Américo Vespúcio

Américo Vespúcio foi um importante mercador, geógrafo, navegador e cosmógrafo italiano. Responsável pela logística das embarcações de Cristóvão Colombo e pioneiro da navegação na costa americana, é o motivo da América ter recebido esse nome.

Como representante de armadores florentinos, Vespúcio, em Sevilha, foi o encarregado do aprovisionamento de navios para a segunda e a terceira viagem de Colombo. Segundo boatos históricos, participou também de incursões pelo Atlântico desde 1497.

Biografia

Américo Vespúcio nasceu no dia 9 de março de 1454, em Florença. Filho de um notório comerciante florentino e sobrinho do dono de uma das principais bibliotecas da cidade, teve uma sólida educação desde muito pequeno.

Os Vespucci eram uma das famílias florentinas mais importantes, donas de grande extensão de terra fora da cidade e diversos membros da família ocuparam cargos importantes na cidade. Por meio de seu tio, Giorgio Antonio Vespucci, conheceu Aristóteles, Plometeu e Toscanelli — importante geógrafo florentino.

Ainda na juventude, Américo começou sua carreira em Paris, como secretário particular de seu primo Guidantonio Vespucio, embaixador de Florença na capital francesa. Posteriormente, começou a trabalhar na casa bancária da família Medici.

Devido ao trabalho, viajou a distintas partes da Itália e visitou diversas vezes a Espanha. Foi transferido para Sevilha no outono de 1492, quando Colombo já tinha partido em sua primeira viagem. Em Sevilha, trabalhou para uma companhia que ajudava as pessoas a preparar navios para viagens.

Em 1499, o próprio Vespúcio saiu em viagem a bordo de um navio espanhol. Viajou pela América do Sul, Portugal e retornou à Europa. Em 1508, é nomeado piloto-mor da Espanha. Quando parou de viajar, foi trabalhar para o governo espanhol, onde ajudou a preparar o mapa oficial das terras recém-descobertas e das rotas marítimas para chegar até elas.

Américo Vespúcio faleceu em Sevilha, Espanha, no dia 22 de fevereiro de 1512.

Viagens de Américo Vespúcio

Em sua primeira viagem, Vespúcio partiu de Cádiz, na expedição de Alonso de Hojeda. A frota de quatro navios tinha como objetivo explorar as terras já descobertas por Colombo. Atravessaram o Atlântico e chegaram próximo à costa da atual Guiana Francesa.

Após desavença de Vespúcio com Hojeda, o capitão seguiu para o norte e o navegador italiano para o sul. No sul, Vespúcio descobriu o estuário do rio Amazonas e navegou até o cabo de São Roque, onde inverteu a rota e chegou à Venezuela.

Em uma segunda viagem, em uma expedição comandada por Gonçalo Coelho, partiu de Lisboa em maio de 1501, chegando ao cabo Santo Agostinho em Pernambuco, no final do mesmo ano. Nessa viagem, avistou a baía de Guanabara e ultrapassou o estuário do rio da Prata.

Américo Vespúcio foi o primeiro navegador a alcançar e registrar a costa meridional da Patagônia.

Em 1502, regressou a Portugal com a certeza de que havia percorrido a costa de um novo continente, porque seria impossível que a suposta península asiática se prolongasse de tal forma para o sul. Três anos depois, regressou para Sevilha, onde adquiriu a cidadania espanhola.

Cartas de Américo Vespúcio

Vespúcio ficou conhecido principalmente devido aos documentos de suas viagens. A primeira documentação conhecida é uma carta em italiano, procedente de Lisboa em 1504, destinada ao magistrado supremo da República Florentina, Pier Soderini.

A segunda são duas versões latinas desta carta, publicadas sob os títulos de Quatuor Americi Navigationes e Mundus Novus. Além disso, Vespúcio também escrevia cartas particulares à família Medici, para os quais trabalhava em Florença.

Foram essas inúmeras cartas, que podem ser chamadas de “crônicas de viagem”, que deu maior notoriedade a Vespúcio e doou seu nome ao Novo Mundo: “América”.

Em 1507, Martin Waldseemüller publicou na França o relato Quatuor Americi Vesputii Navigationes, onde surgiu pela primeira vez o nome de “Terra de América”.

Em 1509, o nome aparece no mapa-múndi impresso em Estrasburgo.

Por que a América se chama América?

Em 1503, em uma carta a Lorenzo de Médici, Vespúcio usa a expressão “Novo Mundo” para se referir ao novo continente descoberto, um relato de 32 páginas com descrição do povo e das terras.

Ao ler as cartas de Vespúcio, um editor italiano incluiu sua descrição em uma publicação, cujo titula era: O Novo Mundo e as novas terras descobertas por Américo Vespúcio. O livro foi um sucesso e chegou a ter 32 edições.

Sobre as cartas, o cartógrafo Martin Waldseemüller escreveu: “Na atualidade as partes da Terra, Europa, Ásia e África, já foram completamente exploradas, e outra parte foi descoberta por Amerigo Vespuccio, como se pode ver nos mapas adjuntos. E como a Europa e Ásia receberam nomes de mulher, não vejo razão pela qual não possamos chamar a esta parte Amerige, isto é, a terra de Amérigo, ou América, em honra do sábio que a descobriu”.

Durante os séculos seguintes, Vespúcio foi considerado um usurpador visto que a glória do descobrimento do novo continente deveria ser de Colombo. No entanto, Colombo acreditava que aquela porção de terra descoberta era a parte final da Ásia e foi Vespúcio quem desmentiu as afirmações.

Apesar disso, nem Américo Vespúcio, nem os florentinos ocuparam a terra que foi descoberta por eles. Dessa forma, o mérito do descobrimento passou a ser de quem ocupou e povoou o novo continente.

Posteriormente, a partir deste mapa abaixo, de Waldseemüller, o nome de Vespúcio também batizaria a América Central e a do Norte, mesmo que o navegador florentino nunca tenha sequer pisado em ambos os continentes.

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