Pantanal: Biomas, Animais, Imagens, Estados, Fauna e Flora
O que é o Pantanal, suas principais características, problemas enfrentados e quais estados fazem parte do bioma considerado como Patrimônio Natural Mundial.
O Brasil, com toda sua extensão territorial e biodiversidade invejável, é dotado de variados biomas que caracterizam bem as regiões às quais pertencem. Uma das mais conhecidas é o Pantanal, localizado na Região Centro-Oeste.
Considerado como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco e Reserva da Biosfera, o complexo abriga amplo número de espécies naturais e vegetais, além de ser região de transição entre diversos tipos de vegetação.
O que é o Pantanal?
O Complexo do Pantanal é uma região constituída, principalmente, por savana do tipo estépica, que permanece alagada durante boa parte do ano. Sua extensão é de, aproximadamente, 250.000 km² com altitude média de 100m.
De fato, existem diferentes maneiras de conceituar o Pantanal, dependendo da ciência que o estuda. Pela Fisiografia, o complexo é definido como uma grande e complexa planície de coalescência detrítico-aluvial.
Traduzindo: região plana de fusão ou transição entre variados tipos de vegetação. A partir daí, vem o conceito biogeográfico que entende o Pantanal como uma confluência das províncias do Cerrado, Amazônia, Chaco e Mata Atlântica.
Seu alagamento deve-se à lentidão com que a água é drenada, fazendo com que ela flua lentamente pela região do Médio Paraguai. O local é chamado de Fecho dos Morros do Sul.
Como surgiu o Pantanal?
O Pantanal, ao contrário do que muitos pensam, não foi originado a partir da separação dos oceanos pois, não há indícios de vida marinha por ali. Portanto, a área foi formada pela ação de falhamentos dos blocos ocorridos no período Terciário.
Os europeus chegaram à região por volta de 1524, sendo o português Aleixo Garcia o primeiro visitá-la atraído pelas pedras e metais preciosos. A partir daí, a área tornou-se passagem de expedições portuguesas e espanholas.
Entre os anos de 1878 e 1930, a cidade de Corumbá (MS) foi o principal eixo comercial e fluvial do estado (antes da divisão territorial) mas, perdeu sua importância com a fundação das duas capitais – Campo Grande e Cuiabá.
Quais estados fazem parte do Pantanal?
O Pantanal compreende o sul do Mato Grosso, noroeste do Mato Grosso do Sul, além do norte paraguaio e leste da Bolívia. Neste último país, é denominado chaco boliviano. As principais cidades cobertas pelo Pantanal são Corumbá, Miranda e Aquidauana.
Divisões do Pantanal
Geograficamente, o Pantanal é dividido entre duas microrregiões, sendo elas o Alto Pantanal (Mato Grosso) e Baixo Pantanal/Aquidauana (Mato Grosso do Sul).
Principais características do Pantanal
Uma das maiores extensões alagáveis do planeta está localizada sobre a bacia do Rio Paraguai. De todo o seu território, 35% compreende o Mato Grosso e 65% no Mato Grosso do Sul.
O Pantanal é caracterizado pela alternância dos períodos de chuva e seca. Tal flutuação é imprescindível para o funcionamento do bioma pois, o material decomposto durante a seca contribui para o enriquecimento da água.
A partir disso, uma rica camada de nutrientes é deixada para trás quando a água recua, servindo como base para que a extensa vegetação surja e cresça.
Rios
O Rio Paraguai percorre o complexo pantaneiro e provoca a formação de áreas inundadas que abrigam peixes como o pintado, pacu, dourado e outros animais. A baixa declividade da região faz com que as águas do rio demorem até quatro meses para atravessar o Pantanal.
Com isso, a região concentra, tanto cerradões sem alagamento periódico, quanto ambientes aquáticos, campos inundáveis, rios, vazantes, lagoas de água doce e corixo. Outros rios, todos pertencentes à bacia do Rio Paraguai, cortam o Pantanal.
Os principais são os rios Piquiri, Cuiabá, Taquari, São Lourenço, Aquidauana, Apa e Miranda.
Clima
O clima do pantanal é quente e úmido no verão apresentando quedas de temperatura no inverno. A umidade relativa do ar continua presente durante todo o ano graças à evapotranspiração da água acumulada no solo.
O ano é dividido em duas estações bem definidas – seca (maio a setembro) e chuvosa (outubro a abril). Durante a seca, a paisagem alagada transforma-se por completo, tornando visíveis bancos de areia, campos, ilhas e rios que voltam ao curso natural.
Nesse cenário, são formados os corixos, canais que ligam águas de baías e lagoas aos rios mais próximos. O período de chuva começa com águas torrenciais caindo nas cabeceiras dos rios ao norte.
O umedecimento constante faz com que o nível das baías aumente, provocando inundações das áreas mais baixas. De fato, muitas estradas são, também, alagadas, dificultando o transporte pelo interior.
Solo
O Pantanal apresenta, em sua maior parte, solo arenoso que suporte as pastagens de gado e outros herbívoros. Uma parcela dessa pastagem foi substituída por forrageiras exóticas, como a Braquiária.
Relevo
O relevo pantaneiro é constituído, basicamente, por uma planície levemente ondulada, raras elevações isoladas (serras e morros) e depressões rasas. Os limites do Pantanal pontuam sistemas de elevações, como serras, chapadas e maciços. Do lado brasileiro, o Pantanal é circundado por terrenos de altitude entre 600m e 700m.
Vegetação
A faixa de transição que caracteriza o Pantanal garante que o bioma abrigue variado número de espécies que são classificadas por autores e institutos de maneira diversa. As mais importantes são aquelas denominadas por Carlos Toledo Rizzini, Edna Scremin Dias e o IBGE. Vejamos cada uma.
IBGE
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os tipos de vegetação encontrados no Pantanal são:
- Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (mata de galeria)
- Sistema Edáfico de Primeira Ocupação, Formações pioneiras – Vegetação com influência fluvial e/ou lacustre (buritizal, cambarazal, pirizal; caetezal, baceiro ou batume, brejo)
- Floresta Estacional Semidecidual de Terras Baixas (mata semidecídua)
- Savana Arborizada (cerrado)
- Savana Parque (paratudal, canjiqueiral)
- Savana gramíneo-lenhosa (campo inundado, campo seco)
- Savana Estépica Florestada (chaco)
- Savana Estépica Parque (carandazal)
Na classificação de Rizzini, o complexo pantaneiro abriga as seguintes espécies:
- floresta pluvial atlântica
- floresta xerófila decídua
- scrub [arbustal] espinhoso
- scrub [arbustal] suculento
- savana central
- consociações de Copernicia, Mauritia, Gramineae, Cyperaceae, Ipomoea, Tabebuia, etc.
- comunidades hidrófilas
Por sua vez, Scremin Dias distingue o Pantanal entre:
- Pantanal sensu stricto: regiões influenciadas pela inundação
- Pantanal sensu lato: regiões não influenciadas pela inundação periódica
Esse mosaico de regiões distintas apresenta padrão diferenciado de flora, variando conforme o solo e a altitude. Nas partes baixas, predominam as gramíneas enquanto o cerrado domina as partes médias.
Nas altitudes elevadas, a vegetação toma características da caatinga. Entre as espécies que podem ser encontradas em todo o Pantanal, de acordo com a área visitada, estão:
- angico
- ipê
- aroreira
- mandacaru
- piúva
- palmeiras
- orquídeas
- figueiras
- barrigudas
- gravatá
- vitória-régia
- carandá
- aguapé
- salvínia
- palmeira acuri
- jenipapo
Fauna
Não é à toa que o Pantanal foi nomeado Patrimônio Natural Mundial pela Unesco! Só de aves, foram catalogadas 650 espécies, com destaque para a arara-azul-grande – ameaçada de extinção, inclusive – e o tuiuiú, símbolo da região.
Além das aves, já foram registradas 1.100 espécies de borboletas, 124 de mamíferos e 263 peixes. Entre tanta diversidade, podemos citar, apenas, alguns exemplares de animais do pantanal que podem ser encontrados no complexo pantaneiro:
- tucanos
- periquitos
- garças-brancas
- beija-flor
- socós
- jaçanãs
- emas
- seriemas
- papagaios
- gaviões
- colhereiros
- curicacas
- carcará
- onça-pintada
- lobinho
- capivara
- veado-campeiro
- veado-catingueiro
- macaco-prego
- lobo-guará
- bugio-do-pantanal
- cervo-do-pantanal
- queixada
- caititu
- cachorro-do-mato
- tamanduá-bandeira
- ariranha
- bicho-preguiça
- anta
- quati
- tatu
- onça-parda
- piranhas
- dourado
- jaú
- piau
- jacarés
- jararacas
- sucuri
- jiboia
- lagartos
Economia no Pantanal
A economia pantaneira é, fortemente, ligada às atividades pecuárias, especialmente, no que toca ao gado bovino. A criação é facilitada pelos pastos naturais e água levemente salgada. Porém, nota-se a exploração mineral e siderúrgica, cujos impactos ambientais são, constantemente, investigados.
Nos últimos anos, o Pantanal vem se firmando como um importante pólo ecoturístico. Por esse motivo, pousadas e centros de recepção estão sendo construídos na região, atraindo turistas de todo o mundo atrás de suas belezas naturais.
Problemas enfrentados
Sem dúvida, um dos maiores problemas enfrentados pelo complexo pantaneiro diz respeito à invasão pela agropecuária. A partir da década de 60, os governos deram incentivos consideráveis para o desenvolvimento da região Centro-Oeste.
Com isso, foram implantados projetos agropecuários que provocaram alterações consideráveis no cerrado e, assim, ameaçaram a biodiversidade. Diante desse quadro, a Embrapa instalou uma unidade de pesquisa em Corumbá, no ano de 1975.
O objetivo era desenvolver e adaptar tecnologias visando o uso sustentável do solo e dos recursos minerais. Começando pela pecuária bovina, as pesquisas se estenderam para outras atividades, como a pesqueira.
O Pantanal enfrenta, ainda, o desmatamento para produção de carvão, pesca e caça predatórias, assoreamento e contaminação das águas pelo garimpo, turismo descontrolado que provoca poluição e desconforto para os próprios animais.
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