Revolução Cultural Chinesa
A Revolução Cultural Chinesa foi um movimento político-ideológico que ocorreu na China durante parte do século XX.
A Revolução Cultural Chinesa foi um movimento político-ideológico liderado por Mao Tsé-Tung, na República Popular da China, entre os anos de 1966 e 1976.
Durante esta Revolução, Mao buscou reunir a classe trabalhadora do país, principalmente os estudantes, em torno das Guardas Vermelhas, que tinham como principal objetivo perseguir os opositores ao regime.
Além disso, Mao visava expulsar do Partido Comunista da China todos os indivíduos considerados contrários ao regime comunista, vistos como capitalistas ou burgueses.
Este movimento impulsionou uma forte perseguição ideológica na China baseada na violência. Estima-se que tenham morrido cerca de 1 milhão de pessoas durante este período, que só teve fim com a morte de Mao Tsé-Tung.
Origem da Revolução Cultural Chinesa
Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mundo passou a enfrentar um novo conflito sustentado por duas grandes potências, Estados Unidos e União Soviética, chamado de Guerra Fria.
Neste período, o mundo foi dividido em dois grandes blocos, de um lado o comunismo (URSS) e de outro, o capitalismo (EUA).
Marcada por uma tensão político-militar, a Guerra Fria se caracterizou como um conflito ideológico, pois não houve um enfrentamento armado entre as duas nações.
Em 1949, a China, sob o comando de Mao Tsé-Tung escolheu o lado socialista para se alinhar. Na época, a URSS era liderada por Josef Stalin.
Entre os anos de 1950 e 1953, a Ásia foi o cenário de um conflito sangrento, a Guerra da Coreia, que dividiu a península coreana em dois países, Coreia do Norte (socialista) e Coreia do Sul (capitalista).
Stalin morre na década de 1950 e é substituído por Nikita Khrushchov (1894-1971), que busca investigar e denunciar os crimes cometidos por Stalin, além de promover mudanças no regime soviético.
Decepcionado com as medidas do novo líder soviético, Mao Tsé-Tung se afasta da URSS e decide organizar sua própria revolução política e econômica na China.
Inicia-se, portanto, uma nova fase da política chinesa baseada em uma tendência comunista específica, o maoísmo. Esta linha influenciou diversos movimentos políticos em todo o mundo.
Grande Salto Para Frente
O Grande Salto Para Frente, também conhecido como o Grande Salto Adiante, foi um plano criado por Mao Tsé-Tung que tinha como objetivo industrializar a China.
Sendo assim, houve uma industrialização forçada com vistas a transformar o país que era, até então, agrário, em uma nação industrial.
Visando cumprir seu intento, Mao adota os mesmos métodos que Stalin na União Soviética, que se definiam pelo:
- Abandono da agricultura;
- Coletivização forçada das terras;
- Descolamento da população.
O resultado foi catastrófico, pois o abandono das atividades agrícolas gerou um período de fome na China que contabilizou a morte de aproximadamente 38 milhões de chineses.
Visando impedir sua deposição, Mao Tsé-Tung cria a Revolução Cultural Chinesa com o objetivo de obter o apoio da juventude, já que dentro do seu próprio partido sua imagem se encontrava desgastada.
Revolução Cultural Chinesa
No final dos anos 1950, Mao Tsé-Tung buscou transformar a China em um país industrializado. Para isso, ele propôs um programa intitulado “Grande Salto Para Frente”, que não teve sucesso.
Temeroso de ser deposto do poder, ele organizou uma ofensiva que reuniu os estudantes chineses e as camadas populares.
Assim, Mao lança um plano de renovação e convida a população a lutar contra os “Quatro Velhos”:
- Velhos costumes;
- Velhos pensamentos;
- Velhos hábitos;
- Velha cultura.
Estes quatro pontos deveriam ser substituídos por ideias criadas pelo próprio líder comunista. Nesse sentido, as camadas urbanas e camponesas foram valorizadas. Em contrapartida, tudo o que envolvia o intelecto e a cultura passou a ser mal visto.
Os estudantes, que compunham a Guarda Vermelha, destruíam monumentos e denunciavam professores, além de queimar livros literários.
A Revolução Cultural Chinesa foi guiada pelo livro chamado O Livrinho Vermelho, que continha pensamentos de Mao Tsé-Tung.
Esta obra se tornou um item obrigatório em todos os espaços chineses, como no exército, nas instituições e nas escolas.
Inúmeros intelectuais, professores e políticos foram considerados capitalistas e burgueses, por isso, foram enviados à fábricas ou ao campo para serem “reeducados” nos preceitos comunistas.
Mao Tsé-Tung criou em torno de si, uma imagem de “salvador da pátria” que conduziria os chineses à prosperidade.
A Revolução Cultural Chinesa teve seu fim oficial em 1969. No entanto, vários historiadores defendem que ela só acabou de fato após a morte de Mao Tsé-Tung, em 1976.
Consequências da Revolução Cultural Chinesa
Vejamos algumas das consequências da Revolução Cultural Chinesa:
- Cerca de 1 milhão de mortes;
- Milhares de pessoas afastadas de seus ofícios;
- Inúmeras prisões;
- Milhares de obras de artes perdidas.
Saiba mais em:
- Qual tipo de economia a China tem?
- Cultura Chinesa: Costumes, Histórias e Tradições da China
- Muralha da China
- Conheça a História da China Antiga
Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.