Manet

Considerado o maior representante do impressionismo, foi o autor de importantes e polêmicas obras como: Olympia e Almoço na Relva. É conhecido por seus jogos de sombras e pela retratação fiel da nudez humana.

Manet foi um importante pintor francês do século XIX. Considerado o maior representante do impressionismo, produziu pinturas com um estilo marcante, por meio do uso de novos temas e técnicas que desafiaram a sociedade da época.

Apesar de impressionista, muitas de suas obras tinham fortes características do realismo. Em suas telas, priorizava jogos de luz e de sombra, retratando o nu com crueza e verdade, em oposição aos nus feitos na época.

Biografia de Manet

Édouard Manet nasceu no dia 23 de janeiro de 1832, em Paris. De família burguesa, recebeu uma educação rigorosa, com pouco espaço às artes. No entanto, pôde descobrir o mundo artístico graças a um tio, o capitão Édouard Fournier, que levava frequentemente Manet e seu irmão, Eugène, às galerias do Museu do Louvre.

Aos 12 anos, foi enviado ao colégio Liceu Jacques Decour, onde se revelou um aluno pouco aplicado e um tanto insolente. Seus pais, decepcionados, desistiram de imaginar uma carreira jurídica para o garoto e investiram em seu sonho de ser marinheiro.

No entanto, Édouard é reprovado no exame de admissão para a Escola Naval. O pai insiste e consegue colocar seu filho na tripulação do Le Havre et Guadaloupe, navio-escola que iria ao Rio de Janeiro. Manet embarcou como ajudante de camareiro e recebeu do comandante pincéis e tintas para pintar as despensas do navio.

Era a primeira vez que o jovem lidava com tintas. Após inúmeras tentativas de ingressar na Escola Naval, desiste e se matricula no ateliê de Thomas Couture. Nesse período, conhece Suzanne Leenholf, professora de piano de seus irmãos, com quem se casa e tem um filho.

Durante seis anos, Manet procurou aprender as bases técnicas da pintura e fez cópias de obras expostas no Louvre. Além disso, viajou e conheceu os museus da Itália, Alemanha, Áustria. Em uma das viagens à Itália, copiou Vênus de Urbino, de Ticiano, sua futura inspiração para fazer Olympia.

Em 1859, Manet enviou a pintura O Bebedor de Absinto para o Salão Oficial de Paris. Porém, a obra foi recusada, porque o júri não estava aberto para novas ideias. Quatro anos depois, provoca polêmica com a obra Almoço na Relva, um dos maiores escândalos na história da arte moderna.

Com a Guerra Franco-Prussiana, Manet se alistou na Guarda Nacional, indo morar na fronteira da Espanha com sua família. Pouco tempo depois, contrai sífilis, o que lhe causou muitas dores e paralisia parcial.

Posteriormente, tem a perna esquerda amputada devido à gangrena. Morreu aos 51 anos, no dia 30 de abril de 1883, em Paris. No ano seguinte, foi realizado em sua homenagem uma Exposição Póstuma, na Escola Nacional de Belas Artes.

Estilo artístico de Manet

Manet, assim como os outros artistas impressionistas, utilizou tons fortes em suas pinturas. Produziu obras com um estilo marcante, por meio do uso de novos temas e técnicas que desafiaram a sociedade da época.

O seu desprezo e fuga da pintura tradicional trouxe-lhe o respeito dos impressionistas e a aversão dos acadêmicos. Sua sexualidade, nada discreta, foi considerada ofensiva aos padrões aceitos na época, motivo de muitas das obras de Manet terem sido recusadas no Salão de Paris.

A nudez só era aceita quando representada em contexto suficientemente remoto no tempo ou na mitologia.

Em razão de como retratava o nu, foi o protagonistas de um dos maiores escândalos da arte moderna, com a exposição da obra Almoço na Relva, a qual expõe uma mulher nua, sentada em uma clareira, fazendo um piquenique com dois rapazes galantes, vestidos com trajes da época.

Seus temas prediletos eram os associados à vida moderna, desenhando nos bulevares e cafés de Paris. Apenas em seus últimos anos, ampliou sua temática, elaborando retratos e naturezas-mortas.

Já as técnicas utilizadas, destacam-se o jogo de luz e sombras, a pintura a óleo e a utilização de formas simplificadas em suas obras.

Principais obras de Manet

  • O Bebedor de Absinto (1859)
  • O Cantor Espanhol (1860)
  • Retrato de Sr. e Sra. Auguste Manet (1860)
  • A Ninfa Surpresa (1861)
  • Lola de Valência (1862)
  • Música nas Tulheiras (1862)
  • O Almoço na Relva (1863)
  • Olympia (1863)
  • O Homem Morto (1864)
  • O Tocador de Pífano (1866)
  • A Execução de Maximiliano (1868)
  • Retrato de Émile Zola (1868)
  • Autorretrato com Paleta (1879)
  • A Primavera (1881)
Manet
Almoço na Relva, Manet (1863).
Manet
A Execução de Maximiliano, Manet (1867).
Manet
Olympia, Manet (1863).

Impressionismo

O impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a arte e deu início às grandes tendências da pintura do século XX. O movimento ocorreu em um período de alta cultura cosmopolita na história da Europa, conhecido como Belle Époque.

Podemos dizer que o impressionismo foi o grande propulsor das vanguardas europeias. O nome do movimento é fruto da crítica a uma obra de Claude Monet, Impressão, Nascer do Sol, de 1872.

Desprendendo-se dos ensinamentos do realismo acadêmico, os artistas impressionistas pintavam suas telas ao ar livre, mas prezavam pela técnica e precisão.

Nas pinturas impressionistas, as figuras não devem ter contornos nítidos, considerando que a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens. Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares.

O primeiro contato do público com a obra dos impressionistas foi em exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. O público e a crítica, no entanto, não reagiram bem ao novo movimento, porque ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.

Além de Manet, os principais pintores impressionistas foram Claude Monet, Auguste Renoir, Edgar Degas, e Berthe Morisot.

Claude Monet
Impressão, Nascer do Sol, obra de Claude Monet (1872).

Leia também:

você pode gostar também

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.