Eurípedes
Conheça um dos principais poetas gregos, escritor de Medea, Hipólito e Alceste. Ao lado de Sófocles e Ésquilo, Eurípedes é considerado o mais popular de sua época.
Eurípedes foi um importante dramaturgo e poeta trágico grego. Ao lado de Sófocles e Ésquilo, escreveu sobre as agitações da alma humana, principalmente a alma feminina. Por escrever obras que caíram no gosto moderno, é considerado o mais popular dos poetas gregos.
Suas tragédias reinventam mitos gregos e estudam o lado mais obscuro da natureza humana. Dentre as mais famosas, estão: Medea, As bacantes, Hipólito, Alcestis e The Trojan Women.
Biografia
Sua vida foi pouco documentada, então pouco se sabe sobre ela. Eurípedes nasceu em 480 a.C, na ilha de Salamina, mas viveu a maior parte de sua vida na cidade de Atenas. Nascido em família de classe média, desde cedo teve contato com a ciência, literatura e filosofia grega.
Influenciado por Anaxágoras, Sócrates e os sofistas, escreveu cerca de 95 peças trágicas. No entanto, apenas dezoito chegaram até nossa época. Pouco sociável, costumava escrever e meditar em completo isolamento, em uma gruta em frente ao mar de Atenas.
Foi vencedor por cinco vezes do festival de teatro ateniense e ficou conhecido como “filósofo de teatro” pela crítica da época. Não pertenceu a nenhuma escola filosófica, mas apresentava grande afinidade com os sofistas.
No decorrer de sua vida, devido a seus ideais pacifistas e humanitários incompreendidos na época, era motivo de sátira para a sociedade ateniense. Frequentemente era satirizado nas comédias do dramaturgo Aristófanes.
Devido à marginalização e perseguição, isolou-se na Macedônia, onde foi recebido com honrarias pela corte do rei Arquelau. Eurípedes casou-se com uma mulher chamada Melito e teve três filhos.
No final de sua vida, viveu recluso e rodeado de livros. O poeta grego morreu em 406 a.C., dois anos antes da morte de Sófocles.
Estilo literário
Podemos dizer que Eurípedes era um poeta a frente de seu tempo. Negando as tradições e mitos da época, escrevia sobre mulheres, camponeses e escravos. Em uma nova abordagem dos mitos tradicionais, o poeta humanizava diversas questões místicas.
Na obra As Troianas, Eurípedes relata histórias femininas em um tempo onde a mulher não era considerada parte da sociedade. Descrevia personagens femininas fortes e complexas, ora como vítimas, ora como vingadoras.
Em Medea, por exemplo, a personagem-título se vinga de seu marido infiel e sua amante pelo assassinato de seus filhos. Já Hécuba narra a história da ex-rainha de Troia, especialmente o seu pesar pela morte de seus filhos e da retaliação ela toma contra os assassinos de seu filho.
As tragédias de Eurípides raramente contavam com a participação da realeza ou dos deuses. O poeta optava sempre por retratar pessoas cotidianas e próximas de sua realidade. A maioria de seus personagens eram camponeses que viviam ao lado de príncipes.
Além disso, também teve como inspiração as guerras ocorridas na época, abordando a realidade fria e sem glória da guerra. Também criticou a religião e chamou atenção da sociedade ateniense para a existência dos marginalizados, como: escravos, velhos e mulheres.
Poesia grega
Assim como as obras de Eurípedes, poucos dos textos gregos chegaram até os dias atuais. Isso foi devido a alguns acontecimentos, como intolerância intelectual e religiosa, e acidentes geográficos que destruíram a maior parte do acervo literário grego e romano.
Por exemplo, no incêndio da Biblioteca de Alexandria, perdeu-se grande parte do conhecimento do mundo antigo. Mistérios da antiguidade, descobertas científicas, estudos sobre astronomia, matemática e registros históricos, tudo se perdeu no incêndio.
No entanto, por meio dos fragmentos recuperados e armazenados em outros lugares, podemos perceber a grandeza da poesia helenística. Os grandes nomes da poesia grega foram: Eurípedes, Sófocles, Homero, Hesíodo, Esopo, Dionísio Periegeta e Ésquilo.
A epopeia era o gênero literário dominante da época. A poesia épica consiste em uma narrativa heroica que faz referência a temas históricos, mitológicos e lendários. Ilíada e Odisseia, obras escritas por Homero, são as principais epopeias conhecidas nos dias atuais.
Enquanto Odisseia se refere às viagens do herói Ulisses e seu retorno ao reino de Ítaca, Ilíada narra a Guerra de Troia.
Outro gênero literário grego bastante conhecido é a ode, que consiste em um poema sobre algo sublime. É composto para ser cantado individualmente ou em coro, com acompanhamento musical. As odes mais antigas que se tem registro são atribuídas a Safo, famosa poetisa grega.
Cultura da Grécia Antiga
Nossa maior herança cultural certamente é da cultura grega. Deles, herdamos muitas influências em várias áreas do conhecimento: História, Filosofia, Geografia, Literatura, Artes, Arquitetura, Teatro e Medicina.
A cultura da Grécia Antiga está vinculada à religião. A literatura, a filosofia, a música e o teatro eram ferramentas de narração dos feitos dos heróis e de sua relação com os deuses que viviam no Olimpo.
O Teatro, por exemplo, se desenvolveu inicialmente por meio de rituais e danças para o deus Dionísio. Inúmeras peças teatrais gregas são encenadas até hoje, como: Édipo rei e Antígona, de Sófocles, Medeia, de Eurípedes, e Prometeu Acorrentado, de Ésquilo.
A arquitetura grega também nos deixou muitos legados. As proporções gregas e o formato das colunas até hoje são referências para as construções atuais. O sistema ortogonal urbano influencia cidades como Brasília e Nova Iorque.
No campo da astronomia, Tales de Mileto e Pitágoras estudaram profundamente os eclipses e o formato esférico dos corpos celestes. Na medicina, Hipócrates foi o primeiro a observar que as doenças eram causadas por motivos naturais, desvinculadas dos mitos gregos.
A filosofia ocidental também é marcada por influências das obras de Sócrates, Platão e Aristóteles. Enfim, a herança grega deixada à nossa sociedade moderna é inúmera e de extrema importância.
Principais obras de Eurípedes
- Medeia (431 a.C)
- Helen (412 a.C)
- Orestes (408 a.C)
- As Suplicantes (423 a.C)
- As Bacantes (405 a.C)
- Hipólito (428 a.C)
- Alceste (438 a.C)
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