Doutrina Monroe
A Doutrina Monroe consistiu em um conjunto de preceitos criados pelos Estados Unidos com ideias contrárias ao colonialismo europeu em solo americano.
O que foi a Doutrina Monroe? A Doutrina Monroe foi considerada um conjunto de regras criadas pelos Estados Unidos visando o combate dos interesses econômicos dos países europeus pela América. Anunciada em 1823 pelo então presidente norte-americano James Monroe por meio de um discurso que defendia a “América para os americanos”.
O discurso proferido por ele ficou conhecido como um definidor das ações dos Estados Unidos frente as antigas metrópoles coloniais. Dessa maneira, os EUA assumiu simbolicamente o papel de líder do continente.
Resumo
A Doutrina Monroe, tinha por objetivo elevar a posição dos Estados Unidos enquanto uma liderança do continente americano, tendo como principal missão a garantia da soberania das nações latino-americanas.
Dessa maneira, os EUA “protegeriam” os países da América contra os interesses das potências europeias. A Doutrina defendia que nenhum país americano seria colonizado novamente por nenhuma outra nação.
Apontava a valorização da autonomia de cada país no âmbito econômico, defendendo a não participação da Europa em nenhuma esfera interna de qualquer país latino-americano.
O posicionamento norte-americano foi visto como uma forma de fixar seus interesses econômicos nos países do continente. A partir do momento em que a influência europeia parasse de influenciar tais países, o campo estaria “aberto” para os EUA ampliar suas áreas de influência econômica.
Ou seja, o discurso proferido pelo então presidente James Monroe – que esteve à frente do país de 1817 a 1825 – “América para os americanos”, foi um pretexto para garantir o intervencionismo norte-americano nos países latino-americanos.
Prova disso ocorreu quando o país declarou guerra contra a Espanha defendendo a liberdade e autonomia de Cuba, então colônia espanhola. O país garantiu a independência cubana, o que fez com que os cubanos ficassem sob o domínio dos norte-americanos, inserindo a Emenda Platt na constituição do país. Tal emenda permitia que os EUA preservassem uma base militar em Guantánamo e tivessem o direito de intervir nos assuntos políticos de Cuba.
Além disso, em 1903 os Estados Unidos ajudaram o Panamá a conquistarem a sua independência da Colômbia. Em troca, construíram um canal ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. O canal rendeu grandes quantias e por muito tempo ficou sendo administrados somente pelos EUA.
Dessa maneira, percebe-se que a real intenção do país norte-americano era garantir os seus interesses econômicos e não uma real soberania do restante do continente.
Objetivos e preceitos
Pode-se afirmar que a Doutrina Monroe se resumia basicamente a:
- Não permissão da existência de novas colônias no continente americano;
- Não intromissão de nenhum país europeu nos assuntos internos dos países americanos;
- Não interferência dos EUA em questões específicas dos países europeus.
A Doutrina foi vista como uma ameaça à união entre a Áustria, França e Rússia, países monarquistas que formavam a Santa Aliança. Formada em 1815 no Congresso de Viena, tais países tinham o interesse em recolonizar a América.
Dessa maneira, a Doutrina Monroe contribuiu para a não ocorrência de uma possível recolonização na América. Em contrapartida, garantiu a influência e os interesses dos EUA nos países americanos.
Principais declarações
As principais passagens da declaração da Doutrina Monroe proferida no discurso de James Monroe em dezembro de 1823 no congresso dos Estados Unidos, são:
- “(…) os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia.”
- “(…) consideraríamos como perigosa para a nossa paz e segurança qualquer tentativa da sua parte, para estender seu sistema a qualquer parcela deste hemisfério.”
- “(…) nunca intervir nos negócios internos de qualquer potência europeia (…) sem distinção, as justas reclamações de todas as potências, mas sem tolerar ofensas de nenhuma.”
Doutrina Monroe e Destino Manifesto
Como já vimos anteriormente, a Doutrina Monroe teve por intuito garantir a soberania dos países latino-americanos frente às nações europeias. O principal país que tomou frente na “defesa” dos países americanos, foi os Estados Unidos.
O objetivo do país norte-americano era retirar a influência das nações europeias sobre os países da América, visando a garantia dos seus interesses econômicos nesses países. Os Estados Unidos queriam ampliar sua área de influência no mundo e o continente americano fazia parte do projeto.
É nesse contexto que se insere o Destino Manifesto. Ele é uma doutrina que sustenta a crença dos estadunidenses de que eles foram os eleitos por Deus para comandar todo o mundo. Dessa maneira, o expansionismo cobiçado pelo país nada mais é do que a vontade divina.
Por isso, estava no destino dos EUA se sobressair em relação aos povos da América Latina, que se localizam no mesmo continente, mas não tiveram a capacidade de dominar outros povos como os EUA.
Doutrina Monroe e Big Stick
A política do Big Stick se caracteriza pela política externa dos Estados Unidos desenvolvida pelo presidente Theodore Roosevelt, que comandou o país no período de 1901 a 1909. O termo se origina de um provérbio africano que diz, “Com fala macia e um grande porrete, você vai longe”.
O mesmo presidente criou o Corolário Roosevelt, em adição à Doutrina Monroe. Com isso, a Doutrina Monroe, somada à do Big Stick e do Corolário Roosevelt marcaram o período de dominação dos Estados Unidos sobre os países da América, transformando o continente em uma área de influência do país norte-americano.
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