Vice-presidentes que assumiram o governo no Brasil
Confira quais foram os vice-presidentes que assumiram o governo no Brasil.
No decorrer da história do Brasil República, que teve início com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, oito vice-presidentes assumiram o posto presidencial.
Cada substituição ocorreu em razão de variados motivos, desde a morte dos presidentes eleitos até processos de impeachment.
Confira os vice-presidentes que assumiram o governo no Brasil e o contexto que os levaram a se empossar no cargo.
Floriano Peixoto (1839-1895)
Floriano Peixoto foi o primeiro vice-presidente do Brasil. Ele assumiu a presidência do país em 23 de novembro de 1891 e permaneceu no cargo até 15 de novembro de 1894.
Marechal do exército, ele foi eleito vice-presidente no mesmo ano em que Deodoro da Fonseca foi eleito presidente da República.
Nesta época, o vice-presidente e o presidente concorriam aos cargos de forma separada, sendo eleitos em votações diferentes.
No dia 3 de novembro de 1891, Deodoro da Fonseca decide promover, novamente, um golpe de Estado, fechando o Congresso Nacional e prendendo os senadores e deputados. Sua intenção era ter todo o controle do Estado em suas mãos.
A reação à ação de Deodoro foi encabeçada pela Armada Brasileira (atual Marinha) que ameaçou bombardear a então capital do país (Rio de Janeiro) caso ele não renunciasse ao cargo.
Em 23 de novembro do mesmo ano, ele renunciou e, como consequência, Floriano Peixoto passou a ser presidente do Brasil.
Nilo Peçanha (1867-1924)
Quando ocorreram as eleições de 1906, Nilo Peçanha foi eleito vice-presidente, e Afonso Pena, presidente.
Nilo Peçanha ascendeu ao posto presidencial em 14 de junho de 1909 em decorrência da morte do então presidente Afonso Pena, acometido por uma pneumonia.
Como Afonso Pena já havia cumprido mais da metade do mandato, Nilo Peçanha terminou o mandato em 15 de novembro de 1910.
Delfim Moreira (1868-1920)
Delfim Moreira ascendeu ao posto presidencial após o então presidente Rodrigues Alves contrair tuberculose, doença cujo tratamento era bastante difícil naquela época.
No dia da posse, Delfim Moreira assumiu o posto presidencial interinamente, isto é, não foi empossado nem como vice nem como presidente.
Rodrigues Alves faleceu no dia 16 de janeiro de 1919 e Delfim Moreira continuou como presidente interino até a realização de novas eleições que ocorreram no mesmo ano.
A Constituição de 1891 não permitia que o vice-presidente completasse o mandato presidencial caso o presidente anterior não tivesse exercido a função por dois anos.
Café Filho (1899-1970)
Café Filho assumiu a presidência do Brasil após o suicídio de Getúlio Vargas (1882-1954), que cumpria o seu segundo governo, em 1954.
Café Filho e Getúlio Vargas foram eleitos em 1950 e empossaram em seus respectivos cargos em 31 de janeiro de 1951.
Ao longo de seu governo, Vargas assumiu uma postura populista e trabalhista, causando revolta em seus opositores políticos de tendência liberal-conservadora, vinculados à União Democrática Nacional (UDN).
Em agosto de 1954, após o insucesso da tentativa de tirar Vargas do poder por meio de um impeachment, Carlos Lacerda, líder da UDN, sofre um atentado que não o feriu gravemente. No entanto, o coronel que estava junto dele também se tornou alvo e morreu.
A autoria do atentado foi atribuída à guarda pessoal de Vargas, com isso, a culpa do crime também recaiu ao então presidente.
Diante da pressão política e social, Vargas resiste em renunciar e opta por cometer suicídio, atirando em seu coração no Palácio do Catete, em 25 de agosto de 1954.
Após o fim trágico do governo de Vargas, Café Filho assume a presidência e completa o mandato.
João Goulart (1919-1976)
João Goulart foi eleito duas vezes vice-presidente do Brasil. A primeira foi em 1955, quando Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República, e a segunda, em 1961, ano em que Jânio Quadros ascendeu à presidência.
Com um governo marcado por polêmicas, Quadros se tornou alvo da oposição liderada por Carlos Lacerda da UDN que afirmava que o então presidente ansiava promover um golpe de Estado.
Diante da pressão política, Jânio renuncia ao cargo no dia 25 de agosto de 1961. No momento de sua renúncia, Jango estava na China em uma visita diplomática.
Setores do exército, do Congresso e da sociedade civil temiam pela posse de Jango, que demonstrava tendências progressistas.
Mesmo buscando formas de impedir a posse do vice-presidente, a ação foi levada a cabo após ele concordar em governar o país sob o regime parlamentar presidencialista.
José Sarney (1930-)
José Sarney foi eleito vice-presidente indiretamente, pelo Congresso Nacional após a redemocratização do país. Na mesma ocasião, Tancredo Neves foi eleito presidente.
Antes de empossar no cargo de presidente da República, Tancredo Neves foi acometido por um leiomioma abdominal benigno que, por não receber o tratamento adequado, inviabilizou a sua posse no dia 15 de março de 1985.
Com isso, Sarney tomou posse em seu lugar, no dia 15 de março. Tancredo não resistiu às complicações e faleceu no dia 21 de abril de 1985.
José Sarney governou o Brasil do dia 15 de março de 1985 a 15 de março de 1990.
Itamar Franco (1930-2011)
Após a promulgação da Constituição de 1988, Itamar Franco foi o primeiro vice-presidente eleito pelo voto popular.
Ele foi eleito na chapa de Fernando Collor que, com o tempo, mostrou um governo repleto de complicações econômicas e corrupção.
Sendo assim, a oposição de Collor no Congresso protocolou um pedido de impeachment. Collor renunciou ao posto presidencial antes de ter seu processo de impeachment julgado em 29 de dezembro de 1992.
Como resultado, ele sofreu a pena de não poder cumprir nenhuma função pública por oito anos. Com isso, Itamar Franco assumiu a presidência do país ainda no dia 29 e terminou o mandato em 1° de janeiro de 1995.
Michel Temer (1940-)
Michel Temer assumiu a presidência da República após a então presidente Dilma Rousseff sofrer um processo de impeachment.
Acusada de cometer crime de responsabilidade fiscal, Dilma perdeu o mandato, mas não seus direitos políticos, ou seja, ela poderia concorrer a qualquer cargo público após o impeachment.
Com isso, a presidente foi afastada do posto presidencial no dia 31 de agosto de 2016, dia em que Michel Temer assumiu a presidência do Brasil e cumpriu seu mandato até 1° de janeiro de 2018.
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