Onde e como surgiram os primeiros calendários?

Datas religiosas, movimentos migratórios, estocagem de alimentos, momento do plantio e proteção contra a natureza – na antiguidade, tudo dependia de um calendário preciso.

Um calendário preciso era fundamental para as civilizações antigas. Conseguir prever quando haveria comida, quando eventos climáticos atingiriam a região, quando a maré estaria cheia ou vazante muitas vezes foi o que determinou a sobrevivência ou desaparecimento de um povo.

Esta disciplina, dominada pelos primeiros astrônomos, surgiu independentemente em diversos locais do globo. Mesmo sem haver a transmissão direta deste conhecimento, muitos povos notaram que poderiam fazer previsões de eventos por meio da observação dos padrões cíclicos no céu noturno.

Quem inventou o calendário?

Os primeiros registros de um calendário vêm dos sumérios, uma civilização surgida na Mesopotâmia há cerca de seis milênios.

O calendário, que data de 2700 a.C., baseava-se no tempo entre duas luas novas consecutivas. O ano, composto de 12 meses com 29 ou 30 dias, alternadamente, tinha 354 dias.

Essa defasagem de onze dias por ano (e um dia extra em anos bissextos) ocasionava um erro na previsão das estações ao longo dos anos. Esse calendário foi posteriormente aprimorado pelos caldeus.

Os egípcios utilizavam diversos sistemas concomitantemente. Usavam um calendário lunar “civil” para determinar festividades e outro com base solar para uso na agricultura. Baseado na posição da estrela Sirius durante o nascer do sol, elaboraram um calendário surpreendentemente preciso, com 365 dias, e assim previram com eficácia o ciclo de cheias do Rio Nilo.

Origem do nosso calendário

O sistema que utilizamos, entretanto, não tem relação com o primeiro calendário. Ele foi adotado em Roma por Júlio César em 46 a.C. Como o nosso, ele se iniciava no dia 1º de janeiro, previa anos bissextos e tinha meses de 30 e 31 dias, com exceção de fevereiro que tinha 28. Era apenas 11 minutos e 14 segundos mais longo do que o ano natural.

Essa diferença, entretanto, era grande o suficiente para somar dez dias em 1582. Por conta dela, o Papa Gregório XIII teve de suprimir os dias de 5 a 14 de outubro de 1582, que “não existiram”.

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