Quem foram os Incas, Maias e Astecas?
As primeiras civilizações pré-colombianas foram responsáveis por grandes construções, além da implantação de cultura e sistemas de trabalho importantes.
A História Geral invoca, com bastante veemência, a descoberta da América por Cristóvão Colombo. Até então, considerava-se que o “Velho Mundo” desconhecia a presença de povos civilizados e desenvolvidos do “Novo Mundo”.
No entanto, os registros históricos retratam a existência de povos civilizados que já habitavam o continente muito antes da chegada dos europeus.
Chamadas de pré-colombianas, essas civilizações eram dotadas de sistemas econômico e administrativo próprios, bem como cultura, hábitos e costumes característicos.
Antes de falarmos sobre as principais civilizações pré-colombianas, como os Incas, Maias e Astecas, trataremos desses povos que descobriram a América muito antes que os europeus.
O que são povos pré-colombianos?
Os povos pré-colombianos são assim chamados por terem vivido na América antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492.
De fato, o termo contempla desde o povoamento original, ainda no Período Paleolítico, até a colonização européia na Idade Moderna. Porém, é mais utilizado para referir-se ao contexto das maiores civilizações.
Sendo assim, destacam-se os povos que habitaram as seguintes regiões da Mesoamérica (toltecas, olmecas, maias, mixtecas e astecas) e os Andes (incas, moches, cañaris e chibchas).
Documentos dão conta de grandes feitos registrados por estas civilizações. Os astecas, por exemplo, construíram a impressionante Tenochtitlán, atual Cidade do México.
As principais civilizações pré-colombianas
Apesar da existência de tantos povos, focaremos nas três maiores civilizações daquele período: incas, maias e astecas.
Civilização maia
O povo maia habitou a região das florestas tropicais dos atuais territórios de Honduras, Guatemala e região sul do México (Península de Yucatán), entre os séculos IV a.C e IX a.C.
A base da sociedade era formada pelos camponeses, trabalhadores urbanos e artesãos. Estes faziam parte da classe menos favorecida e, assim como em outras civilizações, precisavam pagar altos impostos.
A nobreza, por sua vez, habitava a zona urbana em conjunto com os sacerdotes, chefes militares e administradores do império.
Sendo assim, as cidades compunham um núcleo religioso e político sob o governo de um estado teocrático. Isso significa que o imperador era considerado um representante dos deuses na Terra. Deuses porque os maias eram politeístas, ou seja, adoravam mais de uma divindade, e acreditavam em entidades ligadas à natureza.
A base de sua economia era a agricultura, com o plantio de feijão, milho e tubérculos, entre outros produtos. A atividade era impulsionada pelo desenvolvimento das técnicas de irrigação. Além disso, eram bons comerciantes e trocavam produtos com povos vizinhos e o interior do império.
Outro setor que merece destaque é o artesanato, representado pelo uso de tintas e fiação de roupas e tecidos. Tais práticas contavam com o auxílio da Matemática. Os maias foram os criadores das casas decimais e valor zero.
Ademais, são donos de um calendário complexo que dividia o ano em 206 dias determinado pelos movimentos dos astros.
Os registros de datas, acontecimentos, colheitas, guerras e coleta de impostos foram possíveis graças à escrita. Os maias, assim como os egípcios, adotaram o sistema hieroglífico, baseado em desenhos e símbolos. A habilidade dos maias também estava presente em suas construções.
A arquitetura demonstrava avanço considerável por meio de pirâmides, templos e palácios erguidos por esse povo.
Porém, um detalhe falho contribuiu para o fim da civilização maia. Por nunca terem formado um império unificado, a região era vulnerável ao domínio de outros povos o que, de fato, aconteceu.
Nos séculos IX e X, a região foi invadida pelos toltecas, também habitantes da Mesoamérica, que dominaram os maias.
Civilização asteca
A civilização asteca habitou a região onde atualmente fica o México, entre os séculos XIV e XVI.
Foi a fundadora da cidade de Tenochtitlán (Cidade do México), no século XIV, em uma região de pântanos próxima do lago Texcoco. Seu idioma era o nahuatl e, também, eram chamados de Mexica, algo como “lago da Lua” .
A sociedade era organizada em ordem hierárquica. Na base, estavam os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos. No topo, a nobreza composta pelo imperador, sacerdotes e chefes militares. O imperador era, também, o chefe do exército e obrigava a classe baixa da sociedade a realizar um trabalho compulsório a seu favor.
Isso era feito por meio de trabalhos em obras públicas, como canais de irrigação, estradas, templos e pirâmides. A agricultura asteca era intensamente desenvolvida graças a técnicas eficientes, como as chinampas (ilhas de cultivo) e obras de drenagem. Os principais cultivos eram pimenta, tomate, milho e cacau. Este, inclusive, era usado como moeda de troca pelo povo asteca.
A civilização se destacou, também, na invenção de conceitos matemáticos e astronômicos, além de praticar a escrita baseada no uso de símbolos e desenhos (pictógrafos). Quanto ao calendário, adaptaram o sistema maia e inseriram algumas modificações.
O artesanato asteca era dotado de extrema riqueza demonstrada nos objetos de ouro e prata, artigos pintados à mão e tecidos confeccionados por eles mesmos. Muitos dos artigos estão expostos atualmente em museus da Cidade do México.
Assim como os maias, os astecas tinham uma religião politeísta. Os deuses adorados eram relacionados a elementos da natureza, como o deus Sol, Chuva, Trovão e Lua.
O desenvolvimento da arquitetura, a propósito, era refletido na construção de pirâmides destinadas a cultos religiosos e sacrifícios humanos em homenagem aos deuses. O intuito era deixar as divindades mais calmas e felizes.
Ao contrário dos maias, os astecas formaram um império que, sob o comando de Montezuma II, no início do século XVI, chegou a ser composto por 500 cidades. Porém, seu fim chegou em 1519, através da invasão espanhola. Os europeus dominaram o povo, tomaram grande parte de suas riquezas e os escravizaram nas minas de ouro e prata.
Civilização inca
A civilização inca habitou a região da Cordilheira dos Andes em território correspondente ao Peru, Bolívia, Chile e Equador. A cidade sagrada de Cusco, capital do Império, foi fundada no século XIII. Seu idioma era o quéchua, falado pelo território em vários dialetos. Foi o maior império entre os três, chegando a 12 milhões de súditos.
Suas conquistas territoriais começaram pela cordilheira dos Andes e ao longo da costa do Oceano Pacífico, no início do século XV. Cem anos depois, a civilização atingiu seu auge.
A composição da sociedade seguia os moldes das outras civilizações, ou seja, hierarquizada em três camadas:
- Base formada pelos artesãos e camponeses, as classes mais baixas;
- Classe média composta pelos funcionários públicos e trabalhadores especializados;
- Topo formado pelo imperador e nobreza (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes).
O imperador era conhecido por Sapa Inca e considerado um deus na Terra. Recebia pesados impostos dos mais pobres sob a forma de mercadorias ou trabalhos em obras públicas.
A economia dos incas era baseada na agricultura de terraços, degraus formados nas costas das montanhas. Neles, plantavam feijão, batata e milho, o alimento sagrado.
Criavam animais como a lhama, vicunhas e alpacas. Domesticados, serviam como meio de transporte, além de fonte de carne, leite e lã.
No artesanato, ficaram conhecidos pelos objetos feitos em ouro e prata, além de jóias e tecidos de qualidade. Porém, o maior destaque dessa civilização, talvez, esteja na arquitetura.
Um grande exemplo está na cidade de Machu Picchu, descoberta em 1911. Sua estrutura conseguiu traduzir como a formação urbana dos incas era eficiente. Ademais, a civilização ergueu grandes construções, como casas, palácios e templos, tendo como base blocos de pedras encaixadas.
Construíram, ainda, um complexo de estradas ligando todo o império. O sistema tinha duas vias principais no sentido norte-sul: uma, com cerca de 3.600 km, corria ao longo da costa do Pacífico e a outra, com quase a mesma extensão, seguia pelos Andes, bem como canais de irrigação para desviar o curso dos rios para as aldeias.
Os incas desenvolveram, ainda, o quipo, sistema de contagem praticado em um instrumento feito com cordões coloridos. Cada um representava uma contagem. Com o quipo, os incanas somavam e registravam impostos, habitantes e colheitas.
A única questão é que, mesmo diante de tantas contribuições, o sistema de escrita inca não foi desenvolvido.
Na religião dos incas, eles cultuavam o deus Inti (deus Sol), além de animais sagrados, como o jaguar e condor. Acreditavam, ainda, no Viracocha, o criador de tudo. Infelizmente, os incas foram dominados pelos espanhóis em 1532, poucos anos depois que a dominação dos astecas.
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