Quais fatores estimularam a Proclamação da República no Brasil?

Confira os principais fatores que estimularam a Proclamação da República no Brasil.

A Proclamação da República no Brasil foi um dos eventos mais importantes da história do nosso país. Resultado de um processo que se iniciou na segunda metade do século 19, a proclamação ocorreu a partir da insatisfação de vários setores da sociedade, principalmente os militares e a elite.

A sociedade civil passou a exigir maior participação política que só se efetivaria por meio do voto direto e da representação política nos espaços de poder.

Além disso, o movimento abolicionista e a interferência de D. Pedro II nas questões religiosas também foram fatores que contribuíram para o fortalecimento do movimento republicano e a consequente expulsão da família real do Brasil.

Vejamos a seguir os principais fatores que estimularam a Proclamação da República no Brasil.

1- Crise da Monarquia

A Proclamação da República do Brasil foi o resultado de um longo processo que desencadeou na crise da monarquia.

Um dos fatores que contribuíram para o declínio do império foi a Guerra do Paraguai (1864-1870), que evidenciou a incapacidade da Coroa em defender e atender as demandas do povo brasileiro.

Novas ideias e novos atores surgiram dando força ao movimento republicano, estruturado de fato na década de 1870, por meio do lançamento do Manifesto Republicano.

Através dos ideais difundidos pelo republicanismo, formou-se o grupo responsável pela queda da monarquia, no dia 15 de novembro de 1889.

A profissionalização do exército e a ocorrência de disputas políticas foram os fatores que mais contribuíram para o declínio da Coroa.

O anseio em tornar o Brasil um país moderno, impulsionou muitos militares e civis a considerar a república a melhor opção para o avanço do mesmo, já que a monarquia se mostrava cada vez mais incapaz de atender as demandas sociais.

2- Insatisfação dos militares

A profissionalização dos militares foi a responsável por permitir que esse setor da sociedade passasse a exigir mais direitos para a categoria em razão do trabalho desenvolvido na Guerra do Paraguai.

Sendo assim, eles passaram a exigir melhores salários, melhores condições de trabalho e melhoria no sistema de promoção. Outra insatisfação dos militares se devia ao envolvimento do exército com a política.

Eles ansiavam por uma maior participação no âmbito político por acreditarem serem os protetores do Brasil, por isso, queriam ter o direito de manifestarem seus posicionamentos políticos publicamente — o que lhes era negado pela monarquia.

Apoiados no positivismo, eles afirmavam que a modernização do Brasil só se daria através de um governo republicano ditatorial.

Sendo assim, os militares acreditavam que o país deveria ter um governante capaz de conduzir a nação para o caminho do desenvolvimento.

3- Economia

Desde 1850, os grandes fazendeiros se mostravam insatisfeitos com o Império, que havia adotado medidas antitráfico de escravos após a proibição do tráfico negreiro pela Inglaterra.

O imperador se viu em uma complicada situação, pois tal medida prejudicava os donos de terras e mudar rapidamente o modelo econômico para seguir as determinações inglesas era algo inviável, visto que o Brasil era um país com uma economia eminentemente agrícola.

Com isso, os fazendeiros paulistas passaram a exigir uma maior autonomia e participação política.

Além disso, a promulgação das leis abolicionistas no decorrer da segunda metade do século 19, desencadeando na abolição total da escravidão em 1888, contribuiu para intensificar o descontentamento com a Coroa.

A partir de então, os ex-proprietários de escravos se opuseram ao Império por se sentirem prejudicados economicamente.

4- Política e sociedade

O Segundo Reinado foi marcado pela dura oposição entre liberais e conservadores no cenário político nacional.

A partir da segunda metade do século 19, o eixo econômico brasileiro se mudou do Nordeste do país para o Sudeste.

Sendo assim, a província de São Paulo passou a concentrar a economia brasileira. No entanto, as elites desta província se mostravam insatisfeitas frente à pequena representação política.

Tal situação fragilizou a relação entre a monarquia e as elites paulistas, que criaram o maior partido republicano do país durante o Segundo Reinado, o Partido Republicano Paulista (PRP).

Além disso, novos grupos surgiram exigindo maior participação na política. Os liberais acreditavam que uma maior participação do povo enfraqueceria os conservadores.

No entanto, os conservadores conseguiram aprovar, em 1881, a Lei Saraiva, que diminuiria o número de eleitores no Brasil.

Diante do não atendimento do desejo de participação da política nacional, a elite passou a manifestar suas insatisfações de forma pública, em jornais e associações.

Em 1870 é criado o Manifesto Republicano, um documento que reunia duras críticas à monarquia e defendia o sistema republicano como a solução para os problemas do país.

Os outros elementos que contribuíram para o fortalecimento do movimento republicano foram o abolicionismo — já que a maioria dos abolicionistas defendia a república — e a demanda por tornar o Estado laico.

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