Baixa Idade Média

A Baixa Idade Média se caracterizou por intensas transformações sociais, políticas e econômicas no continente europeu.

A Baixa Idade Média é uma das fases da Idade Média que sucede a Alta Idade Média. Compreendendo os séculos XI ao XV, esse período é marcado por intensas transformações no continente europeu.

O feudalismo se enfraquece enquanto o comércio se fortalece e as cidades renascem. Do mesmo modo, a população cresce e surgem os Estados Nacionais, a partir do fortalecimento das monarquias.

A burguesia assume um importante papel nesse período, impulsionando grandes mudanças na organização da sociedade europeia.

Baixa Idade Média – Resumo

A Baixa Idade Média foi um período histórico marcado por numerosas transformações. Entre elas, estão:

  • Modificações no feudalismo
  • Renascimento do mundo urbano
  • Reaquecimento do comércio
  • Fim da servidão
  • Surgimento da burguesia
  • Centralização política nas mãos dos reis
  • Crise da Igreja Católica

Todas essas mudanças provocaram uma crise no sistema feudal, que foi levado ao seu limite. A partir de então, iniciava-se a transição para o capitalismo.

Transformações no feudalismo

A virada do século X ao XI foi um importante momento na Europa feudal. O fim das invasões bárbaras fez com que o mundo medieval conhecesse um período marcado pela segurança, paz e desenvolvimento.

A primeira transformação foi em relação à quantidade da população. O crescimento demográfico, provocado pelo fim das guerras, recuo das epidemias e inovações nas técnicas de plantio, geraram a queda da mortalidade.

Contudo, o desenvolvimento técnico foi limitado, não atendendo ao crescimento da população. Tal realidade, provocou o êxodo rural. Isto é, uma quantidade considerável da população se deslocou do campo para as cidades.

Renascimento urbano

As cidades começaram a crescer a partir do desenvolvimento agrícola e do comércio, baseado nas atividades de troca.

O renascimento urbano provocou mudanças nas antigas regiões das feiras, nas cidades portuárias e nas vilas, que se tornaram permanentes.

Diversas cidades se desenvolveram junto aos mosteiros e castelos fortificados. Surge daí a denominação burgo para se referir às cidades. O termo, em latim, significa: pequena fortaleza povoada.

Os indivíduos que habitavam os burgos executando atividades comerciais eram a burguesia, um novo segmento social no sistema feudal.

Inicialmente, as cidades eram financiadas pelos senhores feudais, por isso, os burgueses se submetiam a eles. Porém, com o crescimento do comércio e o fortalecimento da burguesia, as cidades começaram a se tornar independentes – movimentos comunais.

Esses embates ocorriam de duas formas:

  • Pacífica, comprando cartas de alforria que asseguravam sua autonomia;
  • Violenta, por meio de conflitos apoiados pelos monarcas que desejavam fortalecer sua imagem frente aos senhores feudais.

Renascimento comercial

O renascimento comercial ocorreu ao mesmo tempo em que as cidades se desenvolviam e a produção agrícola e manufatureira crescia.

Os setores que mais se destacaram nesse período foram o têxtil e o da construção. O comércio dos produtos agrícolas internos buscavam atender as demandas locais. No entanto, era no comércio internacional que o lucro se mostrava mais significativo.

Monetarização da economia

O crescimento urbano e comercial provocou a troca de moedas que retomaram uma função importante nas trocas comerciais.

O mercador foi uma profissão de destaque por lidar especificamente com as moedas: o banqueiro ou cambista.

Eles faziam empréstimos e emitiam certificados que garantiam ao comerciante o domínio de determinada quantia que ficava protegida por um banqueiro.

Esse novo sistema econômico não era compatível ao feudalismo, que acabou sendo superado. Desse modo, é possível perceber que o próprio sistema feudal criava elementos que o desestabilizavam.

As Cruzadas

As Cruzadas foram movimentos militares contra os indivíduos considerados inimigos dos cristãos. Eram eles:

  • Cristãos ortodoxos
  • Hereges
  • Muçulmanos
  • Pagãos

Elas eram legitimadas pela Igreja Católica que, visando atrair guerreiros, concedia privilégios espirituais e materiais.

Assim, o movimento das Cruzadas foram importantes para reafirmar a soberania política e religiosa da Igreja Católica ocidental. Além disso, serviu como um importante elemento de consolidação das atividades comerciais no Mediterrâneo.

Crise do feudalismo

A Baixa Idade Média foi o cenário para a crise do feudalismo. Vários foram os fatores que contribuíram para o declínio deste sistema:

  • Clima
  • Instabilidade demográfica
  • Peste negra
  • Estagnação tecnológica
  • Guerras prolongadas

Enquanto houve terras férteis e mão de obra suficiente, o feudalismo funcionou. Seu declínio ocorreu, entre outras causas, a partir do renascimento comercial e urbano e do êxodo rural.

Aspectos sociais da Baixa Idade Média

O surgimento e fortalecimento da burguesia, contribuiu para a crise da nobreza e do sistema feudal, deslocando a economia do universo rural agrícola para o comércio urbano.

O empobrecimento da nobreza e a dificuldade de obter mão de obra modificaram as relações entre senhores e servos.

Rebeliões contra a fome e a miséria ocorreram, enfraquecendo lentamente a nobreza e o sistema feudal e fortalecendo a burguesia, que lucrou com a inflação, com a compra de terras de nobres falidos e com a obtenção de mão de obra.

Guerra dos Cem Anos

A Guerra dos Cem Anos agravou a crise do feudalismo ao promover uma série de conflitos entre a França e a Inglaterra.

Esses enfrentamentos foram iniciativas dos ingleses e ocorreram basicamente no território francês. As causas da guerra consistiram na disputa entre os dois reis pela rica região comercial de Flandres, especialista em manufaturas têxteis e a sucessão do trono francês.

Os 116 anos de guerra consistiram em períodos de intensos conflitos e de paz.

Transformações políticas

Foi durante a Baixa Idade Média que ocorreu o fortalecimento das monarquias nacionais. O processo de formação dos Estados Nacionais foram complexos, uma vez que a burguesia buscava seu espaço político ao mesmo tempo em que a nobreza lutava para manter seu poder e privilégios.

Os particularismos europeus dificultavam o desenvolvimento do comércio a medida em que cada região possuía sua moeda, medida, leis, taxas e tributos diferenciados.

Assim, para a burguesia era interessante a instituição de um poder unificado, pois isso representaria a unificação desses padrões.

A centralização do poder também interessava aos monarcas que rejeitavam se submeter à Igreja e desejavam fortalecer-se politicamente.

Desse modo, foi estabelecida uma aliança entre a burguesia e os reis, direcionada para a formação das monarquias nacionais.

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