas.

Em segundo lugar, localizam-se os argumentos mais fracos, não conseguido provar totalmente uma conclusão, mas que a deixa rotulada como algo provável.

Por fim, encontram-se os argumentos com algum erro grave na linha de raciocínio. Porém, quando ainda assim apresenta o aspecto de algo válido, é considerado uma falácia.

A falácia é uma mentira?

Embora seja comum associar a ideia de falácia a mentira, essa classificação não é correta. Ou seja, falácia não significa mentira.

A mentira implica na invenção de uma informação falsa. Por outro lado, a falácia é um vocábulo utilizado para qualificar um argumento.

Classificação das falácias

As falácias são classificadas em formais e informais.

A filosofia de Aristóteles contemplou a falácia formal como sofisma. Em outras palavras, um raciocínio duvidoso que tenta passar como correto, isso com a intenção de ludibriar as pessoas.

Ainda na lógica filosófica aristotélica, a falácia informal se distingue da formal por empregar, primeiramente, raciocínios válidos e, só depois, qualificar os resultados inconsistentes e com premissas falsas.

Portanto, divergente das falácias formais, cuja identificação é mais simplificada, as falácias informais, são de identificação mais complexa, devido a estruturação em uma forma lógica válida.

Tipos de falácias

Muitos são os tipos de falácias, porém elencamos alguns exemplos comuns para melhor visualização do conteúdo.

Apelo à força: O apelo à força é a falácia que acontece quando há ameaça ao interlocutor com o intuito de que aceite certa conclusão como verdadeira. Exemplo: Cuidado com o que você vai falar, não se esqueça de quem é que paga o seu salário

Apelo à ignorância: No caso, apela-se para que se aceite uma conclusão por não conter provas em contra-argumento. Exemplo: Ninguém provou até hoje que Deus existe, portanto ele não existe.

Apelo à piedade: Também conhecida como ad misericordiam, nesse tipo de falácia há o apelo à compaixão de uma pessoa para tentar convencê-la de um ponto de vista. Exemplo: Eu deveria receber uma nota excelente no trabalho, pois fui parar até no hospital para terminá-lo dentro do prazo.

Ad hominem: No tipo, ataca-se o caráter ou traços pessoais do oponente ao invés de refutar o seu argumento. Exemplo: Uma pessoa está dando conselhos e expondo dados sobre a criminalidade no município, no entanto questiona-se ela pelo fato de ter vivido muitos anos nesse mundo.

Ad populum: Essa falácia apela para a popularidade de fato, levantando o fato de muitas pessoas fazerem e concordarem com aquela informação, sendo essa uma tentativa de validação. Exemplo: Luciano, bêbado, apontou um dedo para João e questionou como é que tantas pessoas acreditam em duendes se eles são só uma superstição antiga e boba. João, por sua vez, já havia tomado mais Guinness do que deveria e afirmou que já que tantas pessoas acreditam, a probabilidade de duendes de fato existirem é grande.

Apelo à autoridade: Nesse tipo de falácia, é utilizado a posição ou autoridade no lugar de um argumento válido. Exemplo: Um aluno questiona uma explicação do professor por não condizer com os dados divulgados em um material. O professor refuta a fala do aluno com a argumentação de que é doutor e mestre naquela temática apresentada pelo discente.

Post hoc: O nome designa um tipo de falácia que determina uma relação causal entre dois eventos pelo fato de acontecerem geralmente em sequência. Exemplo: Observei vários dias que sempre que o galo canta, o sol nasce. Portanto, o sol nasce por causa do canto do galo.

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