Eleições indiretas no Brasil

As eleições indiretas se caracterizam pela eleição de candidatos políticos que são eleitos através de um colégio eleitoral.

Sendo assim, as eleições indiretas no Brasil ocorreram em determinados momentos de nossa história em que o Legislativo (deputados e senadores) e, em determinados momentos, uma junta militar, elegeram os candidatos políticos de sua escolha.

É importante destacar que desde 1985 não ocorrem eleições indiretas em nosso país.

Eleições indiretas no Brasil

Ao longo da trajetória do Brasil República, o país contou com oito presidentes eleitos de forma indireta. Vejamos quais foram eles:

1- Deodoro da Fonseca

Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente do Brasil, sendo o responsável por proclamar a república, em 1889.

Por meio de um golpe de Estado, ele se tornou o presidente interino até a elaboração de uma nova Constituição, promulgada em 1891.

A nova Carta Magna estabelecia que o novo presidente da República poderia ser eleito por meio do voto do Congresso.

Com isso, a partir do voto dos parlamentares, Deodoro da Fonseca assumiu de fato a presidência do Brasil.

2- Getúlio Vargas

Getúlio Vargas ascendeu ao poder do Brasil em 1930, por meio de um golpe de Estado contra o então presidente, Washington Luís.

A primeira fase da Era Vargas foi marcada pelo Governo Provisório, período no qual Vargas prometeu elaborar uma nova Constituição para o país.

Somente em 1934 foi promulgada a nova Carta Magna que determinava que as próximas eleições a partir da promulgação do texto constitucional ocorreriam por meio do voto indireto, isto é, o Congresso elegeria o próximo presidente.

Tal medida favoreceu a manutenção de Getúlio Vargas no poder, que foi eleito presidente do Brasil pelos parlamentares.

3- Humberto de Alencar Castelo Branco

Humberto de Alencar Castelo Branco foi o primeiro presidente do Brasil durante a ditadura militar. Ele foi um dos responsáveis pela efetivação do golpe de 1964.

Por isso, Castelo Branco foi nomeado presidente do país de forma indireta no mesmo ano do golpe, em 1964, e governou até 1967.

4- Arthur da Costa e Silva

Arthur Costa e Silva foi o segundo presidente do Brasil durante a ditadura militar. Ele ascendeu ao poder em 1967 através de eleições indiretas.

O governo Costa e Silva foi marcado por iniciar os conhecidos “anos de chumbo”, período no qual a repressão, autoritarismo e violência se fizerem intensamente presentes no país.

Seu governo durou até 1969.

5- Emílio Garrastazu Médici

Emílio Garrastazu Médici foi o terceiro presidente do Brasil durante a ditadura militar. Seu governo iniciou-se em 1969, após o agravamento do estado de saúde de Costa e Silva. Com isso, ele foi eleito de forma indireta pela ala considerada “linha dura”.

O governo Médici é considerado como um dos mais repressores do regime, sendo marcado pelo autoritarismo, violência e crescimento econômico, chamado “Milagre Econômico”.

Médici ocupou o posto presidencial até 1974.

6- Ernesto Geisel

Ernesto Geisel foi o quarto presidente do Brasil durante a ditadura militar. Seu governo foi marcado pelo início dos sinais de crise do regime militar.

A eleição de Geisel ocorreu de modo indireto, no entanto, o partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), lançou Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho também como candidatos.

Mesmo tendo consciência de que não seriam eleitos, o MDB passou toda a campanha denunciando os abusos do regime.

Sendo assim, Geisel foi eleito em 1974 e governou o Brasil até 1979.

7- João Baptista de Oliveira Figueiredo

João Baptista de Oliveira Figueiredo foi o quinto e último presidente do Brasil durante a ditadura militar. Eleito de modo indireto, a partir de uma articulação liderada por Geisel, Figueiredo foi o escolhido para comandar o país no processo de redemocratização. Seu papel foi promover a reabertura política do país.

O governo Figueiredo teve início em 1979 e terminou em 1985, ano em que terminou a ditadura militar no Brasil.

8- Tancredo Neves

Tancredo Neves foi o primeiro candidato civil eleito, de modo indireto, para o cargo de presidente do Brasil após a ditadura militar.

Após a não aprovação da Emenda Constitucional Dante de Oliveira que estabelecia a participação imediata dos brasileiros nas eleições presidenciais, Tancredo se lançou candidato à presidência da República em 1985.

Sendo assim, ele foi eleito no mesmo ano, mas não chegou a se empossar no cargo, acometido por graves problemas de saúde.

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