Lord Byron

Conheça a peculiar vida de Lord Byron, importante poeta do século XIX. Conhecido por seus personagens irreverentes, é considerado um dos principais representantes do romantismo inglês.

George Gordon Byron, conhecido como Lorde Byron, foi um importante poeta do século XIX. Conhecido como um dos principais representantes do Romantismo inglês, escreveu obras como Don Juan, A Peregrinação de Childe Harold e O Corsário. 

Em suas obras, Lorde Byron apresentava ao público uma série de personagens sonhadores e aventureiros, desafiadores das convenções morais-religiosas da sociedade burguesa em que vivia. Seus poemas tiveram uma influência tão grande que o modo como escrevia virou referência na literatura, recebendo o nome de byronismo.

Biografia

Filho do capitão John Byron, George Gordon Byron nasceu em 1788, na cidade de Londres. Seu pai era conhecido como um soldado violento e cheio de dívidas, apelidado como Jack, o louco. Aos 10 anos, herdou a Baronha inglesa de Byron de Rochdale, tornando-se Lord Byron.

Seu pai morreu em 1791, deixando apenas uma série de dívidas para família. Lord Byron foi criado por sua mãe, Catherine Gordon, que sofria de mudanças de humor e crises depressivas. Devido a esses acontecimentos, teve uma infância e adolescência conturbada.

Além da criação instável, Byron ainda apresentava um problema em uma das pernas, tornando-o coxo. Tal adversidade foi um grande obstáculo no desenvolvimento do menino, que se sentia envergonhado em público.

Aos 21 anos, ingressou na Câmara dos Lordes. Pouco tempo depois, com dois amigos, partiu em uma viagem pela Europa e Oriente Médio. Seus amigos retornaram, mas Byron ficou na Grécia, onde desenvolveu um caso com Nicolo Giraud, um jovem grego que o salvou quando contraiu malária.

Em 1815, casa-se com Anne Milbanke. No entanto, Anne pediu o divórcio um ano depois, escandalizando a sociedade inglesa, que o associou aos boatos de incesto do poeta com sua meia-irmã Augusta Leigh.

Byron casou-se com Judith Blunt-Lytton. Após a morte de sua sogra, mudou seu sobrenome para “Noel”, com o objetivo de herdar metade de sua propriedade. Foi a partir desse acontecimento, que Lord Byron passou a assinar como Noel Byron (sendo Noel a assinatura usual de um nobre, passou a assinar apenas como “Byron”).

Dessa forma, suas iniciais seriam lidas então como “N.B.”, igualando-se a assinatura de seu ídolo, Napoleão Bonaparte. Em seguida, Lady Byron conseguiu se tornar baronesa de Wentworth, tornando-se Lady Wentworth.

Lorde Byron morreu em 1824, enquanto lutava na Guerra de independência da Grécia, devido a uma série de febres contraídas no campo de batalha.

Família Byron e Gordon

Além de ter um pai considerado louco, Lord Byron tinha inúmeras figuras similares em sua família. O 5º Barão Byron, avô paterno de Lord Byron, era conhecido como “o Senhor malvado”. Já seu tio-avô era conhecido como o “Jack Mau-Tempo”.

O 5° Barão Byron teve seu destino marcado por um assassinato que cometeu. Apesar de foi julgado e absolvido do caso, carregou o título de assassino pelo resto da vida.

Já o tio-avô do poeta Byron, Jack Mau-Tempo, era um almirante azarado. Segundo as histórias da época, toda vez que Byron preparava o barco e se posicionava sobre ele, uma forte tempestade se armava no céu automaticamente.

Com a família materna de Lord Byron não era diferente. Catherine Gordon, sua mãe, carregava trágicos acontecimentos em sua história. Por exemplo, William Gordon morreu afogado, Alexandre Gordon assassinado e John Gordon enforcado.

Estilo poético

Inspirado em sua vida conturbada, Lord Byron criou inúmeros personagens sonhadores e aventureiros, que desafiavam as convenções sociais, morais e religiosas da sociedade inglesa.

O próprio poeta, com sua vida agitada, se aproxima dos seus personagens, como um típico herói romântico. Seus personagens apresentam comportamento autodestrutivo, melancólico, de aversão social, rebeldia, talentos marcantes e grande exibição de paixões.

Como tendência literária, o byronismo se espalhou pela Europa até o final do século XIX. A figura de Lord Bryon foi mitificada, conquistando imitadores e admiradores por todo o mundo. No Brasil, Álvares de Azevedo é o poeta onde a influência de Byron é mais perceptível.

Poemas importantes

O maior tradutor dos poemas de Lord Byron para a língua portuguesa foi o poeta brasileiro Castro Alves. Confira um exemplo:

Uma taça feita de um crânio humano

(Tradução de Castro Alves)

Não recues! De mim não foi-se o espírito…
Em mim verás – pobre caveira fria –
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!… que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
– Taça – levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
…Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p’ra alguma coisa!…

Principais obras de Lord Byron

  • Horas Ociosas (1807)
  • As Peregrinações de Childe Harold (1821)
  • O Corsário (1814)
  • Bardos Ingleses e Críticos Escoceses (1809)
  • Caim (1821)
  • Escuridão (1816)
  • Mazzepa (1819)
  • A Profecia de Dante (1821)
  • Sardanápalo (1821)
  • She walks in beuaty (1814)
  • Don Juan (1819)
  • O Prisioneiro de Chillon e Outros Poemas (1816)
  • Manfred (1817)

Frases de Lord Byron

É mais fácil morrer por uma mulher do que viver com ela.

Só temos alegrias se as repartirmos: a felicidade nasceu gêmea.

A amizade é o amor sem asas.

Quando o homem deixa de criar, deixa de existir.

O melhor profeta do futuro é o passado.

O ódio é a loucura do coração.

O ódio é o prazer mais duradouro; os homens amam com pressa, mas odeiam calmamente.

Nada escrevi que prestasse até que comecei a amar.

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