Luís de Camões
Considerado um dos maiores poetas portugueses, confira a biografia completa de Luís de Camões, autor de "Os Lusíadas"
Luís Vaz de Camões foi um poeta português, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona. Conhecido principalmente por sua obra Os Lusíadas, considerada a epopeia portuguesa por excelência.
Camões é o maior representante do Classicismo Português. Suas obras, compostas por peças teatrais, poesias líricas, épicas e sonetos, até hoje influenciam a música, cinema e literatura.
Quem foi Luís de Camões?
Nascido no ano de 1523 em Lisboa, Camões pertencia à alta nobreza portuguesa. Pouco se sabe sobre sua vida, mas desde muito novo foi apresentado à literatura, ao estudo do latim e as antigas histórias portuguesas.
Foi aluno do colégio do convento de Santa Maria, onde adquiriu um profundo conhecimento de história, geografia e literatura.
Tudo indica que estudou Teologia na Universidade de Coimbra, mas sua passagem pela academia não foi documentada. Frequentou a corte de Dom João III e lá iniciou sua carreira como poeta lírico.
Na corte, envolveu-se em amores com damas da nobreza e, possivelmente, com plebeias, além de levar uma vida boemia e turbulenta.
Foi preso várias vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista Os Lusíadas.
Em Macau, na China é nomeado provedor do país e, durante sua estadia, escreveu mais 6 contos de seu poema épico. Morreu em 1580, muito pobre, na cidade de Lisboa.
Após sua morte, sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio, crescente entre o público e influenciando gerações de poetas em vários países.
No entanto, durante sua vida, Camões reclamava que as obras não tinham o prestígio que mereciam.
As bases e as formas da sua escrita
Luís de Camões redigiu poemas, peças de teatro e a própria essência heroica, a epopeia Os Lusíadas. Nessa amplitude lírica, entregou-se às elegias, aos vilancetes, às glosas, às redondilhas e também às cantigas.
Esses meios permitiam ao poeta exprimir uma poesia que fundia o trovadoresco com a cortesia, o que não o impedia de ser irônico e mordaz.
Escreveu sobre o amor e sobre as suas turbulências, retratando seu lado doce e amargo. Devido às vivências fora de Portugal, suas prisões e exílios, foi levado a um sentimento de angústia e martírio, conduzindo-o a sentir a nação como irredutível em seus escritos.
Mesmo com influências renascentistas e percursos líricos, que se afastavam do epicurismo e da tranquilidade de espírito, suas experiências de vida o direcionavam ao maneirismo, iluminando a arte que se fazia nesta chegada da Idade Moderna.
Classicismo
O Classicismo foi um movimento artístico que surgiu na França, durante o período do Renascimento. Esse período marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, fazendo referência aos modelos clássicos: grego e romano.
Todos os estilos literários que vigoravam nesse período eram chamados de classicistas, não só na literatura, como em todas as produções. As principais características do movimento classicista são:
- Equilíbrio, proporção, objetividade e transparência;
- Obra como concerto harmônico;
- Subjetividade: o valor está na obra, não no autor;
- Rigor formal: as formas utilizadas no texto clássico devem seguir um conjunto de regras;
- Temática da mitologia greco-romana;
- Antropocentrismo: a centralidade da existência humana;
- Noção do ideal de beleza grego e equilíbrio das formas;
- Valorização da racionalidade, opondo-se ao sentimentalismo.
Poema de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
A canção intitulada Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, refere-se ao poema acima. Confira:
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