Conheça a história dos hebreus, fenícios e persas
Leia um resumo sobre as principais características de cada um desses povos, a religião praticada, a região onde habitavam, cultura, economia e política.
A Antiguidade Oriental foi composta por povos de extrema importância para a História da humanidade. Sua influência se dá por meio da literatura, cultura, política, linguística e religião.
Três destes povos são de suma importância para a civilização contemporânea: os hebreus, fenícios e persas.
Cada um possuía suas próprias características, mas seu legado persiste em diversas áreas até os dias atuais.
História dos hebreus
Uma das maiores fontes para compreender a história do povo hebreu é a Bíblia.
São várias as passagens que relatam suas origens a partir de Jacó, a escravização concebida pelos egípcios, a tábua dos Dez Mandamentos e a luta pelo estado de Israel.
Os hebreus, também conhecido como israelitas ou judeus, foi intensamente marcado pela migração.
Muito do que se sabe sobre os hebreus foi retirado do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia escrita, justamente, com base da tradição oral hebraica. O patriarca fundador da pátria foi Abraão.
Segundo as escrituras sagradas, ele recebeu, em 1800 a.C., um sinal divino para que abandonasse a religião politeísta e migrasse para Canaã, terra dos cananeus e atual Palestina, onde se localiza hoje o estado de Israel.
Um de seus filhos, Isaque, tem entre seus herdeiros Jacó de quem, diretamente, nasceriam os hebreus. Jacó, então, tem doze filhos e cada um deles dá origem a uma tribo que formaria o povo hebreu.
Em aproximadamente 1700 a.C., o povo hebreu migra para o Egito onde é escravizado por cerca de quatro séculos. Sua libertação só acontece em 1300 a.C. quando, liderados por Moisés, fogem dos faraós.
A fuga foi possível graças à abertura do Mar Vermelho e é conhecida como o Êxodo.
Durante a fuga do Egito, Moisés recebe a tábua dos Dez Mandamentos no Monte Sinai. Os hebreus peregrinaram no deserto por 40 anos até receberem um sinal de Deus para retornar a Canaã, a Terra Prometida.
Jerusalém havia sido transformada em um centro religioso pelo rei Davi. Ele é sucedido por seu filho, Salomão, que divisão das tribos em dois reinos: Reino de Judá e Reino de Israel.
Foi então que surgiu a crença no nascimento de um messias que uniria os dois povos restaurando, então, o poder divino sobre o mundo.
Entretanto, a primeira diáspora judaica começa em 721 após a invasão babilônica e a destruição do templo de Jerusalém.
Os romanos invadem a Palestina no século I, mais precisamente em 70 d.C., tornando-a uma província. As rebeliões locais culminaram em mais uma expulsão dos hebreus, ou seja, a segunda diáspora judaica.
A consequência foi a dispersão do povo hebreu pelo mundo, mas sempre mantendo sua cultura e religião. A unidade deste povo só foi possível em 1948 quando foi criado o estado de Israel.
Localização dos hebreus
O povo hebreu foi marcado pela migração e dispersão. Sua terra prometida era Canaã (ou Palestina), localizada na faixa sudoeste do atual território libanês.
A região é dividida pelo Rio Jordão e tem como principal característica a aridez. Posteriormente, eles migraram para o Egito e, após séculos de escravidão, retornaram à Palestina.
Características dos hebreus
A aridez da Palestina fazia com que seu solo fosse pouco fértil, o que não impedia, entretanto, sua extrema importância. A região, afinal, era a principal passagem entre Mesopotâmia e Ásia Menor.
Os hebreus eram divididos em tribos formadas por clãs compostos pelos patriarcas (a quem cabia o poder), filhos, esposas e trabalhadores livres.
Os laços criados entre os clãs eram muito frágeis e, perante às lutas pela Terra Prometida, foi necessário unificar o poder em chefes militares conhecidos como os juízes.
As principais lideranças foram exercidas por Otoniel, Sansão, Samuel e Gideão, todos considerados como enviados de Jeová para comandar os hebreus.
Mesmo com a figura dos juízes, a unificação das tribos era difícil e só foi possível, de fato, com nova centralização de poder, desta vez, nas mãos de um monarca.
Religião dos hebreus
Os hebreus eram monoteístas, mas a prática só foi consolidada a partir das pregações de Oseias, Amós e Isaías.
A religião judaica é chamada de judaísmo e prega a reafirmação de um messias para libertar os hebreus para a vida eterna.
Os judeus comemoram a Páscoa, o Pentecostes e os Tabernáculos.
Filmes sobre os hebreus
- Os Dez Mandamentos (1956)
- Moisés (1995)
- Êxodo: Deuses e Reis (2014)
- Deuses do Egito (2016)
História dos persas
Os persas foram um importante povo da Antiguidade Oriental que ocupou a região da Pérsia, correspondente ao atual território do Irã.
A principal característica foi sua dedicação ao comércio que, então, era sua principal fonte de renda. O imperador persa era o soberano absoluto que comandava a política.
O Império Persa se formou a partir da revolta contra os medos, aqueles que dominaram os persas e iranianos durante o século VIII a.C.
Porém, em 550 a.C., Ciro, pertencente ao clã dos aquemênidas, liderou uma rebelião que reuniu todas as tribos que habitavam o planalto iraniano.
A crença era de um poder divino concedido a ele, ou seja, o imperador era considerado um deus.
O mais importante imperador persa foi Ciro, o Grande. Ele governou os povos persa e medo entre 560 a.C. e 529 a.C. conquistando, nesse período, uma larga extensão territorial, a maior parte devido às guerras empreendidas.
Suas conquistas chegaram à fronteira com a Índia após dominar a Babilônia. Seus sucessores, Dario e Xerxes, seguiram com seu projeto expansionista. Este último, entretanto, falhou nas tentativas de conquistar a Grécia.
O Império Persa foi dominado por Alexandre, o Grande, em 330 a.C.
Localização dos persas
O povo persa habitava a região leste da Mesopotâmia, entre o Golfo Pérsico e o Mar Cáspio.
Porém, as conquistas empreendidas pelo rei Ciro estendeu o império até os reinos da Fenícia, Lídia, Palestina, Babilônia e Ásia Menor.
O processo expansionista foi continuado por Dario que, por sua vez, dominou a Trácia e planícies do Rio Indo.
A região era semiárida, repleta de montanhas, desertos e poucos vales férteis, apesar de sua riqueza mineral. O clima era seco, porém, com grandes oscilações de temperatura.
Características dos persas
A dominação do povo persa permitia aos povos conquistados a conservação de seus costumes, leis, língua e religião. No entanto, eles eram obrigados a pagar pesados tributos e servir aos dominadores.
O Império Persa era dividido entre províncias governadas por pessoas de confiança do rei.
A comunicação era feita por estradas, com destaque para a Estrada Real. Esta possuía mais de 2 mil quilômetros de extensão e ligava as cidades de Sardes e Susa.
Os camponeses livres eram a base de sustento para o império através do pagamento de impostos. Mesmo que houvesse trabalho escravo, a maior parte dos trabalhadores não pertencia a esse grupo.
A economia era baseada na agricultura por meio da irrigação pela água das montanhas, além da criação de gado e exploração de minérios.
O dárico era a moeda que circulava pelo Império Persa. Mais tarde, com a expansão imperial, o comércio tornou-se importante atividade econômica o que deu origem a ricos mercadores.
O Império era a rota de caravanas comerciais que ligavam China e Índia ao Mar Mediterrâneo, impulsionando a venda de tecidos de luxo, mosaicos, joias e tapetes.
Uma forte característica do povo persa era sua capacidade administrativa.
O sistema de Administração persa era um dos mais eficientes da Antiguidade mediante o governo monarca absolutista teocrático. Eram quatro capitais, sendo elas Susa, Persépolis, Ecbátana e Babilônia.
A divisão social persa era rígida e estruturada em camadas sociais. No topo, ficava o rei, seguido dos aristocratas (sacerdotes, nobres e comerciantes).
Em seguida, vinham a classe média (pequenos comerciantes, soldados e artesãos) e, depois, os camponeses – miseráveis, estes eram obrigados a entregar o que produziam aos donos de terra.
Por último, apresentavam-se os escravos, pessoas aprisionadas nas conquistas militares. Compunham um grupo numeroso responsável pelos trabalhos mais pesados, como construção de palácios e obras públicas.
Religião persa
Os persas tinham uma religião dualista denominada Zoroastrismo ou Masdeísmo. O nome é uma homenagem a Zoroastro (ou Zaratustra), o líder espiritual, profeta e criador da religião.
Sua base pregava a existência de duas forças: o bem, representado pelo deus Omuz, e o mal, na figura do rei Arimã.
Filmes sobre os persas
- 300 (2006)
- Construindo um Império – History Channel (2015)
História dos fenícios
Os fenícios constituíam um povo que habitou a região que corresponde, hoje, ao território libanês.
De origem semita, estabeleceram-se numa estreita faixa de terra montanhosa e pouco fértil. Isso os obrigou a se dedicar à pesca e ao comércio marítimo.
O sucesso comercial iniciou em 1500 a.C. e teve seu auge entre 1200 a.C. e 800 a.C. A prosperidade, entretanto, atraiu a cobiça de povos estrangeiros.
Primeiro, chegaram os caldeus liderados por Nabucodonosor; em seguida, os persas de Dario e, mais tarde, os macedônios com Alexandre, o Grande.
Localização dos fenícios
Os fenícios ocuparam o território da Fenícia, hoje pertencente ao Líbano, entre as montanhas desse país e o Mar Mediterrâneo.
As cidades que mais se desenvolveram no Império Fenício foram Tiro, Biblos e Sidon.
A região era rica em cedros, madeira utilizada para a construção dos navios. Suas praias eram repletas de um molusco chamado múrice, do qual era extraída a púrpura, corante usado para o tingimento dos tecidos procurados pelas elites da Antiguidade.
Características dos fenícios
A economia dos fenícios era baseada no comércio marítimo, atividade na qual tiveram bastante destaque.
Os contatos comerciais mantidos com povos orientais garantiam altos ganhos. A atividade marítima era privilegiada pela localização que representava o escoadouro das caravanas oriundas da Ásia.
A Fenícia era constituída por diversas cidades-Estado independentes. Algumas delas adotavam a monarquia hereditária enquanto outras eram governadas por um conselho de anciãos.
De qualquer forma, disputavam entre si e outros povos o controle das rotas comerciais marítimas.
Como é de se esperar, a habilidade fenícia para o comércio era destacável. Este povo desenvolveu navios avançados que lhes permitiam navegar pelo Mar Mediterrâneo.
As embarcações eram construídas com velas e remos para possibilitar o alcance de territórios mais distantes.
Entre os itens mais vendidos pelo comércio, estavam joias, vidros, cerâmicas e a tinta púrpura.
Várias colônias foram desenvolvidas pelos fenícios em outras regiões para permitir o acesso a novas mercadorias e consumidores para sua própria produção. Uma das principais colônias foi Cartago.
O desenvolvimento comercial levou os fenícios a implantarem a primeira escrita alfabética da História.
O alfabeto fenício era usado para registrar as mercadorias vendidas e foi incorporado pelos gregos que, mais tarde, acrescentaram as vogais.
Religião dos fenícios
Os fenícios praticavam uma religião politeísta e antropomórfica. Alguns dos deuses cultuados eram Baal, Astarte, Melcarte e Yam.
Uma das crenças cultivadas por este povo era a do sacrifício animal e humano para diminuir a ira dos deuses. Assim, esses rituais tornavam-se frequentes, especialmente antes de momentos de grande importância.
Cada cidade-Estado tinha seu deus e um templo dedicado a ele. As construções eram administradas pelos sacerdotes que guardavam grande importância na sociedade.
Filmes sobre os fenícios
- O Legado das Antigas Civilizações (2001)
- Em Busca dos Fenícios (2004)
Veja também:
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