Hela ou Hel – A deusa da morte na mitologia nórdica
Hela, aquela que esconde ou cobre, é considerada a deusa da morte na mitologia nórdica. Rainha e governante, nem boa, nem má, era considerada justa.
Hela ou Hel é a deusa dos mortos e do além (Niflhel) na mitologia nórdica.
No contexto da mitologia nórdica, a morte é vista como algo natural, não assustadora e uma simples parte do ciclo natural da vida.
Hela, nomenclatura cujo significado é aquela que esconde ou cobre, foi empregada pelos missionários cristãos como símbolo do inferno. Assim, é uma das figuras mais femininas da mitologia e entre os deuses.
E dentro de seu mito, Hela é responsável por julgar as almas que passam por Helheim (reino de Hel), submundo nórdico. O espaço é visto como uma terra bela, mas escura e gelada.
Hel é conhecida por ser uma deusa gananciosa e caprichosa.
Família de Hela
Hela é filha primogênita da giganta Angurboda, deusa do medo, com o deus da trapaça, Loki. Irmã de Fenrir e Jörmungandr, a serpente que segura o mundo, Hela é tida como uma divindade indiferente às preocupações dos vivos e mortos.
Elvidner é o nome do palácio de Hel, que ficava às margens do rio Nastronol, de onde dá para se ver os mortos. Como guarda tinha Garm, um gigantesco cão de gelo, cuja aparência era de quatro olhos e um peito encharcado com sangue.
O seu reino é formado por nove círculos, onde são destinados aqueles que morrem por doença ou velhice. Para Asgard vão aqueles que morrem decorrente de batalhas, sendo levados pelas Valquírias. Depois, as suas almas dividem-se entre Odin e Freyja.
A representação de Hela
Hela é retratada de forma parcial: uma mulher linda, de cabelos longos e atraente, na metade do corpo, e na outra com um corpo em decomposição. Era como se metade dela estivesse viva e a outra metade morta. Desse modo, a sua fisionomia lhe tornava única e fácil de ser reconhecida por onde estivesse.
A deusa é uma representação do mundo ctônico, em que não há uma realidade comum, mas sim a realidade do inconsciente e das imagens simbólicas.
Hela exibe aspectos das antigas divindades da fertilidade. No caso, a morte precisa existir para que o novo nasça na vida, estando nesse aspecto a sua dualidade.
A deusa é o símbolo da mãe terrível, o lado sombrio da grande mãe. É a ambiguidade do túmulo aterrorizante, só que por outro lado – como mãe terra – o útero de onde nasce a vida. É ela quem faz o acolhimento, protege, acolhe e nutre as sementes (almas) antes do nascimento.
Os poderes de Hela
Hela não é boa e nem má, é considerada justa.
Os mortos eram cuidados com paciência, carinho e compaixão, a espera de uma regeneração. Já os criminosos eram tratados com crueldade, sendo exilados em um inferno e forçados a mergulhar em rios gelados e com vapores tóxicos, ou até mesmo permanecer em grutas povoadas por serpentes.
Conforme a lenda, Hela era inderrotável em seu mundo. Diante disso, nem mesmo Thor e Odin ousavam enfrentá-la.
Hela nos quadrinhos, no cinema e nos jogos
A estreia de Hela no mundo da Marvel foi em Jornada ao Mistério #102 (março de 1964).
Hela é membro do universo do grupo denominado Lordes do Infernos, no qual fazem parte os senhores dos múltiplos submundos existentes dentro do Universo Marvel, estando entre eles Mefisto, Dormammu, Coração Negro, Satannish, Plutão e Asmodeus.
Com criação de Stan Lee e Jack Kirby, inspirada na mitologia nórdica, ela chegou também as telas de cinema com os filmes Hulk Vs. (2009) e Thor: Ragnarok (2017).
O jogo online Smite também possui a personagem Hela, sendo fiel ao mito da deusa. Nele, ela apresenta duas formas: a primeira, de uma mulher loira com habilidades de cura, e a segunda com uma caracterização mais perversa, de cabelos negros e atos direcionados ao ataque.
Na série Shin Megami Tensei, ela é um espírito do mal, sendo a única capaz de domar o dragão Nidhoggr.
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