Retórica – O que é, conceito, significado, origem, sofística e dialética

Falar que alguém tem boa retórica costuma ser empregue ao referenciar uma pessoa que fale bem e construa bons argumentos. Entenda o significado de retórica!

Já ouviu falar de retórica? Provavelmente, você deve ter escutado que alguém tem uma boa retórica, mas sabe do que se trata? Ou, como diz o senso comum, você também se pergunta: é de comer ou de passar no cabelo?

Em síntese, retórica é a arte de falar bem. No mundo da comunicação, seria dela o papel dos argumentos, convencimento e da persuasão.

Na perspectiva técnica, a retórica designa um agrupamento de regras que designam um modo de fazer ou operar algo (modus operandi), de saber falar com eloquência.

Veja mais um pouco sobre o conceito de retórica!

O que é retórica?

Na perspectiva técnica, o significado de retórica é arte de falar bem. Ou seja, o usuário falante organiza as suas falas de um modo convincente, fazendo com que o receptor compreenda e valide a mensagem.

A retórica é de extrema importância para a civilização, pois é por meio da linguagem que conseguimos elaborar significados e tecer contratos sociais.

Na Grécia Antiga, a retórica era empregue na perspectiva filosófica, política e jurídica. Na atualidade, ela ainda é inerente aos filósofos, políticos, juristas e advogados. Além desses, é parte do discurso de professores, jornalistas, comunicadores, vendedores e dos sacerdotes.

No campo da retórica, encontramos inúmeras regras, associações, tratados e concepções que podem auxiliar na conquista da arte de falar bem.

Origem da retórica

Os primeiros olhares sobre a retórica estão presentes nas obras de Platão, na discussão em torno da carência de aproximação entre retórica e dialética, criando elos entre o que é falado e a verdade essencial do mundo.

No entanto, os sofistas, divergindo de Platão, consideravam que somente a fala eloquente seria necessária. Para eles, a retórica era somente um meio de convencimento nas argumentações.

Na perspectiva de Aristóteles, a retórica estaria atrelada à lógica, em uma ideia que foi apropriada no período da filosofia escolástica pelos filósofos católicos.

Durante a Idade Média, a retórica, a lógica e a gramática constituíam o trívio. Essas, em conjunto com o quadrívio, composto pela aritmética, a geometria, a música e a astronomia, formariam as artes liberais.

Retórica e oratória

Embora pareçam sinônimos, retórica e oratória são complementares, mas não são conceitos idênticos. A retórica designa a arte de falar bem, enquanto a oratória é domínio da fala em público.

Essas aproximações foram ainda mais fortes na Antiguidade, ao passo que a palavra de origem grega rhêtorikê foi transitada para o termo latino oratore. Na atualidade, ambos os termos conquistam derivações que os distinguem semanticamente.

Retórica sofística e dialética

Platão elaborou um processo lógico e dialógico, a partir das ideias de Parmênides, o denominando como dialética. Nela, o interlocutor lança uma ideia, a sua tese, e o outro interlocutor a contrapõe com a antítese, tendo como resultado dessas a síntese.

Portanto, o processo se dá pela retórica empregue por interlocutores nos debates, pois na ausência dela a dialética não é efetiva.

Os sofistas acreditavam que não era preciso a compreensão da essência dos fatos para que haja a dialética, já que somente o convencimento decorrente da retórica seria preciso para convencer o interlocutor no debate.

Retórica para Aristóteles

A sistematização do conhecimento filosófico é de responsabilidade de Aristóteles. Nela, o filósofo diferencia as áreas da linguagem e da fala, das quais fazem parte a retórica e a lógica.

Sendo assim, a lógica seria como uma ferramenta do conhecimento, ao passo que a retórica delinearia um agrupamento de capacidades para a elaboração de uma fala eloquente. Com ela, seria possível efetivar o convencimento, a partir de fontes seguras e conceitos.

No entanto, na linha aristotélica, a retórica como instrumento jurídico pode ser usada como uma forma de persuasão sem ter razão, ludibriando a moralidade de um julgamento.

Desse modo, a retórica pode ser aplicada como uma técnica de transmissão de uma boa impressão, a fim de convencer o júri na defesa.

Contudo, a depender do meio que se insere, a retórica pode se alinhar ou não aos fatos. Isso porque, segundo Aristóteles, ela possui um fator criativo, que concede ao emissor a propriedade de criar a visão própria e gerar a tensão com o discurso.

Leia também: O que é filosofia?

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