Os anos 50

A década de 1950 foi marcada pelo conflito do capitalismo vs. comunismo, pela corrida espacial, pelo início da descolonização da África e Ásia, pela aurora do rock n’ roll, pela ascensão de Hollywood e da TV e pelas descobertas científicas que moldaram as décadas que viriam e até os dias de hoje.

Guerras, política e economia

A Guerra Fria se delineou principalmente nos anos 50, com a corrida armamentista pela construção de um arsenal nuclear. O Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos estimulou a delação de comunistas para o governo por parte dos cidadãos americanos, o que causou um clima de paranoia generalizado que eventualmente chegou ao Brasil.

O mundo passava por uma reorganização após a segunda guerra mundial e a explosão demográfica e econômica causaram um clima de otimismo quanto ao futuro. O desenvolvimentismo de Getúlio Vargas foi continuado com o governo de Juscelino Kubitschek e seu Plano de Metas, cujo lema era “50 anos em 5”.

Outro evento marcante para a economia brasileira é a criação da Petrobrás, em 1953. Houve também a abertura da economia para as multinacionais estrangeiras e a chegada da indústria pesada da segunda revolução industrial. Brasília foi construída em 41 meses, de 1956 a 1960.

A Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã, a Crise do Canal de Suez, o conflito Israel – Palestina, a Guerra da Argélia, a Revolução Cubana, datam da década de 1950.

Ciência e Tecnologia

• Francis Crick, James Watson e Rosalind Franklin descobriram a estrutura de dupla hélice do DNA. As primeiras células cancerígenas humanas foram cultivadas fora de um corpo, conhecidas como células HeLa.
• As vacinas contra poliomielite, o primeiro computador com transístores, o ultrassom, foram inventados.
• Foram estabelecidas: a NASA e a primeira usina de energia nuclear, em Obninsk, Rússia.
• Sputnik 1, o primeiro satélite artificial foi posto na órbita da Terra em outubro de 1957, pela União Soviética.
• A Rede Tupi de Televisão foi fundada em 1950. O rádio continuou sendo o meio de comunicação mais importante no Brasil, com grandes verbas publicitárias destinadas a ele.

Cultura

O rádio dominou o início da década de 50 no Brasil, com programas de auditório, radionovelas, cantores cuja carreira girava em torno desse meio.

A era do rádio foi estrelada, entre outros, por Dorival Caymmi, Francisco Alves, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Vicente Celestino, Silvio Caldas, Jorge Goulart, Ivon Curi, o grupo 4 Ases e 1 Coringa, Ciro Monteiro e Jorge Veiga.

A maioria dos músicos misturavam o jazz americano, o samba e a bossa nova em um estilo de música operístico e sinfônico.

Nos Estados Unidos, o rock já chegou no fim desta década, mas só viria a se tornar mais influente no Brasil com a Jovem Guarda, em meados dos anos 60.

A linguagem do cinema foi revolucionada pela renascença do cinema europeu, promovida pelos diretores Federico Fellini, Jean-Luc Godard, François Truffaut, Ingmar Bergman, Jean Cocteau, Claude Chabrol, Grigory Chukhray e outros. Essa foi também a era de ouro dos estúdios americanos em Hollywood, que tem como símbolo o épico Ben-Hur.

Nas artes, o expressionismo abstrato de Jackson Pollock e Willem de Kooning foram muito influentes. A primeira Bienal Internacional de Artes de São Paulo aconteceu em 1952 e marcou o domínio concretista no Brasil.

Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros e Luis Sacilotto podem ser citados como pintores que ajudaram a estabelecer o rigor matemático e a experimentação nas artes plásticas dessa década.

Moda

O avanço do feminismo aliado ao grande mercado consumidor e explosão industrial trouxe características únicas para o estilo de vida. Os anos 50 marcaram o início da ideia de que comprar fazia parte de um ideário.

Designers de moda como Cristobal Balenciaga, Coco Chanel e Christian Dior transcenderam seus status de empresários e se associaram aos conceitos transmitidos pelo marketing de suas coleções.

Algumas das características da moda foram: a importância do conforto foi equiparada à da beleza; novos e velhos recursos eram misturados, como tafetá, nylon, rayon, lã e couro; fibras artificiais eram fáceis e baratas de se produzir.

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