Termos constituintes da oração

Os termos constituintes da oração são divididos em termos essenciais, termos integrantes e termos acessórios.

A sintaxe é a área da gramática normativa responsável pelo estudo das relações e combinações entre as palavras do enunciado.

Esta área se debruça sobre o estudo de cada elemento constituinte da frase. Vamos estudar sobre os termos constituintes da oração?

Termos constituintes da oração

Para a construção eficaz de uma oração, são imprescindíveis os:

  • Termos essenciais: são elementos que geram significado à oração.
  • Termos integrantes: são vocábulos que só adquirem significação completa com a presença de outras sentenças.
  • Termos acessórios: apesar de serem relevantes para a compreensão do enunciado, podem ser dispensáveis na estrutura básica oracional.

Termos essenciais da oração

A estrutura oracional necessita do sujeito e predicado para a construção de um enunciado compreensível. Abaixo leia as definições e ramificações desses elementos:

  • Sujeito

Sujeito é o termo sobre o qual o resto da oração se refere. Por exemplo, em “A chuva engrossava mais e mais no sudeste”, “a chuva” é o sujeito.

O sujeito possui uma palavra base denominada núcleo. Esta palavra é a principal, pois é sobre ela que o predicado diz algo.

O núcleo do sujeito é constituído de um substantivo ou qualquer outra palavra com valor de substantivo. Exemplo: A chuva engrossava mais e mais no sudeste. [“a chuva” é o sujeito; “chuva” é o núcleo do sujeito.]

Tipos de sujeito

O sujeito pode ser classificado como determinado e indeterminado.

Temos o sujeito determinado quando for possível determinar que o elemento da oração trabalha como sujeito. Exemplo: Ricardo amava romances históricos.

O sujeito determinado pode ser subdivido em:

  • Sujeito simples
  • Sujeito composto
  • Sujeito oculto

Temos o sujeito simples quando a frase possuir apenas um núcleo. Exemplo: A noite é o símbolo dos apaixonados. [“noite” é o núcleo do sujeito.]

Temos o sujeito composto quando a frase possuir dois ou mais núcleos. Exemplo: Livros, cartas e bilhetes são meios de comunicação que estão em desuso. [“livros, cartas e bilhetes” são os núcleos do sujeito.]

O sujeito oculto, também chamado de implícito ou desinencial, acontece quando o núcleo não estiver expresso na oração, mas for reconhecido pela desinência verbal. Exemplo: (Eu) Não entendi sua proposta. [“eu”, implícito, mas subentendido pela desinência verbal, é o núcleo do sujeito.]

O sujeito indeterminado acontece quando não for possível determinar o elemento da oração que exerce a função de sujeito. Exemplo: Vive-se bem em São Paulo. [Quem vive?]

Em orações como as que estão acima, onde só o predicado está expresso, não se pode determinar sobre quem o verbo está se referindo.

Temos ainda as orações sem sujeito. Estas orações são constituídas apenas de predicado.

São orações construídas com o verbo “haver” significando “existir”, “fazer” ou “acontecer”. Exemplo:  muitos fiscais do Estado corruptos. [verbo “haver” no sentido de “existir”.]

Ou, ainda, com os verbos “fazer”, “ser” e “estar”, quando indicam tempo transcorrido ou tempo relativo a fenômenos da natureza, e verbos que expressam fenômenos naturais como: anoitecer, amanhecer, gear, etc. Exemplo: Era tarde quando ele saiu de casa. [verbo “ser” indicando tempo transcorrido.]

  • Predicado

O predicado é o termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Exemplo: Os imigrantes estão sem casa. [“estão sem casa” é o predicado.]

Para estudar profundamente sobre o predicado é imprescindível conhecer o verbo que o constitui.

Predicação verbal

Os verbos que constituem o predicado são verbos significativos e são classificados em intransitivos e transitivos.

Os verbos intransitivos trazem em si a ideia completa de ação, ou seja, eles não precisam de complementos. No entanto, podem aparecer acompanhados de expressões que indicam intensidade, modo, lugar e tempo. Exemplo: As flores caíram no outono. [“caíram no outono” é o predicado; “caíram”, verbo intransitivo; “outono”, ideia de tempo.]

Os verbos transitivos não trazem em si a ideia completa da ação, portanto, eles precisam de outros termos para completar o seu sentido. Estes outros termos são denominados como complementos verbais ou objetos. Exemplo: Os escritores necessitam de reconhecimento [“necessitam de reconhecimento” é o predicado; “necessitam” é o verbo transitivo; “de reconhecimento” é o complemento verbal.]

Os verbos transitivos são ramificados em:

Transitivo direto: quando se liga diretamente ao seu complemento. Exemplo: Os burgueses tiveram lucro. [“tiveram lucro” é o predicado; “tiveram” é o verbo transitivo direto; “lucro” é o objeto direto.]

Transitivo indireto: quando necessita de uma preposição, portanto, liga-se indiretamente. Exemplo: Eu acredito em Jesus. [“acredito em Jesus” é o predicado; “acredito” é o verbo transitivo indireto; “em Jesus” objeto indireto.]

Há ainda o verbo transitivo direto e indireto, que apresenta dois complementos verbais: um direto e outro indireto. Exemplo: Escrevi um bilhete à rainha. [“escrevi” é verbo transitivo direto e indireto; “um bilhete” é objeto direto; “à rainha”, objeto indireto.]

O predicado ainda pode ser constituído de verbos de ligação. Os verbos de ligação expressam estado, mas não são significativos como os verbos intransitivos e transitivos.

Os verbos de ligação ligam aspectos características ao sujeito, estabelecendo assim relações como: permanência, transitoriedade, mutabilidade, continuidade e aparência. Exemplos:

Rute é bonita. [expressa permanência]
Luís está gripado. [expressa estado transitório]
Fábio parece triste. [estado de aparência]
Elisa ficou linda com o vestido vermelho. [estado de mutabilidade]

Tipos de predicado

Segundo a gramatica normativa, o predicado pode ser classificado como: verbal, nominal e verbo-nominal.

O predicado verbal é aquele que informa uma ação. Exemplos:

Os professores lutam por melhores salários. [“lutam por melhores salários” é o predicado verbal.]

Os escritores escreveram suas misérias. [“escreveram suas misérias” é o predicado verbal.]

O predicado nominal informa um estado do sujeito oracional. Portanto, este predicado virá acompanhado do verbo de ligação. Exemplos:

  • Beta é linda. [“é linda” é o predicado nominal]
  • Dr. Roberto está feliz. [“está feliz” é o predicado nominal]

O predicado verbo-nominal expressa ação e estado. Exemplo: Os poetas retornaram da conferência felizes. [“retornaram da conferência felizes” é predicado verbo-nominal; “retornaram” é a ação e “felizes” é o estado.]

Termos integrantes da oração

Alguns verbos e nomes, quando presentes numa oração, não possuem completude em si mesmos.

Portanto, sua significação só se integraliza com a presença de outros termos. Estes outros elementos são denominados de termos integrantes da oração.

  • Complemento verbal

Como vimos na predicação verbal, os termos que completam o sentido de verbos transitivos diretos e indiretos são chamados de complementos verbais.

Os complementos verbais são subdivididos em objeto direto e objeto indireto.

Objeto direto

O objeto direto é o elemento que completa o sentido de um verbo transitivo direto, fixando-se a ele sem a ajuda da preposição. Exemplo: As imobiliárias vendem casas magníficas. [“vendem” é verbo transitivo direto; “casas” é objeto direto.]

Objeto indireto

O objeto indireto é o elemento que completa o sentido do verbo transitivo indireto, associando-se a ele através de preposição. Exemplo: Israel resistiu ao ataque estadunidense. [“resistiu” é verbo transitivo indireto; “ao ataque estadunidense” é objeto indireto.]

  • Complemento nominal

O complemento nominal é a unidade gramatical que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo, referindo-se a um advérbio, substantivo ou adjetivo, e fixando-se a eles por meio de preposição. Exemplos:

Os maus políticos agiram desfavoravelmente ao povo sofrido. [“desfavoravelmente” é advérbio; “ao povo” é complemento nominal.]

A tristeza do presente toma conta do meu coração. [“tristeza” é substantivo; “do presente” é complemento nominal.]

Minha casa está cheia de baratas. [“cheia” é adjetivo; “de baratas” é complemento nominal.]

  • Agente da passiva

O último desmembramento dos termos integrantes diz respeito ao agente da passiva.

O agente da passiva é o termo que indica quem ou o que pratica a ação verbal sofrida pelo sujeito. Somente identificaremos este elemento se na oração o verbo estiver na voz passiva e o sujeito for paciente.

O agente da passiva sempre vem seguido de preposição. Exemplos:

A cidade luz estava rodeada de salteadores. [“a cidade luz” é sujeito paciente; “de salteadores” é agente da passiva]

A torta foi feita por meu namorado. [“a torta” é sujeito paciente; “por meu namorado” é agente da passiva]

Termos acessórios da oração

Os termos acessórios são elementos dispensáveis na estrutura básica da oração.

Porém, eles são importantes para a compreensão do enunciado porque inserem informações novas, especificando um substantivo ou apontando uma particularidade do verbo.

  • Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o elemento que acompanha o nome a fim de o caracterizá-lo, individualizá-lo ou determiná-lo.

Ele pode ser representado na oração por artigos, adjetivos, numerais, locuções adjetivas e pronomes adjetivos. Exemplo: As raias coloridas se destoavam no céu azul. [“as”, “coloridas”, “no”, “azul” são adjuntos adnominais.]

  • Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é o elemento que se refere ao advérbio, adjetivo e verbo, designando-lhes uma situação.

Esse elemento pode ser constituído de locuções adverbiais ou expressão adverbial e advérbios. Exemplos:

Viajo aos fins de semana para Fernando de Noronha. [“aos finais de semana” é adjunto adverbial/expressão adverbial.]

Nosso tempo juntos passa rapidamente. [“rapidamente’ é adjunto adverbial/advérbio]

  • Aposto

O aposto é o elemento que resume, desenvolve e esclarece outro elemento da oração. Exemplo: Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, está em péssimas condições.

  • Vocativo

O vocativo é um termo que não sustenta relação sintática com outro elemento oracional.

Ele não se relaciona, portanto, nem com o sujeito nem com o predicado. É usado para interpelar ou chamar um indivíduo. Exemplo: Alunos, façam a atividade!

Leia tambémRegência verbal e nominal

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