Quais são os animais em fase de extinção no Brasil?
Veja a lista dos animais que foram considerados em fase de extinção no Brasil, as principais causas e o que está sendo feito para reverter o quadro.
Conta pra gente, quantas vezes você tem visto um bando de araras azuis voarem pelo céu do seu bairro? Ou, ainda, em passeios pelo Cerrado, quantos exemplares do tamanduá-bandeira passam, tranquilamente, pelas estradas? Com certeza, não são muitos, não é verdade?
A triste realidade destes, e outros animais típicos de nossa fauna, é sua inclusão entre aqueles que estão em fase de extinção. Isso significa que, aos poucos, vão desaparecendo de seus habitats naturais. Como veremos adiante, as razões para isso são muitas, assim como suas terríveis consequências.
O Brasil é um dos países que mais apresenta diversidade biológica no planeta e, talvez por isso, lidere o ranking de espécies aviárias em extinção, seguido pela Indonésia. Veja, a seguir, mais detalhes sobre o que é a extinção e a lista de animais em extinção no Brasil.
O que significa que animais estão em fase de extinção?
Dizemos que um animal está em extinção quanto pertencem ao grupo de espécies que correm o risco de desaparecer do planeta. Em 1963, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) criou um inventário para separar os diferentes níveis que se encontram plantas, fungos, protistas e animais.
A “Lista Vermelha da IUCN”, como é conhecida, divide as espécies em nove grupos. Destes, cinco são enquadrados em três categorias, sendo elas:
Pouco Preocupante: são aquelas que, ainda, apresentam abundância e distribuição ampla pelo planeta.
Ameaçado: nesta categoria, se enquadram as espécies vulneráveis (VU – risco elevado de extinção próxima), em perigo (EN – espécie, provavelmente, extinta em um futuro próximo) e criticamente em perigo (CR – risco extremamente elevado de extinção).
Extintos (EX): a triste categoria na qual a espécie já, não é, mais encontrada na natureza
Além das citadas, o inventário da IUCN inclui espécies quase ameaçadas (NT), extinta na natureza (EW, quando só sobrevivem em cativeiro), dados insuficientes (DD, quando não há dados para avaliação adequada) e não avaliada (NE, quando a espécie não foi submetida aos critérios de avaliação).
Estima-se que 4.796 animais estejam na classificação de vulnerabilidade e podem ser encontrados em cativeiro após a destruição de seu habitat natural. Quanto às espécies em perigo, a estimativa é de que 3.219 animais se encontrem nesta fase. Ademais, cerca de 2.169 animais são considerados, criticamente, em perigo.
Quais são as principais causas para a extinção?
A extinção, em si, é um processo natural que pode levar um animal ao desaparecimento de seu ecossistema. Isso se deve a catástrofes naturais (como aconteceu com os dinossauros, por exemplo) ou, até mesmo, o surgimento de um predador ou competidor mais eficiente. Quando isso acontece, dizemos que foram causas não humanas.
Porém, o homem tem acelerado o processo de extinção de espécies da fauna e flora, em grande parte, por interesses comerciais. As causas humanas que levam uma espécie ao desaparecimento são muitas mas, destacam-se as seguintes:
- poluição dos lagos por esgoto e liberação de resíduos
- caça e pesca predatória
- construção de hidrelétricas
- queimadas florestais
- desmatamento
- tráfico de animais
- destruição de biomas
- introdução de espécies em ecossistemas diferentes
- aquecimento global
Como se vê, todos os fatores são resultantes do uso indevido dos recursos naturais e as consequências disso são devastadoras para a natureza.
Quais são os animais em extinção no Brasil?
Infelizmente, a lista de animais em extinção no Brasil não é pequena. Confira alguns exemplos de acordo com levantamentos recentes.
Encontrada na Amazônia e Pantanal, é ameaçada pelo tráfico de animais, caça ilegal e desmatamento. Suas penas atraem caçadores por terem alto valor comercial. A arara-azul-de-lear, habitante do nordeste baiano, tem apenas 228 exemplares em idade reprodutiva.
Um dos grandes representantes da Mata Atlântica teve seu número de exemplares, altamente, reduzido devido ao desmatamento e tráfico de animais. Atualmente, a espécie conta com o apoio de projetos existentes em unidades de conservação mas, seus remanescentes estão concentrados em regiões florestais do Rio de Janeiro.
De acordo com a lista IUCN, está em perigo de extinção.
Encontrada no litoral brasileiro, também é conhecida por baleia franca austral. Para ter os filhotes, as mães buscam águas rasas e quentes, período em que se encontram mais vulneráveis. Considerada em perigo de extinção, padece com caça, pesca e poluição.
Onça-pintada
O maior felino das Américas sofre por vários fatores, entre eles a caça para proteção do rebanho, retirada de pele devido ao alto valor comercial e desmatamento. Ainda pode ser encontrada em todos os biomas, com exceção dos Pampas, onde já foi extinta. Considerando a lista IUCN, é considerada com vulnerável à extinção.
As maiores causas de sua extinção estão nas queimadas e desmatamento. Seus habitats naturais são regiões do cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Considerando a lista IUCN, é considerado com vulnerável à extinção.
O maior mamífero canídeo da América do Sul é encontrado no Pantanal, Cerrado e Pampas. Sua vulnerabilidade à extinção é devida ao desmatamento.
O maior cervídeo da América do Sul pode ser encontrado na Amazônia, Cerrado e Pantanal mas, é ameaçado pelo desmatamento, caça ilegal e, mais recentemente, construção de hidrelétricas, especialmente, no Rio Paraná. Tantos fatores levaram a espécie à classificação de vulnerável.
A ave vive em uma área restrita da Chapada do Araripe, na caatinga do Ceará. O desmatamento da região, causado pela criação de gado e monoculturas, além dela criação de gado, monoculturas colocaram a espécie entre as criticamente ameaçadas de extinção.
A ave verde e amarela conhecida, também, como Guaruba é natural da Amazônia e sofre com o desmatamento e o tráfico ilegal. Como se sabe muito pouco sobre seus hábitos, a conservação da espécie torna-se mais difícil. Atualmente, sua classificação encontra-se como vulnerável à extinção.
Conhecida como lontra gigante ou lobo do rio, a ariranha tem Amazônia e Pantanal como habitat natural. Sua extinção deve-se a poluição, caça ilegal e pesca predatória, além da contaminação de mercúrio.
O mamífero marinho é encontrado de forma descontínua na costa que vai de Alagoas ao Amapá. A estimativa é que haja, apenas, 500 indivíduos devido à poluição. Atualmente, encontra-se em perigo de extinção.
Toninha
Este golfinho brasileiro foi colocado como, criticamente, em perigo de extinção devido à pesca indiscriminada que provoca sua morte ao se prenderem em redes, além da poluição. Seu habitat natural vai do Espírito Santo até a Patagônia.
Durante muito tempo, o gato maracajá foi vítima da caça destinada à venda de sua pele. Hoje, seu maior inimigo é o desmatamento dos biomas do Cerrado, Amazônia, Pampa, Mata Atlântica e Pantanal, seu habitat natural. A espécie é classificada como vulnerável à extinção.
Gato do mato
Nativo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, está em perigo de extinção graças à expansão agrícola.
Saíra-militar
O belo pássaro de cores fortes é encontrado na Mata Atlântica mas, o tráfico de animais e o desmatamento têm ameaçado a espécie, hoje, classificada como vulnerável à extinção.
Udu de coroa azul
A ave multicolorida encontrada na Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica foi colocada em perigo de extinção graças ao desmatamento destas regiões.
O desmatamento, caça ilegal e tráfico de animais são as principais ameaças à essa espécie encontrada na Amazônia. Seu exemplar conhecido como macaco aranha de cara preta, ainda, é bem distribuído porém, rodovias, linhas de transmissão e construção de hidrelétricas ameaçam sua existência. Por isso, está entre as espécies vulneráveis.
É aquele macaquinho da cara vermelha encontrado, principalmente, na Amazônia. O desmatamento e a caça colocaram a espécie na lista de vulneráveis à extinção.
O maior primata das Américas só pode ser encontrado na Mata Atlântica mas, se sua situação continuar como está, nem lá poderá ser visto. Sua espécie está entre as criticamente ameaçadas de extinção devido à caça ilegal e desmatamento.
Sauim-de-coleira
A situação desta espécie criticamente ameaçada é agravada por ter inimigos por todos os lados. Encontrado nas regiões de Manaus, Itacoatiara e Rio Pedro da Eva, sofre com o desmatamento, construção de estradas e um competidor natural, o sagui de mãos amarelas.
Sapo-folha
Cientificamente descrito em 2010, já está em perigo de extinção. A espécie endêmica no Brasil foi descoberta na Serra do Timbó, no estado da Bahia. O desmatamento devido ao cultivo de cacau, banana e pastagens a colocaram como criticamente ameaçada de extinção.
Tartaruga-de-couro
Considerada a maior espécie de tartaruga marinha do mundo, a tartaruga de couro é encontrada em oceanos tropicais e temperados. Normalmente, a desova no Brasil é feita no litoral norte do Espírito Santo. Atualmente classificada como criticamente ameaçada de extinção, tem seu maior inimigo no consumo da carne e do óleo.
As características reprodutivas desta espécie contribuem para colocá-la em situação crítica.
Tartaruga-de-pente
Criticamente em perigo, tem como principais ameaças a coleta de ovos e abate de fêmeas para comercialização do casco. Suas áreas preferenciais para desova são Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Fernando de Noronha e Atol das Rocas. Projetos, como o Tamar, têm atuado de forma incisiva na conservação da espécie.
Tartaruga-oliva
Outra espécie de tartaruga que se encontra em perigo de extinção. De fortes características migratórias, desova principalmente entre o litoral sul de Alagoas e norte da Bahia. Graças a projetos conservacionistas, a coleta dos ovos e abate no período da desova têm diminuído mas, a espécie ainda padece com a caça ilegal, pesca acidental e poluição das águas.
Caiarara
Criticamente ameaçado, teve sua população reduzida em 80% nos últimos 48 anos devido à caça e desmatamento. Atualmente, a espécie tenta sobreviver na região leste do Pará e Maranhão. O que agrava a sua situação é a intolerância a perturbações ambientais leves, como o desmatamento seletivo.
Cuíca-de-colete
Restrita à região de Rondônia, tem hábitos noturnos e se alimenta de plantas e frutos. Criticamente extinto, há suspeitas de que esteja em desaparecendo, regionalmente.
Encontrada no Cerrado e Caatinga, a espécie está em perigo de extinção devido à caça. Como não tem o hábito de cavar buracos, acaba sendo presa fácil para captura.
O que fazer para evitar a extinção?
As ações que podem evitar a extinção de tantos animais incluem atitudes individuais, coletivas e, especialmente, governamentais. Entre elas, podemos citar:
- proibição da caça de animais
- controle do volume de pescas
- criação de cativeiros para favorecer a reprodução
- programas de educação ambiental
- projetos de conversação ambiental, como o Projeto Tamar
- campanhas contra o desmatamento e poluição
Por mais que grande parte das ações partam de governos e associações, cada um pode dar sua contribuição, a partir de pequenos atos como evitar jogar lixo nas águas.
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