Indústria Cultural
Indústria cultural é uma expressão criada no século XX para se referir à influência do sistema capitalista no modo de vida das pessoas.
Indústria cultural é um termo desenvolvido pela Escola de Frankfurt, cujo objetivo era produzir estudos interdisciplinares envolvendo a teoria marxista.
Max Horkheimer e Theodor Adorno foram os responsáveis pela criação deste conceito, que apareceu pela primeira vez na obra Dialética do Esclarecimento, escrita por ambos e publicada na década de 1940.
Este livro buscava problematizar um fenômeno típico do sistema capitalista que esteve presente nas sociedades industriais, a criação de um mercado consumidor de cultura de massa.
O que é indústria cultural?
A indústria cultural viu seu apogeu quando os trabalhadores passaram a usufruir de maiores direitos, que propiciavam um tempo livre que poderia ser direcionado para o descanso ou o lazer.
Além disso, o final do século XIX foi marcado por novidades tecnológicas nos meios de comunicação.
A partir de então, os locais frequentados pelos operários passaram a contratar artistas responsáveis por garantir o entretenimento desta classe. Foi assim que as atividades conhecidas como “populares” tomaram forma.
Nesta época, os teatros e as casas de espetáculos atendiam somente a um público: a elite. Com isso, à classe trabalhadora foi direcionada outros tipos de serviços.
Foi no início do século XX, com o advento da rádio, que o caráter ideológico de uma cultura de massa se destacou.
A massificação do conteúdo transmitido por este meio de comunicação visava atender a um público que crescia expressivamente, a classe trabalhadora. Sendo assim, houve uma diminuição da complexidade das programações culturais que atendiam às pessoas intelectualizadas.
A padronização do conteúdo disponibilizado pelo rádio tinha como objetivo satisfazer o grande número de ouvintes que consumiam tal meio de comunicação.
A expressão “indústria cultural” se refere ao atendimento das demandas dos consumidores. Enquanto o termo “cultura” se associa a valores e anseios, a palavra “indústria” diz respeito à satisfação dos desejos das pessoas, focando no lucro.
A indústria cultural tem êxito porque os produtos gerados por ela servem para o atendimento de um público formado ideologicamente. Tais produtos são criados a partir dos anseios econômicos da burguesia, que influenciam a população através dos meios de comunicação.
A influência do marxismo para a análise desta abordagem é essencial, pois nos possibilita compreender o quanto a economia influencia a realidade de um povo, já que a indústria cultural visa a fabricação de necessidades em massa.
A cultura e a arte se tornam mercadorias voltadas para a geração de riquezas, isto é, para o enriquecimento dos grandes empresários. Assim, os interesses e os privilégios dos mais ricos são mantidos e reproduzidos como algo natural e, em certa medida, benéficos para a classe trabalhadora que, submetida à lógica da indústria cultural, se torna alienada.
Com isso, a classe dominada (operária/trabalhadora), assume uma posição de incapacidade quanto à formulação de um pensamento crítico em relação ao sistema capitalista.
O avanço tecnológico associado à indústria cultural, faz com que as pessoas criem a necessidade de consumir os produtos mais avançados. Os indivíduos que não concordam com o consumismo ditado pelo capitalismo são vistos como anormais.
A cultura popular e erudita são modificadas para se tornarem produtos de consumo. Tal prática provoca o declínio da cultura e da arte enquanto expressões genuínas de um povo.
Indústria cultural e cultura de massa
A cultura de massa não assume uma forma de manifestação criativa, pois ela é direcionada para o consumo/lucro. Nesse sentido, a indústria cultural usa os meios de comunicação com o objetivo de imbuir necessidades, valores e costumes à população.
Os meios de comunicação são ferramentas indispensáveis para a manutenção da indústria cultural e para a propagação da cultura de massa, pois eles divulgam os produtos que devem ser consumidos ao mesmo tempo que geram o sentimento de satisfação pela posse.
O outro lado da indústria cultural
Walter Benjamin defende que a indústria cultural pode ser utilizada como um meio para democratizar o acesso à arte. Segundo este intelectual, os mecanismos responsáveis por alienar as pessoas podem tornar a cultura acessível para milhares de outras.
Assim, o lado comercial da indústria cultural passa a ser desconsiderado, já que ela possibilita que os indivíduos tenham acesso às ferramentas para a produção cultural.
No entanto, Max Horkheimer e Theodor Adorno defendiam que a indústria cultural tem o papel de formar e controlar as mentalidades.
Nesse sentido, a indústria cultural foi a responsável pelo empobrecimento da arte enquanto um agente transformador, por isso, ela pode ser o único meio capaz de ressignificar a arte enquanto um agente voltado à transformação social.
Saiba mais em:
Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.