Júlio Verne

Inúmeras pessoas já leram Viagem ao Centro da Terra quando criança e percorreram com Júlio Verne até as profundezas do planeta. O livro, considerado um clássico da ficção científica, narra a história Axel, um garoto que participa do percurso ao centro da terra, graças a um manuscrito decifrado por ele.

Segundo estatísticas da UNESCO, Júlio Verne é um dos escritores cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, tendo escrito mais de 100 livros ao todo.

Biografia

Júlio Verne nasceu em 8 de fevereiro de 1828, na cidade francesa de Nantes. Filho de um magistrado de Provins, morava próximo às docas e a um porto, o que provavelmente desenvolveu sua imaginação sobre a vida marítima e viagens a terras distantes.

Aos seis anos, iniciou seus estudos com a viúva de um capitão e, com apenas oito, foi mandado para o seminário com seu irmão Paul. Em 1839, partiu em viagem para a Índia como aprendiz de marinheiro, mas foi impedido por seu pai em Paimboeuf. A partir daí, prometeu a ele que viajaria apenas nos sonhos.

Estudou retórica e filosofia no Liceu de Nantes e, após formado, seguiu os passos do pai, formando-se também em direito. Júlio desde pequeno desenvolveu uma paixão secreta por sua prima, Carolina Tronson. Inspirado nela, escreveu sua primeira obra, uma tragédia em versos.

Seu pai o envia para Paris na esperança que o filho continuasse a carreira em direito. Júlio, no entanto, se interessa mais pelo teatro que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e pequenas histórias de viagens.

Em Paris, conhece o escritor Alexandre Dumas e o apresenta uma de suas peças: As Palhas Rompidas. Dumas gostou do que leu e, em 12 de junho de 1850, a peça é estreada no Teatro Histórico. Seis anos depois, Verne casa-se com Honorine de Viane Morel, com quem tem um filho.

Ingressa em uma sociedade na bolsa de Paris, especificamente com a casa de câmbio Eggly. Viaja à Inglaterra, Escócia, Noruega e à Escandinávia. Entre 1872 e 1886, vive o apogeu de sua fama e fortuna, advindas de seu sucesso literário.

Em 9 de março de 1886, foi atingido por dois tiros quando chegava em casa na cidade de Amiens, pelo seu sobrinho Gaston — não se sabe ao certo o motivo do ataque. Um dos tiros atingiu o tornozelo de Verne, deixando-o coxo nos seus últimos 19 anos de vida.

Foi eleito para o Conselho Municipal de Amiens, permanecendo no cargo até sua morte. Posteriormente, é acometido por uma catarata e morre três anos depois, no dia 24 de março de 1905.

Estilo literário

Considerado por muitos como o pai da ficção científica, Verne previu em suas obras muitos avanços científicos posteriores, como a televisão, o helicóptero, o cinema falado, a vitrola, o gravador, as esteiras rolantes, o ar-condicionado, o avião, viagens espaciais, entre outros.

Por exemplo, no livro Vinte Mil Léguas Submarinas, o autor prevê submarinos elétricos, escafandro autônomo e o taser. Na época (1870), os carros mais modernos funcionavam, basicamente, a vapor e os submarinos ainda não existiam. Já o escafandro autônomo e mochilas com reservatório de ar só foram inventados em 1943.

Além disso, sua obra era repleta de referências às últimas invenções da época: as lâmpadas de arco fluorescentes, as máquinas a vapor, o telégrafo e o cabo submarino. Os romances de Júlio Verne foram premiados pela Academia Francesa de Letras e tiveram inúmeras adaptações cinematográficas.

Sua principal diferença em relação aos outros escritores era a precisão de detalhes oferecida por Verne, minucioso na descrição de cenários. Transportava os leitores aos desertos africanos, ao fundo do mar e ao centro da Terra.

O escritor nem sempre viajou ou conheceu os lugares que descrevia, toda a informação veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa. Em Cinco Semanas em um Balão, Verne descreveu as coordenadas geográficas, a cultura e os animais da África sem nunca ter viajado ao continente.

Previsões de Júlio Verne

Além dos submarinos elétricos, escafandro autônomo e do taser previstos em Vinte Mil Léguas Submarinas, Júlio Verne previu inúmeros outros inventos. Na obra Da Terra à Lua, ele fala sobre viagem à Lua, velas solares e o ponto de lançamento do Apollo 11 na Flórida.

No entanto, apenas 100 anos depois das previsões de Verne, o homem viajou à Lua pela primeira vez, além disso, nesse mesmo livro, o autor escreveu sobre uma tecnologia usada na nave que ele dizia ser à base de luz, isto é, a mesma vela solar usada atualmente.

No livro O Dia de um Jornalista Americano no Ano de 2889, abordou temas sobre videoconferência e noticiários pela TV. Antes mesmo da invenção da TV, o escritor francês a descreveu como alternativa para os noticiários.

Indo além, imaginou também o “fonotelefoto”, um aparelho que seria usado por repórteres. “Assim os assinantes não só recebem a narração, mas também as imagens dos acontecimentos, obtidas através da fotografia intensiva”, explica em um trecho do livro.

Nos dias de hoje, qualquer pessoa que tenha acesso à internet pode experimentar a invenção imaginada por Júlio Verne há 132 anos.

Principais obras de Júlio Verne

• Cinco Semanas em um Balão (1863)
• Viagem ao Centro da Terra (1864)
• Da Terra à Lua (1865)
• As Aventuras do Capitão Hatteras (1865)
• Os Filhos do Capitão Grant (1868)
• Os Ingleses do Polo Norte (1870)
• Vinte Mil Léguas Submarinas (1870)
• A Volta ao Mundo em Oitenta Dias (1873)
• A Ilha Misteriosa (1874)
• Miguel Strogoff (1878)
• A Jangada (1880)
• O Arquipélago em Chamas (1883)
• O Caminho da França (1887)
• Dois Anos de Férias (1888)
• O Senhor do Mundo (1904)
• O Dia de um Jornalista Americano no Ano de 2889 (1888)

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