Governo de Venceslau Brás (1914-1918)
O governo de Venceslau Brás foi marcado pela Política do Café com Leite, por conflitos sociais e pelo avanço da industrialização no Brasil.
Venceslau Brás foi o 9° presidente do Brasil, tendo governado o país de 1914 a 1918. Sucessor de Hermes da Fonseca, ele foi o candidato apoiado pelas elites de Minas Gerais e São Paulo.
O governo de Venceslau Brás foi marcado por greves trabalhistas, pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e pela manutenção dos privilégios garantidos pela Política do Café com Leite, jogo político que vigorou durante a República Velha.
Biografia de Venceslau Brás
Venceslau Brás Pereira Gomes nasceu em São Caetano da Vargem Grande (atual Brasópolis), cidade do interior de Minas Gerais, em 26 de fevereiro de 1868.
Em 1890, graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Após retornar ao seu estado de origem, atuou como advogado e assumiu algumas funções públicas, tais como:
- Promotor de justiça;
- Prefeito de Monte Santo de Minas;
- Vereador;
- Deputado estadual;
- Secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais;
- Deputado federal;
- Presidente (governador) de Minas Gerais;
- Vice-presidente da República.
Governo de Venceslau Brás
Quando o governo de Venceslau Brás iniciou-se, a Guerra do Contestado estava em andamento. Esse conflito ocorreu na Região Sul do país, motivado pela revolta popular e pela religiosidade. Depois de cinco anos de enfrentamento, os sertanejos perderam para as tropas do governo.
Outro conflito que estava em andamento quando Venceslau Brás ascendeu à presidência, foi a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Durante grande parte da guerra, o país manteve uma posição neutra, até que uma embarcação brasileira foi atingida pelos alemães. Este fato fez o país declarar guerra contra a Alemanha e seus aliados.
Esta fase foi marcada pelo abalo das exportações de café ocasionadas pela Primeira Guerra. Conforme o Convênio de Taubaté determinava, caso o produto não fosse vendido, o governo deveria comprá-lo para não deixar os produtores no prejuízo.
Sem ter o que fazer com tanto café, o governo decidiu queimar aproximadamente três milhões de sacas do grão para impedir a baixa do valor do produto no mercado.
Além disso, a Primeira Guerra impulsionou a indústria nacional ao motivá-la a produzir itens em grande quantidade, função que antes era exercida pelas indústrias europeias. Dessa forma, o setor industrial passou a crescer de modo expressivo.
O crescimento industrial demandou um maior número de operários. No entanto, tal desenvolvimento não envolveu os direitos dos trabalhadores que chegavam a trabalhar 16 horas por dia em condições precárias, sem salário mínimo ou indenização por acidente de trabalho.
Homens, mulheres e até mesmo crianças compunham a força de trabalho nas fábricas. Diante de tal exploração, os trabalhadores começaram a se unir em torno de greves.
A maior greve já ocorrida no Brasil foi durante o governo Venceslau Brás, em 1917. Iniciada em São Paulo, ela contou com a paralisação de cerca de 40 mil operários.
Mesmo sendo reprimida pelo governo, a Greve Geral de 1917 foi a responsável por embasar a legislação trabalhista de 1920 e por criar várias ligas operárias.
Outro fato importante a ser citado durante esse período foi o surgimento da Gripe Espanhola no Brasil, doença que fez milhares de vítimas, inclusive o presidente eleito para suceder Venceslau Brás, Rodrigues Alves.
Fim do governo de Venceslau Brás
O fim do governo Venceslau Brás ocorreu no período previsto, em 15 de novembro de 1918. Em razão do falecimento do presidente recém eleito, Rodrigues Alves, o posto presidencial foi transferido para Delfim Moreira, vice-presidente.
Saiba mais em:
- Governo Prudente de Moraes (1894-1898)
- Governo Campos Sales (1898-1902)
- Governo Provisório (1930-1934)
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