Darwinismo social
O darwinismo social é a ideia de que existem sociedades superiores a outras e por isso elas tem a missão de civilizar todas as que forem inferiores.
O século XIX se destacou pelo desenvolvimento da área científica. Em 1859, um cientista chamado Charles Darwin, escreveu o livro A Origem das Espécies, criando a Teoria da Evolução. Essa teoria aponta que os seres vivos se desenvolvem num processo de transformação e adaptação ao ambiente.
Os conhecimentos construídos por Darwin não se restringiram ao campo científico. Os conceitos de evolução e adaptação foram utilizados para compreender as civilizações.
Foi desse modo que nasceu o darwinismo social, que é a teoria que elabora a evolução da sociedade. De acordo com os pensadores que construíram esse estudo social, algumas sociedades ocupam uma posição superior as demais devido aos seus valores, costumes, práticas e economias fortes.
O darwinismo social foi construído nos séculos XIX e XX pelo teórico inglês, Herbert Spencer (1820-1903).
Significado de Darwinismo social
O darwinismo social acredita na superioridade de algumas sociedades em relação as outras.
Desse modo, as que se destacam nos aspectos:
- Econômicos
- Políticos
- Sociais
- Intelectuais
Tornam-se merecedoras de governar as sociedades consideradas inferiores.
No entanto, de acordo com esse pensamento, as sociedades julgadas menos aptas, com o tempo, deixariam de existir pois não conseguiriam acompanhar a evolução social.
Dessa maneira, elas entrariam em extinção, seguindo a Teoria da Evolução que defende o princípio da seleção natural. Nesse contexto, seria uma seleção natural social.
Darwinismo social e racismo
Por ser uma teoria que defende a existência de sociedades superiores e sociedades inferiores, ela foi adotada pelo europeu para explicar a questão racial. Dessa maneira, a existência de uma raça superior e uma raça inferior, foi legitimada por esse pensamento.
Consistindo na defesa da ideia de superioridade racial, em que todas as raças não europeias seriam consideradas como inferiores.
Acreditava-se que o fato de eles conseguirem dominar tantos territórios, atribuía-se a sua condição racial ser superior as demais.
A monopolização do comércio e os progressos científicos e tecnológicos, resultavam da capacidade europeia para tal situação.
Em contrapartida, os países invadidos, dominados e explorados se limitavam a fornecer mão de obra e matérias-primas, ocupando uma posição inferior e sendo considerados como seres incapazes.
Darwinismo social no Brasil
O darwinismo social no Brasil se mostra na questão racial. O racismo no Brasil tem suas raízes na colonização.
Grande parte dos brasileiros praticam atos racistas, discriminando o povo negro, por considerá-los inferiores, incapazes e não confiáveis.
A maioria da população que vive em condição de miséria no país é negra, assim como é a parcela social que tem menos acesso a uma educação de qualidade. Logo, a possibilidade de ascensão social se torna limitada.
Exemplos de Darwinismo social
Além das circunstâncias provocadas pelo Colonialismo, outras situações europeias encontraram no darwinismo social uma forma de legitimar seus atos. Veja alguns exemplos:
Nazismo: Originou-se na Alemanha. O movimento nazista acreditava na superioridade da raça ariana. Provocou a morte de milhares de pessoas, entre elas, negros, ciganos, mulheres, crianças e cerca de 6 milhões de judeus, no episódio que ficou conhecido como Holocausto.
Fascismo: Originou-se na Itália. Esse movimento era caracterizado por práticas racistas ao considerar a miscigenação uma contaminação.
Ao fortalecer as características de cada país, uniformizando-as, o darwinismo social se justificou a partir de ideais nacionalistas, que buscava formar uma identidade nacional pura, sem a participação de outros povos.
Neocolonialismo e Imperialismo
O darwinismo social atuou na expansão e no domínio político e econômico, resultando na exploração dos países colonizados.
Esses países desempenhavam a função de suprir, principalmente com matérias-primas, a demanda industrial das potências europeias.
Dessa maneira, o darwinismo social reforçava o processo de dominação política e econômica, legitimando as práticas exploratórias das nações europeias. Esse processo de dominação foi chamado de Neocolonialismo, praticado no final do século XIX e ao longo do século XX, na África e Ásia.
A conquista dos povos considerados inferiores era disfarçada de benefício para o povo conquistado: eles seriam governados por pessoas aptas a fazê-los progredir.
Assim, de forma progressiva, os colonizadores instituíram sua superioridade, considerando-se que tinham a missão de civilizar toda e qualquer sociedade julgada inferior.
Veja mais em:
- Imperialismo na Ásia
- Imperialismo na África
- Fim do Império Português na África
- Imperialismo e Neocolonialismo – Resumo, diferença, conceitos e fatos históricos
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