Linguagem do Barroco
O Barroco foi um grande movimento artístico que se espalhou pela escultura, pintura, arquitetura e literatura. Confira a linguagem do Barroco!
O Barroco foi um movimento artístico que ocorreu no final do século XVI, primeiramente na Itália. O movimento é considerado o sucessor natural do Renascimento e é marcado pelo esplendor e exuberância.
Dessa forma, o Barroco se espalhou pela Europa e pelas Américas, influenciando não somente as artes plásticas, como também a literatura. Para conhecer a linguagem do barroco, confira!
Características do Barroco
A linguagem do Barroco segue a inquietação do homem na dualidade da alma e do corpo, da razão e da fé.
Assim, a literatura incorpora os elementos dessa crise da brevidade da vida, tendo como frase comum a expressão carpe diem, que significa “aproveite o dia” ou “curta o momento”.
Nesse sentido, as principais características do Barroco são:
A fugacidade
A fugacidade é a crença de que tudo na vida é passageiro. Assim sendo, os autores barrocos acreditam que tudo está em constante transformação.
O pessimismo
Como o foco da discussão artística é a brevidade da existência e inevitabilidade da morte, naturalmente, o Barroco possui um tom pessimista.
O feísmo
No Barroco, cenas trágicas eram admiradas como sendo parte da vida. Por essa razão, as cenas eram exageradas, com deformações e riqueza de detalhes, demonstrando uma valorização do “feio”, de um ponto de vista artístico.
O cultismo
O uso de termos rebuscados, linguagem culta e jogos de palavras eram comuns nesse movimento literário.
O conceptismo
Já o conceptismo preza pelo raciocínio e clareza de ideias. Portanto, a forma de escrita tinha como objetivo persuadir pelo intelecto.
Figuras de linguagem do Barroco
Os autores barrocos utilizam das figuras de linguagem para enriquecer o texto e chamar a atenção dos autores. Com o profundo dilema existencial, o exagero e o simbólico são elementos muito presentes na literatura.
Confira as figuras de linguagem do Barroco, suas características e exemplos literários:
Metáfora
Utilização de palavras para realizar comparações.
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada […].
(Gregório de Matos)
Antítese
O autor estabelece diferenças entre elementos do texto.
Vista por fora é pouco apetecidaPorque aos olhos por feia é parecida;Porém, dentro habitadaÉ muito bela, muito desejada,É como a concha tosca e deslustrosa,Que dentro cria a pérola formosa.(Manoel Botelho de Oliveira)
Prosopopeia
Figura de linguagem em que é atribuído sentimento aos seres inanimados ou animais, como a personificação.
No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível, na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso de Luz.
(Padre Antônio Vieira)
Paradoxo
A junção de ideias contrárias em um pensamento.
Ardor em firme Coração nascido;pranto por belos olhos derramado;incêndio em mares de água disfarçado;rio de neve em fogo convertido.(Gregório de Matos)
Hipérbole
Uso de expressões exageradas.
Romperam-se enfim as cataratas do céu.
(Padre Antônio Vieira)
Anacoluto
Quebra da ordem lógica da frase.
As Délficas irmãs chamar não quero.
(Bento Teixeira)
Barroco no Brasil
O Barroco foi introduzido no Brasil no final do século XVII, sendo difundido na pintura, arquitetura, escultura e literatura. O início do movimento foi marcado pela obra Prosopopeia, escrita por Bento Teixeira, em 1601.
Os principais autores brasileiros barrocos são:
- Bento Teixeira (1561-1618)
- Gregório de Matos (1633-1696)
- Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711)
- Frei Vicente de Salvador (1564-1636)
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