Política da Boa Vizinhança
A Política da Boa Vizinhança foi uma política exterior criada pelos Estados Unidos que visavam melhorar o relacionamento com a América Latina.
O que foi a Política da Boa Vizinhança? A Política da Boa Vizinhança foi uma política exterior norte-americana implementada durante o governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), nos Estados Unidos. Tal política foi utilizada como uma estratégia de relacionamento com a América Latina.
A principal característica foi o abandono da intervenção militar nos países que compõe esse continente, adotando uma relação diplomática com apoio econômico, militar e aproximação cultural.
O intuito era dificultar a influência européia na América Latina, mantendo a estabilidade política e garantindo a liderança dos Estados Unidos na região.
Origem da Política da Boa Vizinhança
A Política da Boa Vizinhança se originou visando mudar a imagem dos Estados Unidos de país intervencionista para a de “bom vizinho”. Dessa maneira, o país norte-americano preferiu adotar a diplomacia como forma de intervir nos países latino-americanos.
Como forma de demonstrarem uma postura amigável, eles forneciam mercado para os produtos da América Latina, além de matérias-primas. Nesse momento a Europa enfrentava uma crise financeira como efeito da Crise de 1929.
A intenção era manter países aliados no continente americano, diminuindo a influência alemã no território. Dessa forma, empresários se unem para a criação de estratégias que garantissem a aproximação política dos Estados Unidos com a América Latina. Tais ações foram adotadas no governo de Franklin Roosevelt.
Os principais países visados para a prática dessa política foram Argentina, Brasil, Cuba, México e Venezuela.
A Política da Boa Vizinhança e o Brasil
A Política da Boa Vizinhança dialogou com o governo de Getúlio Vargas. A aliança com os Estados Unidos prevaleceu em um governo com tendências fascistas e nacionalistas.
Com o intuito de modernizar as indústrias do país, Getúlio Vargas fez empréstimos com os norte-americanos. Em contrapartida, permitiu a entrada de produtos dos Estados Unidos e o fornecimento de matérias-primas.
Inicialmente, o Brasil adotou uma postura neutra diante da Segunda Guerra Mundial. Após a ocorrência de episódios de submarinos alemães afundarem navios brasileiros na costa do país. Em 1942, Getúlio Vargas entra no conflito integrando o lado dos países aliados, Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética.
Política da Boa Vizinhança e cultura
A relação da Política da Boa Vizinhança com a cultura foi extremamente importante para solidificar a relação dos Estados Unidos com os países da América Latina, especificamente, o Brasil.
O país recebeu a visita de importantes nomes do cenário cultural norte-americano, como Walt Disney (1901-1966) e o ator e diretor Orson Welles (1915-1985), considerado um dos artistas mais versáteis do século XX no campo das artes.
Walter Elias Disney, mais conhecido como Walt Disney exerceu diversas funções no mundo cultural, se destacando como produtor, animador, diretor, empreendedor e cofundador da The Walt Disney Company.
Além disso, Walt Disney foi o responsável por criar o personagem Zé Carioca, um papagaio malandro que recebe o Pato Donald no Rio de Janeiro no filme Aquarela do Brasil, lançado em 1942.
Do mesmo modo, alguns artistas brasileiros foram aos Estados Unidos a fim de contribuir com a indústria cinematográfica. Foram eles o músico Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e a cantora e atriz Carmen Miranda (1909-1955).
Consequências da Política da Boa Vizinhança
As consequências da Política da Boa Vizinhança deixou uma profunda marca na cultura brasileira, pois os Estados Unidos ocuparam um posto de referência cultural no país.
Especialidades da cozinha estadunidense foram incorporadas pelo país como o milk-shake, hambúrguer e refrigerantes.
Fim da Política da Boa Vizinhança
O fim da Política da Boa Vizinhança ocorreu em 1946, após a Segunda Guerra Mundial. A partir de então, a América Latina já era considerada como um território completamente influenciado pelos Estados Unidos em todos os âmbitos.
Entretanto, a partir do processo vivido pela Revolução Cubana iniciado, em 1953, e com o seu fim, em 1959, o continente americano voltou a ser motivo de preocupação pelos norte-americanos. Eles temiam que o território fosse influenciado pela União Soviética.
Por isso os Estados Unidos apoiou diversos golpes militares em países latino-americanos com o objetivo de impedir uma possível instalação do socialismo nesses locais.
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