Giotto di Bondone

Considerado o primeiro representante da pintura renascentista, Giotto di Bondone produziu obras como Campanário de Giotto, Apresentação da Virgem no Templo e O beijo de Judas.

Considerado o primeiro representante da pintura renascentista, Giotto foi um importante pintor e arquiteto italiano. Giotto é considerado a ponte entre o Renascimento e a pintura medieval e bizantina.

Discípulo de Cinni di Pepo, produziu obras como Campanário de Giotto, Apresentação da Virgem no Templo e O beijo de Judas.

Biografia

Giotto di Bondone nasceu no ano de 1266 em uma pequena aldeia de Colle di Vespignano, província de Florença. Filho de camponeses, pastoreava ovelhas desde muito cedo. Em meio ao pastoreio, aos 12 anos, começou a produzir seus primeiros desenhos.

Foi nesse período que Cinni di Pepo, conhecido artisticamente como Cimabue, o descobriu. Ao vê-lo pintar uma ovelha em uma rocha, o pintor florentino levou Giotto para estudar em seu estúdio em Florença.

Em 1280, Giotto di Bondone parte para Roma, acompanhando seu mentor. É na capital da Itália que conhece Arnolfo di Cambio, uma de suas principais influências na pintura de afrescos (obras pictóricas produzidas em paredes e tetos, com base de gesso ou argamassa).

Após a cidade de Roma, Giotto foi para Assis, onde pintou uma série de afrescos na recém-construída Basílica de São Francisco de Assis. A pintura do teto da basílica foi seu primeiro trabalho de grande importância.

Outra obra de grande destaque foram os afrescos da igreja de Santa Maria Novella e seu enorme crucifixo de cinco metros de altura. Em 1295, é consagrado mestre e filia-se à Confraria dos Pintores. Seis anos depois, abre seu próprio estúdio em Florença.

Nesse período trabalha intensamente e pinta obras como o Juízo Final e Madona para a Igreja de Ognissanti. Em Florença, é contratado como mestre-chefe das obras da construção da Catedral de Santa Maria del Fiori e projeta o Campanário de Giotto, uma de suas maiores obras.

No entanto, não vive para ver a obra completamente construída. Giotto faleceu em Florença, no dia 8 de janeiro de 1337.

Sua reputação se manteve viva mesmo depois de um século da sua morte. Um decreto público determinou a construção de uma grande sepultura memorial para o artista. O epitáfio anunciava as seguintes palavras: “Sou o homem que deu vida à pintura… tudo o que possa ser encontrado na natureza poderá ser visto em minha arte”.

Campanario de Giotto
Campanário de Giotto, Giotto di Bondone (1298-1359).

Estilo artístico

A temática das obras de Giotto era voltada a representação dos santos da Igreja Católica, representados como figuras humanizadas, semelhantes a seres humanos comuns. As principais características de suas obras são:

  • Estilo naturalista, mesclando realidade e natureza;
  • Abordagem de eventos cotidianos, em oposição ao tradicionalismo da arte medieval;
  • Presença de uma hierarquia: cada figura era representada de acordo com sua importância. Por exemplo, Jesus foi pintado sempre acima dos santos e maiores que os anjos;
  • Os seres humanos são retratados com características próprias, mantendo a identidade e individualidade;
  • Valorização da vida e da figura humana.

Segundo o escritor austríaco Ernst Fischer, Giotto foi o primeiro mestre do novo humanismo. Dante Alighieri, autor da Divina Comédia, incluiu Giotto em sua obra, citando-o como o grande pintor que superou Cimabue, seu mestre.

Obras seculares de Giotto

Ao mesmo tempo em que recebia numerosas encomendas da Igreja, Giotto também era requisitado por inúmeros clientes seculares. Decorou a capela particular de Giovanni Peruzzi e da família Bardi. Os afrescos das capelas foram pintados em fresco secco: uma técnica em que os pigmentos são aplicados a um estuque seco.

Já em 1328, Giotto foi a Nápoles a trabalho do rei Roberto d’Anjou. Apesar de sua origem camponesa, se adaptou com facilidade à nobreza, sendo considerado depois um dos homens mais ricos de Florença.

Arte renascentista

A arte renascentista é conhecida por sua grandiosidade. Financiados por banqueiros e mecenas, os artistas renascentistas produziram obras consideradas a beleza em seu apogeu. Como exemplo temos Mona lisa, A Capela Sistina e O Nascimento de Vênus. 

Apesar da liberdade de criação de cada artista, a arte renascentista apresentava algumas características em comum, como o realismo, a técnica da perspectiva e a valorização da cultura greco-romana.

Além disso, a arte renascentista quebrou uma série de barreiras. Os prazeres terrenos e a beleza do corpo, antes considerados como pecado pela Igreja Católica, agora eram exaltados. O homem passou a ser representado como centro do universo, em oposição a sacralidade da Idade Média.

Principais obras

  • Afrescos da Capela Degli Strovegni (1303–1310)
  • Pentecostes (1306)
  • Apresentação de Jesus ao templo (1320)
  • Vida de São Francisco (1263)
  • A Santa Cruz de Florença (1318)
  • Vida de São João Batista
  • O beijo de Judas (1306)
  • A Lamentação (1306)
  • O Juízo Final (1337)
  • Vida de São João Evangelista (1267–1337)
  • A Virgem e o Menino (1320–1330)
  • Mosaico da antiga Basílica de São Pedro (1326–1333)
  • A madona de Ognissanti (1310)
  • Crucifixo de Santa Maria Novella (1290)
Giotto
Apresentação da Virgem no Templo, Cappella degli Scrovegni, Giotto (1320).
Giotto
O Encontro no Pórtico Dourado, Cappella degli Scrovegni, Giotto (1320).
o beijo de judas
O beijo de Judas, Giotto (1306).
Giotto
Noli Me Tangere, Cappella degli Scrovegni, Giotto (1303-1310).

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